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Não deu! River segura 1º tempo, mas leva de 3-0 de Messi e Suárez

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O Deportivo La Coruña, no fim de semana passado, conseguiu nos minutos finais empatar em pleno Camp Nou jogo que perdia por 2-0. Os argentinos estavam mais do que cientes que isso foi uma exceção. Mas não se amedrontaram diante do monstrengo catalão. O que não quer dizer que estiveram à altura. O Barcelona fez 3-0 e poderia ter feito mais, não fosse certo comodismo traduzido em firulas demais. Mesmo chegando bastante ao ataque, o Millo só teve duas conclusões mais claras ao gol.

Gallardo não deixou os comandados esperarem o Barça. Durante quase toda a partida, os argentinos marcaram em cima da defesa espanhola, mesmo quando já perdiam de 3-0. A estratégia ia bem até o fim do primeiro tempo, quando o goleiro Barovero já se sobressaía mais que os colegas. Salvou um tiro à queima-roupa de Messi, um chute perigoso de Daniel Alves e uma falta bem colocada de Lionel; os argentinos responderam apenas com chutes fracos de longa distância.

A muralha alvirrubra ruiu aos 36 minutos do primeiro tempo. Em bate-rebate, Messi recebeu perto da pequena área cercado e mostrou sua genialidade. Arqueou canhota quando o ângulo favorecia apenas o uso da direita e sutilmente tirou a bola do alcance de Barovero – os sul-americanos reclamaram que La Pulga teria usado a mão para dominar a bola. Barovero ainda salvou jogada de Luis Suárez, fechando-lhe o ângulo quando o uruguaio demorou demais.

Para o segundo tempo, Gallardo se viu obrigado a arriscar. Pôs os insinuantes Lucho González e Pity Martínez nos lugares de Leonardo Ponzio e Rodrigo Mora. Mas a aposta de deixar o River mais ofensivo para empatar ruiu em cinco minutos. Em contra-ataque, Luis Suárez recebeu livre em profundidade e fuzilou Barovero, que nada podia fazer a não ser escolher um canto – o errado.

González e Martínez pouco acrescentaram. O Barcelona, na animação e com muitos espaços, só fazia amadurecer o terceiro gol, que não saía diante das excessivas firulas de Neymar, atrasos de Messi e providenciais intervenções de Barovero. Ainda com dez minutos, Gallardo queimou a terceira alteração, pondo mais um atacante, Sebastián Driussi no lugar de Tabaré Viudez. O River atacava, mas Gérard Piqué afastava qualquer bola levantada na área.

Luis Enrique, mesmo com o resultado debaixo do braço, não se inibiu e também reforçou seu ataque, tirando Ivan Rakitic e acionando Sergi Roberto. E foi premiado quase em seguida por querer jogo. Neymar cruzou e Suárez cabeceou no contrapé de Barovero, já desanimado. Foi só então que o River, ainda marcando em cima da defesa adversária, teve seus únicos lances claros na partida, enfim obrigando Claudio Bravo a trabalhar. O goleiro chileno espalmou cabeceio mortal de Lucas Alario, mandou para a trave uma bomba de Driussi e antecipou-se em bom cruzamento a Alario.

Ao fim, o 3-0 terminou cruel, mas ao mesmo tempo barato. Os jogadores do River, cientes disso, não demonstraram revolta, embora não pudessem esconder a tristeza. A torcida argentina, cantando a partida inteira, soube oferecer os merecidos aplausos àqueles que conseguiram reerguer o Millo e que, apesar de algumas entradas duras e leve catimba, não descambaram inutilmente a partida para aquela violência desnecessária que apenas traduz a frustração do mais fraco. Gallardo fez o que estava ao alcance. Mas, com as peças que tinha em mãos diante das de Luis Enrique, precisava também de uma complicada noite iluminada.

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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