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B Nacional: Instituto deixa Atlético Tucumán de quatro e volta a dividir liderança com River

Um passeio em campo. Foi assim que o Instituto atuou na cancha do Tucumán

Em visita ao Atlético Tucumán, um dos adversários mais difíceis de ser batido em sua cancha, o Instituto de Córdoba goleou por 4×0 e deixou um recado para os seus rivais: quando acerta seu jogo fica quase impossível de não destroçar qualquer adversário da B Nacional. No primeiro tempo, La Glória foi ligeiramente superior, mas com excesso de toque pouca profundidade no seu jogo. No segundo, atuou com tal contundência que os quatro gols ficaram de bom tamanho para o pobre Tucumán. Mais que o resultado, porém, foi a qualidade da exibição de La Glória, responsável pelos aplausos da pouco receptiva torcida local do Decano. Apesar do grande jogo coletivo da equipe, vale destacar a excelente exibição de Paulo Dybala. Mais uma para afirmar a jovem promessa de La Glória como um possível grande jogador do futebol argentino. Possivelmente, o melhor entre os futuros craques que vestirão a camisa da Albiceleste.

Desde o princípio da partida, o Instituto deu mostra de sua superioridade diante do irregular Atlético de Tucumán. Mesmo atuando em casa, o Decano foi amplamente dominado por La Glória, que desfilou seu futebol como se estivesse em Córdoba. Por um lado, o planejamento e compactação permitiam ao visitante que dominasse o meio-de-campo e ocupasse o campo de defesa do Tucumán. Por outro, a rapidez com que saía principalmente pelos flancos deixava a defesa local como vitimada por um porre. Na primeira etapa, “La Glória” chegou duas vezes com perigo ao arco de Lucas Ischuk e por pouco não abiu o marcador.

Já o Decano dava algum sinal de vida quando a zaga visitante se atrapalhava ao tentar sair jogando, como é da vontade de seu comandante Darío Franco. Aos 33 minutos, após uma jogada de bola parada, o Decano teve uma ótima chance de marcar, mas Chiarini chegou bem na jogada e impediu a marcação do gol. Embora superior na primeira etapa, o Instituto se ressentiu de certa profundidade e o placar não foi de todo injusto.

Na segunda etapa, a contundência de “La Glória” se materializou em quatro gols. Logo aos seis, Lagos foi o nome do gol que de cabeça abriu o placar em Tucumán: 1×0 Instituto. Com o gol, o Tucumán se perdeu ainda mais na cancha: lhe faltava organização, toque de bola, meio-de-campo e alma. Por outro lado, o Instituto deu novamente o exemplo de que quando a equipe de Franco acerta o seu jogo nenhum de seus rivais parece habilitado para derrota-lo.

Assim que, enquanto o Decano não sabia onde estava, La Glória atuava como se estivesse dentro de casa. Atacava pelos dois flancos do campo, pelo centro e através das jogadas bem ensaiadas de bola parada. Em excelente jornada Filepppi, Dybala e Lagos os visitantes faziam o que desejavam com a pobre defesa do Decano.

Foram muitas as oportunidades de ampliar o placar. Em uma delas, aos 23, Dybala fez um golaço e saiu para o abraço. O técnico Juan Manuel Llop tentava o que podia, mas nada conseguia fazer para impedir o verdadeiro desfile de La Glória. Já no final do cotejo, aos 44, Fileppi premiou sua ótima jornada com um golaço. Dois minutos depois, López Macri fechou o caixão do pobre Decanao. O resultado final foi 4×0 para o visitante: foi pouco; poderia ter sido muito mais pelo volume, pela organização e pela qualidade do futebol de La Glória. Ao fim, parte dos 20 mil hinchas que estavam no estádio José Fierro aplaudiram os jogadores visitantes em sinal de admiração e respeito.

Agora o Instituto se prepara para uma das finais da competição. Vai receber em alta Córdoba o ganancioso Central. Por sua vez, o Atlético Tucumán será visitante na cancha do Gimnasia Jujuy.

Formações

Atlético Tucumán: Lucas Ischuk; Carlos Fondacaro, Rodrigo Herrera, Carlos Mosset, Edgardo Galíndez; Federico Barrionuevo (César Montiglio), Silvio Iuvalé, Diego Barrado, Sebastián Longo; Cristian Palacios (Daniel Salvatierra) e Mariano Martínez (Jairo Castillo). Técnico: Juan Manuel Llop.

Instituto: Julio Chiarini; Raúl Damiani, Osvaldo Barsottini (Lucas Bustos), Juan Ignacio Sills; Hernán Encina, Ezequiel Videla, Claudio Fileppi, Franco Canever (Cristian Gaitán), Alejandro Gagliardi; Paulo Dybala (López Macri) e Diego Lagos. Técnico: Darío Franco.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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