Mundial de ClubesSan Lorenzo

Emiliano Tade, o argentino do Auckland City que promete fazer história

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Nessa quarta-feira, a torcida do San Lorenzo e seus secadores estão prontos e ansiosos para o confronto histórico contra o Auckland City, equipe semiprofissional da Nova Zelândia, que disputa seu sexto Mundial de Clubes da FIFA e promete fazer jogo duro diante da equipe de Boedo. Do lado do City, como são conhecidos em seu país, os defensores cuervos terão atenção redobrada com um argentino, chamado Emiliano Tade, que vem mostrando muita qualidade na Oceania e promete estragar a festa do San Lorenzo.

Assim como no Brasil, muitos argentinos vão para a Nova Zelândia aprender inglês e mudar de vida com um trabalho de qualidade e que seja bem remunerado. Emiliano Tade, de 26 anos, nascido em Santiago del Estero, é mais um dessa conta e em meados de 2008, decidiu abandonar os estudos de advocacia em Buenos Aires, para arrumar um bom trabalho na terra dos All Blacks, mesmo não sabendo falar inglês fluente “Em toda a minha vida eu quis viajar, encontrei a oportunidade e fui, sem pensar no futuro” declarou Tade.

Chegando a Wellington, Emiliano Tade sofreu muito por não falar o idioma local e acabou arrumando um emprego simples, para lavar pratos em um restaurante. Insatisfeito, recebeu um convite de seu amigo de apartamento para fazer uma peneira no Wellington United, em 2009 e foi aprovado de primeira na equipe amadora. Logo no ano seguinte, atuando como atacante foi tentar a sorte em outra equipe, no Team Wellington. Mas até então, Tade levava o futebol como diversão, até que apareceu o Auckland City, onde tudo mudaria em sua vida.

Com a camisa dos Navy Blues, começou a surgir o bom futebol de Tade. O argentino foi goleador do campeonato nacional logo de cara e na última Liga dos Campeões da Oceania, na final contra o Amicale FC, Tade fez o gol do título e certamente já está entre os maiores jogadores da história do clube. O bom futebol se deve muito ao treinador espanhol Ramón Tribulietx, que melhorou alguns pontos de Tade dentro de campo, como o posicionamento.

Mesmo sendo ‘famoso’ na Nova Zelândia, o argentino pensa no futuro e quando não está dentro dos gramados, ensina crianças nas escolas a jogarem futebol, para levar um pouco mais da escola Argentina para o país, tentando fazer que o esporte chegue próximo do Rugby e que possam se tornar, assim como os vizinhos da Austrália, melhorem nesse esporte repleto de boas histórias.

Cruzando o caminho do San Lorenzo

Emiliano Tade cruzou o caminho do San Lorenzo antes mesmo do Mundial começar. Em agosto desse ano, resolveu viajar para a Europa com suas irmãs e encontrou o treinador Edgardo Bauza e Marcelo Tinelli nas ruas de Roma, em Via Veneto. “Imagine o que foi para mim. Elas se foram com o Tinelli e eu com o Bauza. Elas me perguntavam quem era o outro. Estávamos conversando animados com os dois, apareceu o tema futebol e eu disse que talvez nos veríamos no Marrocos. Ele se surpreendeu e contei que jogava no Auckland City, que tínhamos nos classificado. Desejou-me boa sorte” declarou Tade, em entrevista para o site da FIFA.

Torcedor do Boca Juniors, Tade cruzará mais uma vez pelo treinador Patón Bauza, só que no Estádio de Marrakesh, em um duelo histórico. Certamente dessa vez o treinador do San Lorenzo deverá tomar cuidado, para que Tade não saia festejando e estregue a festa dos cuervos no Marrocos.

Confira como foi o gol de Emiliano Tade, o segundo e decisivo na decisão da Champions League da Oceania. Será que Tade fará história no Marrocos?

Victor Limeira

Jornalista formado pela faculdade paulista FIAM/FAAM. Acompanha não só o futebol argentino como as ligas menores da Europa. Começou a escrever para o Futebol Portenho em agosto de 2010 principalmente por ter uma paixão do futebol que reúne alma, raça e um belo toque de maestria

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