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105 anos do Superclássico de Avellaneda

Cilindro em dia de Racing x Independiente

Há quem diga que um Racing – Independiente é mais importante que um Boca – River. Outros, mais cautelosos, afirmam que ambos os clássicos estão no mesmo nível. Alguns discordam desta afirmação e alegam que não existe uma forma precisa para serem comparados, mas o ponto de equilíbrio entre todos estes argumentos reside na paixão e fanatismo que divide duas grandes torcidas e dois times de histórias gloriosas.

Cada vez que entram em campo para uma nova partida, Rojo e Academia carregam uma rivalidade que hoje completa 105 anos. Para quem já teve a oportunidade de assistir ao vivo ou mesmo pela televisão a um destes jogos, sabe que o espetáculo proporcionado no momento em que as equipes pisam no gramado é algo de uma beleza rara e inigualável. O antagonismo provocado pelas cores que distinguem cada clube; o vermelho vivo e forte do Independiente versus o celeste e branco harmônico e tradicionalista do Racing, causam um efeito visual tão impressionante que torna-se inevitável para alguém que até então seja neutro no confronto, não tomar partido por algum dos dois lados.

Diego Milito com a camisa do Racing de 2001

Tanto é assim que em 2001 o Superclássico de Avellaneda quase separou uma família: os Milito. Dois irmãos se enfrentaram dentro de campo. O mais velho, Diego, era a referência no comando de ataque racinguista e foi duramente marcado pelo irmão mais novo, Gabriel, xerifão da zaga do Rojo. Entre insultos e jogadas ríspidas, Diego pedia ao árbitro que expulsasse o irmão, que respondia: “não seja um vigilante”. Nas tribunas do estádio do Lanús (naquela temporada, Racing e Independiente foram impedidos de mandarem o clássico em Avellaneda), Jorge Milito, o pai, e Mirta Milito, a mãe, se perguntavam: “o que está acontecendo com estes dois?”

Em uma determinada jogada naquela tarde, os dois correram para disputar um lance próximo a linha lateral. Diego já vinha reclamando do excesso de violência do irmão com Horacio Elizondo, árbitro da partida. Cansado de sofrer com as faltas de Gabriel, o atacante resolveu vingar-se e entrou forte no defensor. Mirta Milito não podia acreditar no que estava vendo, os dois filhos já tinham recebido o cartão amarelo antes por discutirem.

“Tive medo quando os dois iam na mesma bola porque já estavam com cartão e porque estavam se estranhando desde o começo do jogo. Quando chegarmos em casa, vou reunir os dois em um quarto para saber o que aconteceu. Não gosto que briguem, então esta noite vou puxar a orelha dos dois”, dizia uma mãe que ainda os enxergava com olhos “coruja”. Para o bem da família, naquele dia o placar terminou em empate.

O irmão, Gabriel Milito, na mesma época, mas com a camisa do Rojo

O COMEÇO EM AVELLANEDA

Se existe algo de que o torcedor da Academia se orgulha, é de ter sido o primeiro em chegar a Avellaneda. O clube nasceu no dia 25/03/1903 fundado por operários de Barracas al Sur, que seria renomeada no ano seguinte com o sobrenome do ex-presidente argentino Nicolás Avellaneda. O uniforme era parecido com o atual; camiseta celeste com detalhes em rosa.  Foi batizado com o nome de uma revista de automobilismo: Racing Football Club.

O Independiente, fruto dessas curiosidades que só o futebol compreende, surgiu exatamente dois anos depois em 25/03/1905, mas o lugar de nascimento não foi Avellaneda. Funcionários de uma empresa inglesa irritados por não poderem jogar pela firma resolvem criar seu próprio time, e na Plaza de Mayo fundam o apropriadamente chamado Independiente Football Club.

Os diablos só se mudaram para o lugar onde permanecem até os dias de hoje dois anos após a fundação, em 1907. Assim como o Racing ainda não era blanquiceleste, o Independiente só viria a ser Rojo posteriormente: sua camiseta original era toda branca com detalhes nas bordas em azul. O escudo era diferente do atual; um retângulo azul marcado por um “X” com as iniciais do clube. Era uma herança indireta do St. Andrew’s, o primeiro campeão argentino, abordado pelo Futebol Portenho aqui. A cor vermelha como principal referência do Independiente só foi adotada um ano depois, em 1908.

Naquela época, Avellaneda vivia uma efervecência de clubes exitosos. Riachuelo, General Paz, Club Avellaneda e Remember eram alguns dos que faziam mais sucesso na região. Entre eles e aos poucos, também figurava o Racing, que começava a se destacar nas categorias mais baixas do futebol argentino. É este o cenário que o Rojo se depara ao chegar em sua nova casa; precisaria de algum feito importante para ganhar o respeito dos demais.

O PRIMEIRO JOGO

A terceira divisão foi o pano de fundo para o primeiro embate na história deste clássico. E logo pôde-se saber que este seria um encontro que para sempre seria rivalizado. Em 1907, a Academia vinha muito bem no torneio: invicta e com apenas dois pontos perdidos frutos de inesperados empates. Disputava a liderança com San Isidro e Atlanta. Já o Rojo vinha cambaleando e sendo duramente golpeado pelos adversários.  Tinha sofrido mais de 40 gols na competição o que prognosticava uma vitória fácil do favorito Racing. O encontro estava marcado para o domingo, 09/03/1907.

Numa demonstração de que estavam claramente incomodados com a chegada de um novo time à região, simpatizantes racinguistas pintaram na ponte Ferrocarril Sud, que dava acesso à antiga “cancha” do Rojo, que o resultado domingo seria um 40 x 0 pró-Racing.

Mas com a bola rolando as coisas se mostraram bem diferentes. O primeiro tempo termina com um surpreendente 2 x 0 para o Independiente, que atuava como mandante. Na volta do intervalo o duro choque de realidade e o empate veio rápido. O resultado era péssimo para o Racing, mas podia ser comemorado pelo Rojo que conseguia um ponto diante de um rival muito mais bem preparado. Quando tudo indicava que o primeiro embate na história terminaria empatado, o atacante e um dos fundadores do Rojo, Degiori, num veloz contra-ataque marcou o gol que dava a vitória ao Independiente aos 42′ do segundo tempo!

Formações daquele dia:

INDEPENDIENTE 3  x 2 RACING

Independiente: A. Bazzara; E. González e L. Paitz; F.  Zetti, J. Hermida e M. Degiorgi; A. Pomarini, A. Arregui, J. Tagliaferro, M. Peluffo e R. Degiorgi.

Racing: R. Marengo; A. Mignaburu e M. Delucchi; P. Werner, Juan Ohaco e A. Larralde; B. Ochoa, J. Collazo, L. Bruzzone, B. Ibáñez e A. Piatti.

14h45 domingo, 09/03/1907
Estádio: Independiente
Árbritro: L. Watson

NOS TEMPOS DO FUTEBOL AMADOR

Depois daquele primeiro jogo, treze jogadores do Racing decidiram deixar o clube e foram buscar um lugar no (futuro) Rojo. Todos foram aceitos e acabaram formando a primeira equipe do Independiente que conseguiria ascender à segunda divisão, em 1911. Neste ano mesmo ano, a Academia também conseguia sua passagem, mas para a primeira categoria do futebol do país.

Nestes primeiros anos de confronto, as partidas se caracterizaram por serem muito equilibradas. Em 1912, o Independiente se junta a um grupo de clubes liderados pelo Gimnasia y Esgrima de Buenos Aires e criam uma nova liga de futebol, a “Federación Argentina de Fútbol (FAF)”, desafiliando-se da AFA, uma cisão explicada no especial que dedicamos ao GEBA. Durante o período que o Rojo jogou baixo as regras da FAF (três anos no total, entre 1912 e 1915, chegando a ser vice-campeão no primeiro ano), não houveram clássicos. O Racing se manteve fiel à AFA.

A Academia, como apelido racinguista, surgiria entre os anos de 1913 a 1919, quando o clube teve seu auge, vencendo sete campeonatos seguidos, algo até hoje nem mesmo igualado na Argentina. Conseguiu ainda abrir uma vantagem sobre o rival de 4 vitórias. O balanço geral do período amador indica um total de 9 títulos do Racing contra apenas 2 campeonatos do Independiente. No ano de 1927, o Rojo aplica um verdadeiro massacre, goleada por 7 a 4 que não seria esquecida pelo lado celeste e branco de Avellaneda e que alcançaria sua vingança logo na primeira partida da era profissional.

NA ERA PROFISSIONAL

A primeira partida nos tempos do profissionalismo estava marcada para 31/05/1931, porém o Racing não conseguiu armar em tempo sua equipe e solicitou o adiamento do clássico, o que foi aceito pelo Rojo. O jogo adiado finalmente foi realizado no dia 27/09/1931 e a Academia provou o doce gosto da revanche. Devolveu a goleada sofrida quatro anos antes e bateu o rival pelo mesmo placar: 7 x 4.

Esse também é o clássico do futebol argentino que até hoje mantém o recorde de maior número de gols.

Foto do primeiro jogo no profissionalismo

RACING 7 x 4 INDEPENDIENTE

Racing: Juan Bottaso; José Della Torre e José González; Benjamín Marsiglia, Juan Gil e Antonio De Mare; Natalio Perinetti, Alberto Fassora, Alfredo Devicenzi, Vicente Del Giúdice e Roberto Mellone.

Independiente: Francisco Doro; Felipe Cherro e Luis M. Fazio; Ernesto Bartolomedi, Alberto Vivanco e Juan Ferrou; Roberto Porta, Enrique Fernández, Luis A. Ravaschino, Manuel Seoane e Ernesto Betinotti.

Gols: PT: 14 Fassora (Racing); 15 Seoane (Independiente); 21 Devicenzi (Racing); 25 Porta (Independiente); 27 Del Giúdice (Racing); 29 Mellone (Racing); 31 Cherro (pênalti) (Independiente); 41 Mellone (Racing). ST: 5 e 13 Del Giúdice (Racing); 24 Betinotti (Independiente).

Estádio: Racing
Árbitro: Celestino Destaillats

Em 1932, o Racing encontra a primeira vitória nos domínios do rival, que tinha seu estádio no cruzamento das ruas Alsina e Cordero. Foi outra goleada, desta vez um 1 x 4 para os racinguistas. Quatro anos mais tarde, em 1936, a primeira confusão que levou uma partida entre os rivais precisar ser interrompida. A partida seguia empatada em 1 a 1 quando um pênalti foi marcado a favor do Rojo, o que gerou fortes protestos e o árbitro do encontro resolveu suspender a partida. Dias mais tarde, a AFA decidiu dar os pontos ao Independiente.

GOLEADA HISTÓRICA EM 1940

O Rojo encontrou sua maior goleada sobre o rival no dia 03/11/1940, quando bateu o Racing com um inesquecível 7 a 0, que até hoje segue sendo a maior diferença de gols em uma partida entre grandes do futebol argentino, com dois gols cada de Arsenio Erico, Vicente de la Mata e José Zorrilla e outro de Raúl Leguizamón. Mas essa talvez tenha sido a última alegria do Independiente nas décadas seguintes. A partir daí, foi uma hegemonia acadêmica.

Entre 1949 e 1951, o Racing fatura três títulos (primeiro tricampeão seguido no profissionalismo, igualando de uma vez as três conquistas profissionais já obtidas pelo rival), e de 9 confrontos contra o Rojo, vence 8. Em 1954, o Independiente alcança a sua primeira vitória no clássico de Avellaneda jogando no Cilindro (erguido em 1951, para os primeiros Jogos Pan-Americanos), 1 X 4.

O Independiente teve bons momentos nos anos 50, chegando a transportar toda sua linha ofensiva para a seleção, que em quatro amistosos utilizou um ataque formado pelos rojos Rodolfo Micheli, Osvaldo Cruz, Douglas Cecconato, Carlos Lacasia e Ernesto Grillo. Mas foi uma década de seca até 1960, quando o clube saiu da fila de doze anos com o título argentino, tendo ironicamente grande ajuda do tradicional rival. Uma vitória do Racing sobre o Argentinos Juniors em La Paternal deixou a taça nas mãos do Independiente.

26/11/1961, o dia em que o campo de jogo virou um verdadeiro campo de batalha. Nada menos do que 8 jogadores foram expulsos, quatro para cada lado. Nas décadas de 60 e 70, o Rojo conseguiu se sobrepor sobre o Racing, com três campeonatos contra dois racinguistas.

Em 1965, algo insólito ocorreu. A Academia vencia o clássico atuando na casa do rival por 2 a 0. Na sequência da partida, o Rojo teve dois pênaltis marcados e conseguiu empatar. Reclamações do lado do Racing levaram à expulsão de 5 atletas e partida foi encerrada por falta de jogadores no lado visitante. Curiosamente, a AFA não alterou o resultado final e o encontro terminou empatado em 2 a 2.

SORRISO ROJO

Agora o ano era 1967 , uma goleada por 4 a 0 sobre Academia – recém-campeã intercontinental, a primeira na Argentina a conseguir – sacramenta o título daquele ano para o Independiente. A década seguinte foi completamente dominada pelo Rojo, conquistava três campeonatos enquanto os racinguistas iniciavam seu jejum de títulos que durou 35 anos.

No balanço desta época, foram jogados 31 clássicos com 16 vitórias do Independiente contra apenas 4 triunfos do Racing. O Rojo assumia uma paternidade sobre o rival que jamais voltaria a perder. E ela veio no superclássico jogado em 02/12/1974, uma vitória por 1 x 3 no Clindro de Avellaneda.

Nos anos seguintes, em 1974 e 1975, num período exato de um ano, o Independiente aplicou a mesma goleada por 5 a 1 sobre o maior rival e atuando como visitante. E, talvez mais dolorosamente para os blanquicelestes: o Rojo igualou a conquista intercontinental em 1973, em um período em que se tornava o recordista de títulos da Libertadores, conseguindo quatro seguidas (também um recorde no torneio) entre 1972 e 1975.

Somando este tetra consecutivo aos títulos de 1964 e 1965 e o de 1984 (ano da segunda intercontinental roja), os diablos são heptacampeões da competição, sendo os maiores vencedores dela.

TABU ACADÊMICO E O DIA DO AVIÃO

Os anos de 80 foram uma mistura de emoções para os torcedores do Racing. Ao mesmo tempo que sofereram com o descenso da equipe em 1983, sustentou uma invencibilidade de 11 anos sobre o Independiente, de 1984 até 1995. Vale lembrar que nos anos de 1984 e 1985, o clássico não foi jogado, uma vez que a Academia combatia na segunda divisão.

Enfrentavam-se na velha Doble Visera (demolida para dar lugar ao atual Estádio Libertadores de América). A torcida racinguista resolve “homenagear” os rivais e aluga um avião que sobrevoava o estádio puxando uma faixa com os dizeres: “ROJO AMARGO 11 ANOS”, em alusão ao período que a Academia sustentava a invencibilidade. Porém, tratou-se de uma “invencibilidade” um tanto quanto curiosa, já que no total de 16 partidas, foram apenas 4 vitórias do Racing e 12 empates!

Capa do Olé no dia seguinte do "apagão" na cancha do Rojo

Depois de seis anos sem vencer o Rojo, a Academia consegue quebrar o jejum em uma partida que precisou ser jogada em dois dias. Quando o Racing vencia por 2 a 0 na casa do Independiente, a luz do estádio foi cortada e o árbitro decidiu suspender a partida que só foi reiniciada três dias depois e terminou com uma vitória por 3 a 1 dos visitantes.

Os anos 2000 foram mais complicados para ambos os clubes. A crise financeira e a violência das torcidas aumentavam em ritmo acelerado. Em 16/12/2000, o Rojo vencia o Racing por 2 a 0 e uma briga nas arquibancadas interrompeu o encontro.

Em função disto, em 2001, os dois times perderam o direito de mandarem o superclássico de Avellaneda em suas “canchas”. Por isso o primeiro encontro daquele ano, a mando do Racing, foi jogado no Moumental de Nuñez e o resultado foi uma goleada do Rojo por 4 a 1. A volta foi disputada no estádio do Lanús e terminou empatado 1 a 1.  Mas no ano seguinte, o triunfo do campeonato de 2001 finalmente desatou o nó na garganta dos racinguistas que puderam soltar o grito de campeão depois de 35 anos, quebra de um tabu que foi retratada pelo FP aqui.

NÚMEROS DO CLÁSSICO

Arsenio Erico, maior goleador do confronto (e do futebol argentino)

A superioridade do Rojo fica comprovada nas estatísticas. Dos cinco maiores goleadores da história do confronto, os três primeiros são ex-jogadores do Independiente; Arsenio Erico, paraguaio, com 19 gols, lidera a lista e é também o maior artilheiro do futebol argentino (293 gols, junto com Ángel Labruna). Vem seguido por Vicente de la Mata, com 10 gols, e Ricardo Bochini, com um tento a menos.

Llamil Simes, com 8 gols e Omar Corbatta, com 7, são os maiores goleadores racinguistas do duelo. Até hoje, foram jogados 179 partidas com uma cômoda vantagem do Independiente, que possui 69 vitórias contra apenas 48 triunfos do Racing.

Em confrontos internacionais, cruzaram-se apenas em uma oportunidade e a Academia levou a melhor. Foi na Supercopa Libertadores de 1992. Uma vitória no Cilindro por 2 a 1 e um empate em 1 a 1 na cancha do rival, deram o passe ao Racing para a próxima fase.

No último encontro, realizado no estádio do Rojo neste ano, outra vez goleada por 4 a 1 dos locais que começaram perdendo, mas conseguiram dar a virada.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

13 thoughts on “105 anos do Superclássico de Avellaneda

  • Renato Pais da Cunha

    Cada vez mais, vocês do FUTEBOL PORTENHO me surpreende com textos e matérias maravilhosas como essa!!! Parabéns!!!

  • Caio Brandão

    Realmente, PRIMOROSO o retrato feito pelo colega Leonardo. E vamos que vamos, Academia!

  • Douglas

    Grande história, muito bem retratada pelo ótimo Leonardo Ferro. Sou Independiente, mas essa foto do Cilindro é espetacular!!!

  • Tvinicius

    Grande matéria, um texto sensacional sobre um dos maiores clássicos do mundo.Vamo vamo academia.

  • Maicon

    Belíssimo texto sobre este grande clássico argentino, de goleada o maior clássico de bairro do mundo!

  • Anderson

    Faltou enfatizar o ano de 1983, que talvez foi um dos maiores (senão o maior) jogos entre estes dois grandes clubes. Ano em que o no ultimo jogo o Rojo foi campeão, e de quebra a Academia foi rebaixada a segunda divisão.

  • Márcio Millo

    sensacional

  • Navarro Montoya

    SE SI SENOR YO SOY DEL ROJO, SE SI SENORE DEL CORAZON, PORQUE ESTE AÑO DE AVELLANEDA, DE AVELLANEDA SAIO EL NUEVO CAMPEON!!!!!!
    OOOOOOOOVAMOS ACADE, ACADE,ACADE,VAMOS ACADE!!!!!!!!!!!!!!!!

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