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River segura o ímpeto do Tigres e leva empate para o jogo de volta

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Após 19 anos, o River novamente se fez presente um uma final da Libertadores de América. No jogo de ida tinha um rival duríssimo pela frente: ablandar o ímpeto do Tigres e sair vivo de “el Volcán”. Inútil dizer que foi duro; melhor constatar o inferno que foi. A custo, contudo, no fim das contas, a braveza do Felino sequer escorreu pelos dentes. E o Millo conseguiu o seu objetivo. Verdade que foi diante de 52 mil torcedores, mas o River soube bancar a sua personalidade de time grande e manter a igualdade do zero. O custo, contudo, foi grande. Perdeu Gabi Mercado e Muñeco Gallardo para o jogo de volta. E pode perder Viudez e Mora, que saíram contundidos, ao fim do primeiro tempo. Solução para isso? Simples: Monumental de Núñez.

Jogo mal começou e o River foi com uma formação corajosa e com a disposição de vencer a partida. E nos primeiros 15 minutos, até que o Millo soube buscar o ataque, adiantando a sua marcação, numa pressão alta, talvez inesperada para “Los Felinos”. Mas não conseguiu muita coisa e logo prevaleceu o jogo do conjunto local. Simbólico para a mudança no jogo foi a pelota que se chocou contra o travessão de “Trapito” Barovero, logo aos 17 minutos de jogo.

Daí em diante, o conjunto local conseguiu se inspirar na festa de seus torcedores no “Volcán”. A pressão se fazia forte, apesar de que Damián Álvarez não conseguia suprir a ausência de Aquino, baixa no Tigres, por lesão. Dessa forma, o jogo variava bem de um lado a outro, explorando também a ofensividade e velocidade de Damm. Problema é que aos poucos essa variação se reduziu, expondo o ex-craque do Pachuca e facilitando a marcação da defensiva millonaria, pelo setor. “Los Felinos” seguiam melhores, mas aos 30 minutos, Viudez quase guarda a pelota no arco de “Patópn” Guzmán. Arremate foi do meio-campo e por pouco a redonda não deu aquele beijo glorioso nas redes. Cinco minutos depois, Sánchez deu a pelota para Alário e esperou pelo abraço de agradecimento. Ficou esperando até se decepcionar com resultado final da jogada.

DE tal forma que podemos dizer: o Millo começou bem, foi dominado pelo rival mexicano e terminou a primeira etapa na busca novamente do ataque. Contudo os primeiros 45 minutos ficaram no zero. E embora o conjunto local tenha sido superior, o resultado foi justo.

Na segunda etapa, de cara, Bertolo entrou no lugar de de Mora; Martínez, no de Viudez. Os dois deixaram o campo por lesão e preocupam o Muñeco para o jogo de volta. Esta preocupação se acentuaria ainda mais com o cartão amarelo de Mercado, que já está de fora do confronto final.

Novamente o River tentou pressionar, mas dessa vez com Pitty Martínez fazendo a articulação. De início, a movimentação pareceu estranha, pois tudo indicava que Bertolo não combinava muito com Alário, na frente. Mas as coisas se arranjaram e novamente o Millo conseguiu ampliar o seu campo de jogo no setor de ataque. Sendo assim, também a defesa ganhou tranquilidade. Porém, a partir dos 13 minutos, novamente “Los Felinos” se fizeram valentes na sua cancha e foram para o teste em cima de Barovero.

As chances apareciam, mas em números insuficientes para configurar uma superioridade local avassaladora sobre o Millo. E quando o Tigres tinha a oportunidade de guardar, “el Trapito” aparecia para evitar a abertura do marcador. Com o tempo, as linhas argentinas foram se compactando num recuo excessivo e na aposta de que o contra-ataque apareceria para salvar. Só que por um lado, “Los Felinos” não pareciam no seu dia de glória; por outro, tudo levava a crer que o Millo estava mais do que feliz com a igualdade do zero.

Aos 38′, Jürgen Damm teve a bola do jogo. Após driblar Barovero, ele esticou um pouco a redonda e demorou na conclusão. Sem ângulo, a melhor opção era o passe para a centro da área. Contudo, Damm resolveu arriscar sem ângulo e perdeu a grande chance de marcar. Apesar do gol perdido de Damm, pode-se falar em “gol”, marcado pelo Trapito, que saiu muito bem no lance e foi vital para evitar o gol do triunfo mexicano.

Óbvio que a torcida local não ficou feliz com o apito final do péssimo senhor que arbitrou o duelo no “el Volcán”. Mas nem bem o apito foi trinado e um bandeirão gigantesco coloriu de amarelo a parte central da arquibancada. Possível que daqui a duas semanas, todos aqueles que virem essa imagem na TV testemunhem por certo: “fosse o que fosse, aquilo não era infelicidade”. Que o destino conte o resto.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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