Libertadores

Balanço dos seis argentinos que avançaram às oitavas de final da Libertadores

A fase de grupos da Libertadores chegou ao fim nesta quinta-feira. E as seis equipes que entraram nesta parte da competição conseguiram a classificação às oitavas de final. O único time argentino eliminado até agora foi o Banfield, que caiu para o Nacional do Uruguai na terceira fase.

Ainda assim, não há muita coisa a comemorar. Cinco dos seis times argentinos ficaram na segunda colocação de seus grupos. Uns conseguiram a classificação graças a outros resultados. Outros por mera incompetência em partidas tidas como ganhas.

Somente o River Plate, único argentino invicto, conseguiu a primeira colocação da chave. E por isso, pode ter confrontos locais, inclusive com possibilidade do Superclassico já em agosto. E é certo que haverá ao menos dois confrontos envolvendo times brasileiros e argentinos.

Confira o retrospecto de cada time argentino na fase de grupos da Libertadores e o que pode vir a seguir:

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[su_tab title=”Atlético Tucumán” disabled=”no” anchor=”” url=”” target=”blank” class=””]Pela primeira vez na história, um time de Tucumán disputará a fase final da Copa Libertadores da América. Segunda colocada no Grupo C, o Atlético Tucumán segurou o empate contra o Libertad-PAR, fora de casa, e conseguiu avançar como o segundo de sua chave, desbancando o tradicional Peñarol.

O começo não foi dos melhores. Perdeu para Libertad (0x2) e Peñarol (3×1) nas duas primeiras rodadas, sendo o primeiro duelo dentro de seu território. A classificação, no entanto, veio graças as duas vitórias sobre o The Strongest (2×1, fora, e 3×0, em casa), o que fez o clube ressurgir no torneio. Para continuar sonhando, tinha que pontuar nos dois jogos seguintes.

Contra o Peñarol, em casa, venceu por 1×0 e assumiu pela primeira vez a zona de classificação à próxima fase. Na última rodada, enfrentou um Libertard já classificado, mas jogando com o intuito de ser um dos melhores primeiros colocados, o que garante certa vantagem nas retas finais da Libertadores.

No dia 17 de maio, conseguiu segurar o empate sem gols e avançou no torneio. Nem mesmo a vitória do Peñarol possibilitou a classificação, restando de consolo a Sul-Americana.

Técnico do clube Tucumano, Ricardo Zielinski renovou com o clube para a próxima temporada. Contudo, deverá perder alguns jogadores, o que pode impedir o sonho de ir mais adiante na competição sul-americana.

Ismael Blanco, Maurício Affonso, Hernán Hechalar, Nicolás Romat, Nahuel Zárate, Dardo Miloc, Gonzalo Freitas, Matías Ballini, Emanuel Molina, Alejandro Melo, David Valdez e Alejandro Montiel são nomes certos que não permanecerão no clube, mas pelo baixo rendimento. [/su_tab]

[su_tab title=”Boca Juniors” disabled=”no” anchor=”” url=”” target=”blank” class=””]Como sempre, o Boca Juniors chegou à Copa Libertadores apontado como um dos favoritos. Mas dentro de campo não foi isso que a torcida xeneize viu. Um time bem diferente daquele que liderou com folga e conseguiu o bicampeonato argentino deixou muita gente desconfiada, principalmente pelo desempenho pífio do astro e “dono” do time Carlitos Tevez.

O Boca se classificou com apenas 9 pontos e chegou na última rodada não dependendo só de suas forças para passar. Com isso avançou como um dos piores segundos colocados e decidirá quase sempre fora de casa nas fases de mata-mata.

Porém para a sequência da temporada o torcedor começa a se animar, já que o time poderá ter reforços importantes. Os principais são Darío Benedetto que se lesionou gravemente no início do ano e também Fernando Gago. Mas o time ainda busca um goleiro (especulações malucas cogitaram até o nome de Buffon) e um meia. Por outro lado, corre o risco de perder o atacante Pavón, melhor jogador do time no ano e convocado para a Copa do Mundo por Jorge Sampaoli.

Bota medo mais pela camisa e história do que propriamente pelo futebol jogado até aqui, mas se tratando de Boca é melhor não esquecer aquele velho ditado do futebol: “deixou chegar…[/su_tab]

[su_tab title=”Estudiantes LP ” disabled=”no” anchor=”” url=”” target=”blank” class=””]O argentino que mais sofreu nessa Libertadores conseguiu uma classificação heroica na última rodada. O time que até a metade do segundo tempo de sua partida estava na última colocação do seu grupo e não conseguindo nem a vaga para a Copa Sul Americana, conseguiu uma virada histórica para cima do Nacional do Uruguai por 3-1 e passou na segunda posição, superando o adversário no saldo de gols.

Os Pincharratas fizeram uma Superliga Argentina abaixo das expectativas, terminando na 16ª posição, longe de qualquer zona de classificação para os torneios continentais do ano seguinte. Trocou de treinador no meio da competição – saiu Lucas Bernardi e entrou Leandro Benítez como interino – e demorou a se reencontrar. Na reta final do campeonato nacional foram 3 derrotas e 1 empate, além de ter perdido 2 vezes seguidas para o Santos na Libertadores.

Com um time experiente – e considerado por muitos até envelhecido, conta ainda com 3 campeões da sua última Libertadores em 2009: o goleiro Andújar, o zagueiro Desábato e o volante Braña. Além do experiente Pavone como centroavante.

Assim como o Boca, o Estudiantes chega à próxima fase botando mais medo pela mística do que pelo futebol dentro das quatro linhas. De qualquer forma, é bom não menosprezar.[/su_tab]

[su_tab title=”Independiente” disabled=”no” anchor=”” url=”” target=”blank” class=””]De volta à Libertadores por meio de mais um título continental (campeão da Copa Sul Americana de 2017) o Rojo tomou um susto no início, mas não passou por tantas dificuldades na primeira fase. Apesar de ter perdido jogadores importantes, como o atacante Barco no início da temporada, o time conseguiu fazer um campeonato regular e garantir a classificação.

Logo na primeira partida o Independiente foi derrotado pelo Deportivo Lara da Venezuela por 1-0, colocando a pulga atrás da orelha da torcida. Mas se recuperou com a vitória em casa diante do Milionários da Colômbia e a partir daí travou uma disputa particular com o Corinthians pelo primeiro lugar do grupo. Perdeu em casa para os brasileiros, mas venceu em São Paulo, igualando tudo. Por fim, termina na segunda posição pelo saldo de gols.

A Libertadores vira obsessão para o Rojo porque assim como o rival Racing, o time não garantiu sua classificação à próxima edição via Superliga Argentina. Com isso só retorna se for campeão (o que não consegue desde 1984) ou através de uma combinação de resultados que incluem o Boca e o San Lorenzo vencendo a LA e a Sula respectivamente.

Para a sequência da competição a expectativa fica por conta de Maximiliano Meza, convocado para a disputa da Copa do Mundo. O jogador já desperta o interesse do Borussia Dortmund e pode deixar a equipe após o Mundial. Quem deve permanecer é o volante uruguaio Diego Rodríguez, que tem contrato somente até junho. Representantes do atleta se reunirão com a diretoria do Independiente para selar a permanência do jogador para o restante da temporada. [/su_tab]

[su_tab title=”Racing” disabled=”no” anchor=”” url=”” target=”blank” class=””]A derrota para o Cruzeiro na última rodada da fase de grupos foi apenas um dos fatores que impediu o Racing de assumir a liderança do grupo. De fato, o que impediu o clube de ficar na ponta foi o incrível saldo de gols do Cruzeiro. As vitórias por 7×0 sobre o a La U, e 4×0 sobre o Vasco, impulsionaram o clube mineiro para a liderança da chave, com 11 pontos e 10 gols de saldo.

Pode-se dizer que até hoje o empate por 1×1 contra a Universidad de Chile, na segunda rodada, custou caro. Muito pela displicência. Algo que se repetiu na partida contra o Vasco, em São Januário, quando vencia por 1×0 e perdeu inúmeras oportunidades de gol, e acabou cedendo o empate.

Dentro de casa, o Racing foi impecável. Venceu o Cruzeiro, com autoridade, por 4×2, fazendo o nome de Lautaro Martinez a despontar em terras tupiniquins. Contra o Vasco, até poderia ter saído com um placar ainda mais elástico, não fosse os dois pênaltis perdidos por Lisandro López. O pior jogo foi contra a La U, novamente em casa.

Como baixas, certamente terá Lautaro Martinez e Ricardo Centurión. Por outro lado, o atacante do Monterrey Rogelio Funes Mori pode pintar nos lados da Academia.[/su_tab]

[su_tab title=”River Plate” disabled=”no” anchor=”” url=”” target=”blank” class=””]Entre altos e baixos no campeonato argentino, o River Plate assegurou nesta quarta-feira a liderança do Grupo D, após o empate por 2×2 contra o Flamengo. Classificado com uma rodada de antecedência, o River não perdeu no torneio e conseguiu pontos valiosos fora de casa.

A começar pela partida de estreia contra o próprio Flamengo. Ainda que com erros de arbitragem, o time argentino conseguiu arrancar o empate por 2×2 em um Engenhão vazio, devido a punição ao rubro-negro. O empate sem gols contra o Independiente Santa Fé, em casa, chegou a colocar dúvidas de onde esse clube poderia chegar. Mas era uma questão de tempo.

Na terceira rodada, conseguiu recuperar os pontos perdidos fora de casa. Venceu o Emelec, por 1×0, e voltou a parte de cima da tabela, em uma chave equilibrada. Conseguiu ser contundente contra o próprio clube equatoriano, vencendo por 2×1, e sacramentou a classificação contra o Independiente, fora de casa, em uma vitória por 1×0. O resultado foi bom também para o Flamengo.

Para o segundo semestre, o River pode perder o goleiro Armani, que provavelmente será o titular da Argentina na Copa do Mundo. A Juventus, da Itália, estaria interessada no arqueiro. Mora também pode deixar o clube pelo fim do contrato. Outros nomes, entretanto, poderiam aparecer no ‘Millo’, como Pol Fernandez, do Godoy Cruz, e o volante Kranevitter. [/su_tab]
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Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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