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Ave Juan Román Riquelme! 15 anos da sexta e última Libertadores do Boca

Publicado originalmente nos 10 anos, em 20-06-2017, revisto, ampliado e atualizado

Quem bem viveu os anos 2000 tinha essa impressão. A dominância sul-americana do Boca parecia sem fim. Com exceção a 2002, não houve um ano entre 2000 e 2008 sem alguma Copa continental, em especial a mais importante, a própria La Copa. Tempos em que os xeneizes chegaram a ser, a nível mundial, o clube de mais troféus internacionais. O que se reforçou no velho Olímpico, após duas finais inapeláveis contra um dos mais copeiros times brasileiros. Era a vez do Grêmio ser a vítima tupiniquim da vez, outra característica auriazul daquele período. Que teve o melhor Román.

Riquelme já havia sido o maestro nas conquistas de 2000 e 2001, é verdade. Mas a melhor versão do camisa 10 foi a madura com vinho argentino, para não dizer veterana. Aquela foi a edição em que ele mais marcou gols no torneio, oito, terminando inclusive na vice-artilharia. Quase metade desses gols, três, vieram só nos dois jogos finais, sem contar a assistência ou interferência direta em todos os outros no 5-0 agregado sobre o Grêmio – o que corrigia o “defeito” de as finais de 2000 e 2001 terem vindo apenas nos pênaltis (Román, vale lembrar, não estava no Boca de 2003). E poderia ter sido mais…

Poderia ter sido mais porque o Boca simplesmente não usou La Bombonera na primeira fase. O clube sonhava em festejar seu centenário em 2005 vencendo o torneio que lhe vinha tão familiar nos anos anteriores, com a eliminação ainda nas quartas-de-final para o Chivas Guadalajara não sendo bem digerida. A confusão campal levou a Conmebol a suspender a casa boquense, punição cumprida em 2007 – afinal, o time não se classificara à edição de 2006. Mas a torcida não viveu exatamente uma seca entre o vice-campeonato em 2004 e a apoteose definitiva de Riquelme em 2007. Longe disso.

O vice-campeonato em 2004 havia sido um anticlímax após a epopeia vivida nas semifinais, os Superclásicos mais proeminentes até as finais de 2018. Mas se o revés diante do modesto Once Caldas encerrou a Segunda Era Bianchi, ainda naquele ano o clube sorriu no continente, faturando a primeira Sul-Americana – troféu que por sua vez encerrou a primeira passagem de Tévez. Em paralelo, porém, o time patinou no calendário doméstico da temporada 2004-05, com um 8º no Apertura 2004; e, órfão de Carlitos, um 15º no Clausura 2005, enquanto dava aquele vexame nas arquibancadas na eliminação na Libertadores.

Antigo ídolo das primeiras Libertadores vencidas pelo clube, no bi de 1977-78, Jorge Chino Benítez era o sucessor de Bianchi. Mas nem a moral do passado e nem a Sul-Americana 2004 foram suficientes para que seguisse no cargo: o péssimo Clausura 2005 tirou de vez as chances do clube se classificar à Libertadores 2006. A diretoria ousou e trouxe um estranho no ninho, e de muitos anos sabáticos: Alfio Basile, técnico da vistosa Argentina de 1991-93 (e na Copa de 1994), tinha história no Racing, no Huracán e algum relevo no Vélez e no futebol cordobês. Maradona, dirigido por ele no Mundial dos EUA, avalizou a contratação de El Coco.

Pelas oitavas, confrontos caseiros duros contra o Vélez, seja pela truculência de Sessa ou pelo oportunismo de Zárate: vitória de 3-0 em casa, mas depois derrota de 3-1 fora

Basile mostrou que não estava tão ultrapassado como poderia sugerir. Ganhou o Apertura 2005, embora ele, como primeiro turno da temporada 2005-06, não servisse para classificar à Libertadores 2006… mas sim à de 2007. Mas o carro-chefe da Era Basile foi precisamente as Copas “menores”. Ainda antes do Apertura 2005, o Boca desengasgou do Once Caldas batendo-o na Recopa, em agosto. E, uma semana depois do título nacional, o clube conseguiu o bicampeonato na Sul-Americana. Alegrias renovadas no primeiro semestre de 2006 com outro bicampeonato, agora argentino, no Clausura 2006.

O goleiro Abbondanzieri e o atacante Rodrigo Palacio seriam as únicas figuras do campeonato argentino aproveitadas pela seleção na Copa do Mundo de 2006, vitrine para que Abbondanzieri acertasse com o futebol espanhol; o talentoso volante Daniel Bilos nem foi à Alemanha, ao recusar a seleção de suas origens croatas pela vã esperança de representar a Argentina, mas também cavou uma transferência europeia. E Basile também despediu-se: Julio Grondona decidiu recontrata-lo como técnico da seleção. Deu tempo de ele conciliar os dois cargos por algumas semanas, saindo do Boca com mais um bicampeonato, agora na Recopa, sobre o São Paulo – taça esta que fez do Boca o novo Rey de Copas a nível mundial. Por sinal, também levantada no Brasil, sobre o no Morumbi.

Ricardo La Volpe, argentino que dera muito trabalho contra a própria Albiceleste na Copa de 2006 com o seu México, foi o substituto inicial de Basile. E começou muito bem, mas não sobreviveu à vexaminosa derrapada na reta final do Apertura 2006: um ponto bastava ao Boca nos dois jogos finais, perdeu ambos e foi igualado pelo Estudiantes, que não era campeão havia 23 anos. E ainda perdeu de virada no jogo-extra com os alvirrubros. Até hoje, os xeneizes jamais conseguiram um tricampeonato argentino seguido. La Volpe e o volante Fernando Gago se despediram: o treinador, pelos fundos, enquanto “o novo Redondo” seria garimpado pelo mesmo Real Madrid que tanto se encantara com o original. Para o lugar de La Volpe, o técnico campeão com o Vélez no Clausura 2005: Miguel Ángel Russo. E para a vaga de Gago não poderia haver reação mais sonora da diretoria.

Inicialmente sob empréstimo, Riquelme voltava. Levara o nanico Villarreal à final da Liga dos Campeões de 2005-06, foi solicitado por Zinedine Zidane a trocar de camisas após o último jogo da carreira do francês pelo Real Madrid e fizera uma boa Copa do Mundo. Mas as eliminações nos dois casos foram duras, com direito a um pênalti perdido no minuto final da semifinal contra o Arsenal. Após a Copa, chegou a anunciar que se aposentaria da seleção. Não teve um bom início de temporada europeia. O que não impediu que fosse sondado por Manchester United, Bayern Munique, Atlético de Madrid e sete milhões de dólares anuais do Qatar. Preferiu ser emprestado ao Boca. Herói.

Velhos colegas do ciclo 2000-01 estavam lá, casos dos laterais Hugo Ibarra e Clemente Rodríguez, do volante Sebastián Battaglia (atual treinador xeneize) e dos atacantes Martín Palermo e Guillermo Barros Schelotto. Ibarra, Clemente, Battaglia e Palermo chegaram a ter suas aventuras europeias (Ibarra foi vice da Liga dos Campeões pelo Monaco em 2004, marcando inclusive o gol da classificação sobre o Chelsea em Stamford Bridge nas semifinais), mas voltaram. Ele e o outro lateral, Clemente, foram exatamente os únicos titulares nos quatro títulos de Libertadores a partir de 2000.

O Libertad de Guiñazú foi o único time perto da vitória na Bombonera. Deixou escapar no último lance e pagou caro em Assunção

Schelotto, que por sua vez completaria dez anos de Boca em 2007, também participou das quatro, mas não ficaria para a reta final; sua única aparição na edição 2007 foi na estreia no 0-0 contra o Bolívar em fevereiro, despedindo-se em abril justamente após um 1-1 no Superclásico com o River pelo Clausura. El Mellizo, já veterano, iria ao Columbus Crew fazer história na MLS, mas aquela partida bastou para fazer dele, na época, o jogador mais vitorioso do clube. A dupla com Palermo já vinha cabendo há algum tempo ao jovem Palacio, com Mauro Boselli de reserva imediato.

No meio, Éver Banega, Pablo Ledesma e Neri Cardozo, produtos da base, suplantavam o cada vez mais frágil corpo de Battaglia. O miolo de zaga foi formado essencialmente por Daniel Cata Díaz, ex-Colón, e pelo paraguaio Claudio Morel Rodríguez, ex-San Lorenzo. No gol, o paraguaio Aldo Bobadilla, contratado para o agridoce segundo semestre de 2006, perdeu o lugar para o reforço Mauricio Caranta, que vinha do México. Dentre os reservas, o que melhor aproveitou foi o jovem Jesús Dátolo, opção regular do banco na reta final, inclusive 15 anos atrás.

Outros diversos jogadores participaram, especialmente na primeira fase, em que os auriazuis deram-se ao luxo de usar reservas mesmo contra três adversários de altitude: Cienciano, Toluca e Bolívar. Além de Dátolo e dos ídolos decaídos Schelotto e Battaglia, tiveram oportunidades na primeira fase os defensores Matías Silvestre, Jonathan Maidana e o meia Nicolás Bertolo, nenhum dos quais vingou no momento; oito anos depois, os dois últimos seriam titulares quando o River voltou a ganhar a competição, sendo os únicos a ganharem a Libertadores pela principal dupla do país.

Salvo um 3-0 sofrido para o Cienciano em Cuzco, não houve maiores sobressaltos na primeira fase: fora de casa, o 0-0 foi segurado contra o Bolívar no Hernando Siles e sofreu-se uma derrota normal por 2-0 para o Toluca. Na Argentina, 1-0 no Cienciano no estádio do San Lorenzo, um 3-0 sobre o Toluca e um inapelável 7-0 sobre o Bolívar, ambos jogos realizados no campo do Vélez. A grande turbulência no mundo Boca na primeira fase veio fora do campo: no fim de março, Rafael Di Zeo, chefão da barrabrava La 12, foi condenado à prisão por incidentes de 1999.

Os mata-matas, por sua vez, foram emocionantes. Para começar, restauraram nas oitavas-de-final a aura de clássicos que os encontros com o Vélez tiveram nos anos 90; o próprio técnico Russo vinha sendo encarado como traidor pela antiga torcida (que, por sua vez, agora era a treinada por La Volpe…). Que parecia derrotada ao assistir um categórico 3-0 no jogo que marcou o retorno do Boca à Bombonera em La Copa. Riquelme abriu e fechou os trabalhos: abriu o placar ainda no início, aproveitando livremente uma confusão na área, e a dois minutos do fim serviu assistência para o lateral Clemente Rodríguez concluir como um ponta.

Riquelme comemora a falta na neblina contra o Cúcuta, abrindo o 3-0 que reverteu derrota de 3-1. À direita, paródia da expressão “La Copa se mira y no se toca” com a sexta vez do Boca

Palermo, por sua vez, usou a cabeça no segundo tempo para encobrir a todos e fazer o 2-0. Foi uma redenção, pois havia perdido – surpresa? – um pênalti. O pênalti, aliás, foi originário justamente do lance mais marcante do duelo, protagonizado pelo goleiro velezano Gastón Sessa. Sem qualquer disputa séria pela bola, com Palacio já recolhendo o corpo conformado por Sessa agarra-la com tranquilidade, o goleiro soltou o pé no rosto do atacante. El Gato foi imediatamente expulso, e nem o desperdício da penalidade por Palermo limpou a barra de Sessa, demitido com justa causa no bairro de Liniers. Mas lá o adversário acreditou. E o resultado final seria amargo, pairando o grande “e se” caso Sessa não houvesse sido tão estúpido.

Ironia histórica, o futuro “traidor” Mauro Zárate, então a grande revelação velezana (havia sido o artilheiro do Apertura 2006), abriu o placar em menos de quinze minutos, bailando sobre Silvestre (que não voltaria a jogar na edição). Um gol olímpico empatou aos 32 com gol olímpico. De quem? de Riquelme. Mas logo o Fortín se reanimou: dois minutos depois, Ledesma foi expulso. E outros dois minutos depois, Zárate recebeu livre e repôs La V na frente, em verdadeira pane da zaga xeneize, que permitiu sem marcação que Maurito até dominasse no peito e girar antes de chutar. Faltando onze minutos para o fim, Ramón Ocampo conseguiu encobrir sem ângulo Caranta em um belo gol, mas pelo regulamento da época o Vélez precisaria ainda de mais dois gols. Não houve tempo e no minuto 90 os fortineros ainda sofreram a expulsão de Mario Méndez. Restou a honra lavada com o 3-1.

Pela frente, uma equipe sensação na edição 2006: o Libertad, que nela liderara o grupo do River, depois eliminara o próprio River nas quartas e só caiu para o futuro campeão Internacional nas semifinais (e após levar dois gols nos últimos dez minutos). Os alvinegros haviam perdido o técnico argentino Gerardo Tata Martino para a seleção paraguaia (e Bobadilla para o próprio Boca), mas o time de Pablo Guiñazú endureceu na Bombonera nas quartas-de-final de 2007: 1-1, e porque Palermo salvou a pele de Riquelme (que perdera pênalti) ao empatar aos 46 do segundo tempo; os visitantes haviam aberto o placar pouco antes, aos 32, em falta que contou com falha de Caranta. Palermo ainda chegou a empatar antes, mas em lance anulado por impedimento.

Em Assunção, os donos da casa mantinham até a última hora o 0-0 que lhes classificaria. Riquelme então apareceu. Recebeu no meio-campo e disparou contra os alvinegros, chutando na entrada da área para abrir o marcador. Dez minutos depois, o jogo já estava liquidado: em escanteio, Palermo ajeitou de cabeça a Palacio, que emendou de primeira para forçar o Libertad a repentinamente ter de virar a partida em vinte minutos.

Mas nada de tranquilidade: quando o Boca enfim pôde fazer o segundo jogo do mata-mata em casa, contra o Cúcuta, foi para reverter um 3-1 de virada fora para a equipe de Macnelly Torres (e do argentino Juan Manuel Martínez, o Burrito de Vélez, Corinthians e Boca). Os colombianos seguravam heroicamente o 0-0 até os 43 minutos. Foi quando Riquelme, de falta, pôs fogo em meio à forte névoa que mal permitia a visão. Com dez minutos, a cabeça de Palermo anotava o 2-0 suficiente para a classificação, e a de Battaglia (em seu segundo toque na bola no jogo) confirmou a nove minutos do fim, assistida por escanteio de Román.

O técnico Russo: título naquela Libertadores foi sua credencial para voltar ao Boca em 2020

Pela frente, um Grêmio que ressurgia meteoricamente após a emocionante saída da segundona em 2005. O Tricolor superou dois confrontos caseiros (São Paulo e Santos) que seriam três se o Flamengo, que estrilou contra seu único adversário na altitude (Potosí), não fosse eliminado pelo Defensor. Mas seria justo o mata-mata mais tranquilo, apesar de Mano Menezes contar consigo com alguns conhecedores dos atalhos da Bombonera: o principal deles, porém, perdera a posição para Teco, o lateral Rolando Schiavi – justamente o gremista carrancudo que decora a imagem que abre essa matéria. Sandro Goiano, presente na célebre vitória do Paysandu em 2003, fez dupla de volantes com o paraguaio Diego Gavilán, por sua vez ex-Newell’s. Por sua vez, o gol tinha Sebastián Saja, ícone de um San Lorenzo continuamente vencedor entre 2001 e 2002.

A aposta gaúcha era buscar o contra-ataque pela esquerda, aproveitando-se da velocidade de Lúcio e da revelação Carlos Eduardo. Palacio abriu o placar antes dos 20 minutos, mas o Grêmio teve sucesso na sua proposta na maior parte do jogo. Poderia até reclamar que o gol deveria ser anulado: Palermo, que tocara para o colega, estava impedido ao receber de Riquelme. Mas aos 12 do segundo tempo Sandro complicou a situação tricolor, sendo expulso após chutar o rosto de Banega. O goleiro argentino Saja foi incapaz de conter uma bomba do camisa 10 auriazul e depois foi traído no penúltimo minuto, com Patrício marcando contra – após outra jogadaça de Román, que bailara contra três gaúchos e arrancara rebote de Saja.

O Olímpico lotou do mesmo jeito na volta, mas os minutos que passavam mostravam que era algo protocolar. Só não ficou no 0-0 porque os argentinos, com um estranho calção amarelo (ainda mais estranho por destoar do tom dourado da faixa horizontal na camisa), acharam dois gols nos últimos vinte minutos. Ou melhor, Riquelme achou. E só não foi outro 3-0 porque Palermo, reforçando piadinhas, perdeu pênalti já após o 2-0. A conquista serviu para que o Boca se isolasse novamente, por algumas semanas, como time de mais troféus internacionais; o Milan, que acabara de igualar-se vencendo a Liga dos Campeões, se reigualaria com a Supercopa Europeia e o ultrapassaria no Mundial. O Boca reigualaria na Recopa 2008, até hoje seu último troféu internacional.

Essa dominância se refletiu na seleção argentina convocada por Alfio Basile à Copa América 2007, cheia de xeneizes – além de um Palacio como figurinha carimbada, houve espaço para reestreias de Cata Díaz (ausente desde 2003) e, sobretudo, do Negro Ibarra, que regressou após oito anos à Albiceleste. Riquelme era outro a voltar, desistindo temporariamente de sua renúncia à seleção, decisão que adiaria para 2009. Román também adiou por mais algum tempo que a camisa 10 da Argentina passasse a Messi e os dois juntos foram um deleite na maior parte daquele torneio. Pena para o futebol que o 3-0 da final ficou para Dunga…

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Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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