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Clubes da B Nacional descartam vaga na Sul-Americana e exigem acesso em 2015

FOTO: Canchallena.com
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A novela envolvendo o futuro campeonato argentino segue em pauta. Nesta quinta-feira, o diário La Nación divulgou uma notícia confirmando que o Governo Argentino, responsável pelos direitos de transmissão através do programa Fútbol Para Todos, não colocou nenhuma objeção ao formato proposto na última terça-feira, com um novo torneio Transição no primeiro semestre e o torneio largo a partir do meio do ano que vem. Contudo, foi solicitado para a AFA que se resolva a situação com os clubes que permanecerão e subirão para a B Nacional ao fim desta temporada. E nem uma vaga para a Sul-Americana para o campeão deste torneio seria o suficiente para resolver tal imbróglio.

Segunda a proposta anunciada pela AFA na última terça-feira, o torneio que iniciará em fevereiro do ano que vem contará com os 30 clubes, divididos em duas chaves, mas sem qualquer rebaixamento ao fim desta temporada. Isso provocará uma eterna primeira divisão sem degola por duas temporadas — a última aconteceu no meio deste ano — e sem acessos por um ano e meio. A ideia é que se faça alguma coisa para agradar os clubes da B Nacional. Estuda-se uma vaga para a Sul-Americana do ano que vem para os times que disputarão o torneio transição da Segundona, como forma de amenizar tal situação.

Os clubes da B Nacional, no entanto, estão reticentes quanto a vaga na competição internacional. Isso porque não lhe é garantido a presença na fase internacional, o que não renderia a montagem de um elenco forte para a disputa da Segundona para depois enfrentar um time com mais condições da elite, em um torneio de calibre. O presidente do All Boys, Patricio Trovato, quer ao menos dois rebaixamentos da primeira divisão já em julho do ano que vem, com outros dois acessos dos times da Segundona. “Não valerá de nada jogar os próximos seis meses. Na reunião dos clubes do acesso, acordamos que iremos pedir dois acessos em junho de 2015. Não parece lógico gastar 500 mil pesos por mês para não jogar por nada”, destacou. E ainda há quem peça ao menos dois acessos para junho de 2015. Ou seja: o que era ruim com 30 clubes, pode ser pior, com 32.

Além da proposta de dois acessos para o meio do ano que vem, os clubes desejam também uma posição mais forte nos conselhos da AFA, principalmente no que tange o direito ao voto para escolher o novo presidente. Hoje, o peso maior está entre os clubes da primeira divisão, cada um com 20 votos. Contudo, os clubes que subiriam nesta temporada não teria o mesmo direito para as eleições de outubro de 2015, mas sim aos times que continuarão disputando a B Nacional, que tem um direito de escolher oito representantes, sendo quatro diretamente afiliados e outros quatro indiretamente afiliados a AFA. A intenção dos pequenos é que se ganhe uma representatividade no quadro, além de exigirem a cota de direito de transmissão.

Pelo proposto, os acessos e rebaixamentos só acontecerão a partir de junho de 2016, após um ano e meio do novo torneio, já com 30 clubes. Seriam quatro rebaixados por temporada até que chegue ao número de 20 times novamente, o que só aconteceria a partir da temporada 2020/21. Vale ressaltar que a proposta inicial de 30 times na elite argentina contaria com apenas dois rebaixamentos por ano, sempre por promédio. Todavia, após a morte de Júlio Grondona, os clubes se movimentaram para tentar resolver tal situação e especulou-se, inclusive, a virada de mesa, impedindo os acessos dos 10 times da B Nacional, o que ficou apenas no papel dos grandes argentinos.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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