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A queda de um gigante

Foto: Heuler Andrey

De Buenos Aires – Choro, dor, decepção, raiva. Tais palavras são mínimas para explicar o atual momento do River Plate. O empate em 1×1 com o Belgrano, com direito a pênalti desperdiçado, jogou um dos times mais populares da Argentina para a B Nacional e homologou o acesso do Belgrano para a divisão de elite do futebol argentino.

Ninguém poderia imaginar um momento tão dramático para uma equipe tão popular. A queda de um gigante argentino não se compara a nenhum dos clubes do Brasil. Jornalistas de todo mundo, torcedores millonarios, nenhum deles acreditou quando Farré empatou um jogo que estava nas mãos do River.

E imaginar que este poderia ser uma partida fácil. O inicio da partida foi uma das melhores do River em todo o Clausura. Impôs uma velocidade absurda, mas com direito a susto. O gol anulado aos quatro minutos do primeiro tempo era um pressagio. Mas, antes disso, veio um gol logo no minuto seguinte, num chute de Mariano Pavone, sem chances para Olave.

Mas, a agonia não tinha fim. O River não soube aproveitar de seu bom momento para ampliar a vantagem. Dominava, mas não controlava o jogo. Os jovens que despontaram como craques nas divisões de base, se mostraram totalmente crus para decisões. Lamela, tido como a principal revelação do clube, está longe de ser um diferencial. Os demais, sequer conseguiam ficar com a bola nos pés. E pensar que um pênalti não marcado naquele momento poderia ser crucial para outro resultado. Mas, veio em um momento pior…

No segundo tempo, ao invés de se tranqüilizar, o River entrou em desespero. O futebol fraco do Clausura voltou a ativa e isso fez o Belgrano gostar da partida, apesar da fragilidade da equipe. E aos 16 minutos, depois de tantas investidas por parte do time de Córdoba, finalmente o gol. O volante Farré apareceu como homem surpresa e fez o que nenhum torcedor do River entrar na realidade. A B Nacional era questão de tempo, mas ninguém podia crer.

Se fazer dois gols era difícil, fez três era mais do que improvável. Em nenhum momento no no Clausura o River conseguiu fazê-lo. E quando teve uma oportunidade de tentar fazê-lo desperdiçou. Após um pênalti inexistente, Mariano Pavone praticamente recuou para Olave, num chute fraco. Foi o momento que a ficha caiu. Depois disso, o desespero aumentou. Os torcedores que seguravam o choro desabaram. Os que ainda não queriam chorar estavam em um grau de desespero, que virou vandalismo. Após mais um momento de demora do goleiro do Belgrano, a torcida começou destruir o Monumental, jogando cadeiras, pedaços de maneira dentre tantos objetos, que fez o árbitro Sergio Pezzotta. Era o fim de uma tragédia que estava apenas começando.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

7 thoughts on “A queda de um gigante

  • David Costa

    Eu sou torcedor do River na Argentina, estou obviamente triste com a queda do maior campeão do campeonato Argentino da era profissional, a queda do River não é ruim só para o futebol argentino mas sim para o futebol sulamericano, um gigante desabou, mais eu tenho que reconhecer que o River fez mais do que muito esforço para cair, um time fraco com jogadores veteranos e jovens promessas, por incrível que pareça a queda do River pode ser boa, todos os grandes que cairão no Brasil subiram e melhoram muito, o River provavelmente irá conseguir o acesso na próxima temporada, mais o clube tem que passar por uma gigantesca reformulação, ao começar pela mudança do elenco que é fraco com raras exceções, o sofrimento é grande, mas, não pode ser eterno, é hora da torcida abraçar o time, o futebol mundial está de luto.

  • As imagens que eu vi hoje pela televisão do jogo me impressionaram muito. Era uma tragédia anunciada e a polícia argentina não parecia estar preparada para o que todos já sabiam: o River tinha tudo para cair para a Nacional B.

    O início foi de muita esperança. Eu mesmo pensei que o Belgrano não iria aguentar. Mais depois da trombada dos zagueiros do River que ocasionou o gol de empate do Belgrano o rebaixamento era questão de tempo. O penâlti perdido foi apenas mais um toque de crueldade contra os fanáticos torcedores do River.

    Fiquei muito triste pelo River. Ver o desespero dos torcedores no Monumental de Nuñez foi deprimente. Não desejo isso para nenhum torcedor. No final, cenas lamentáveis de alguns “torcedores” que acuaram um casal de meia idade e atiraram pedaços de pau nos dois indefesos. Faltou segurança aos diretores do River!

    Espero que o rebaixamento do River sirva de lição, assim como serviu de lição para grandes clubes brasileiros. Cair para B não é o fim da história. Pode ser o recomeço…

  • TORÇO PARA O BOCA JÚNIOR, MAS NÃO QUERIA A QUEDA DO RIVER. FOI DOLORIDO. A TORCIDA NÃO MERECIA. VOCÊS VÃO VOLTAR RIVER! ESTAREI TORCENDO MUITO POR ISSO.

  • igor carter

    quer dizer então q nos xeneizes só teremos os supercláasicos de verão para ganhar. depois do #yoteviultimo , vem o #yotevienlanacionalb

  • Esse sistema criado para favorecer os grandes da Argentina acabou tendo o feito contrário, já que a campanha do River dentro deste campeonato foi até que boa, mas ele colhe os frutos das temporadas passadas. Elenco fraco, com alguns bons talentos é verdade, jogadores barrados sem qualquer justificativa e dividas. A segundona foi um presente pro River. Quem sabe agora criam vergonha na cara e mudam as coisas por lá. E é bom o Boca abrir bem o olho também, por que o atual time da Bombonera não mete mais em ninguém!!!!!

  • Ohara

    Bom…. sou Bostero, adoro essa rivalidade, no primeiro momento a gente dá risada, tira uma c/ o rival mas ver o river na segunda eh díficil de imaginar mesmo, o Boca que tome cuidado pq tá c/ um time horrível tb, espero que tb não caia….Só nos resta o Torneo de Verano pra derrotar as gallinas…

  • Silvio

    O Campeonato argentino anda fraco ( assim como a brasileiro )…com a queda do River e a subida do Belgrano ( que nada vain acrescentar ) ficou ainda mais fraco….
    Mas o River a muito tempo vem fazendo pessimas campanhas, a atual diretoria – presidida pelo incompetente Passarela e a maior culpada – sabia que uma má campanha poderia levar o clube para a B e montou um time fraco, com revelações ainda sem experiencia para suportar a pressão que a cada resultado negativo se impunha ao River.

    Passarela foi um dos melhores se não o melhor zagueiro central do mundo…mas como tecnico ( afundou a seleção Argentina na Copa de 98), como dirigente é pessimo. Deveria ser só um torcedor.

    Agora o River tera um longo e duro camiho de volta, na Argentina e mais dificil subir do que não cair. Dificil um time cair é subir logo no ano seguinte,,,vamos ver e torcer se o River consegue essa proeza.

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