Exterior

O milésimo gol de Messi que (quase) ninguém se importou

Desde que vi Lionel Messi atuar pelo Sub-20 da Argentina, quando era a 12511º possibilidade de ser o ‘novo Maradona’, fiquei fã do jogador. Tanto que desde aquela época, eu, fissurado em números, comecei a busca por dados do atacante, como gols pela base, antes mesmo de sites fazerem o mesmo (hoje a grande referência é o Messi Stats). Sim, eu fiz uma planilha contabilizando os gols, assistências, seja em jogos festivos ou amistosos pelo Barcelona. A única coisa que me falta são os gols pelas categorias de base.

Lembro-me, por exemplo, da fatídica estreia pela Seleção, quando foi expulso com poucos segundos em campo, o que me fez levar a crer à época que ele não seria mais chamado, e, consequentemente, sequer iria para a Copa de 2006 – algo que não se confirmou. Ainda está em minha mente aquele golaço contra o Getafe, feito no qual aumentou as comparações com Diego. Gol na vitória por 5×2, que por ironia do destino, não foi o suficiente para ajudar o Barcelona a ir à final da Copa do Rei daquele ano, já que foi goleado na partida de volta.

Mas eu sempre quis os gols de Messi pelas categorias de base. Enviei e-mails para o Barcelona, solicitando o número de gols, e a contabilização sempre me foi negada. Não pensei à época em pedir ao Newell’s Old Boys, principalmente pelo tempo que ele ficou por lá (1994-1999, ou seja, dos 7 aos 12 anos).

E invejo um colega que conseguiu. Rodrigo Bueno, comentarista dos canais Fox Sports, no qual tive o prazer de conversar por diversas vezes durante a Copa América 2011, divulgou em seu blog que, no último domingo, contra o Levante, pela 18ª rodada do Campeonato Espanhol, marcou o seu milésimo gol. Obviamente, não como profissional.

De acordo com os dados levantados pelo jornalista, Messi marcou 234 gols em 176 jogos pelo Newell’s, segundo dados da Associação Rosarina de Futebol (uma espécie das federações estaduais que existem no Brasil). Seu primeiro gol registrado foi no dia 9 de abril de 1994. No mesmo jogo marcou outros três na vitória por 6×0. Já pelo Barcelona foram 105 gols entre infantil, cadete, juvenil, Barcelona C e B. Para se ter uma ideia, só havia em meus dados os 11 gols do Barça B e C. Ao todo foram 107 partidas pela base do Barça.

Descartando os gols na categoria de base – mas levando em conta dos gols em amistosos beneficentes e os amistosos de pré-temporada do Barcelona – o argentino está longe dos quatro dígitos: 661 gols, sendo o maior artilheiro da seleção argentina e da Liga Espanhola.

É muito improvável que ele consiga atingir os quatro dígitos, mesmo considerando os números acima. Caso mantenha a média de gols atual (0,74 gols por jogo), o argentino precisaria de mais 452 jogos para atingir os 1000 gols. Uma projeção média entre seis a sete temporadas, quando Messi já estiver com seus 37 ou 38 anos. Sem os gols festivos e amistosos, o número de jogos necessários aumentaria para 512, já que a média de gols é superior nesse quesito (0,80 gols).

Indiferentemente, Messi inicia o ano de 2018 com algo para os historiadores e fãs de números se debruçarem. E com uma Copa do Mundo no caminho, nada melhor do que aumentar as expectativas sobre o craque argentino, que pode jogar o seu último Mundial – mesmo podendo entrar em campo em 2022.

O ‘milésimo’ gol de Messi:

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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