Arquivo

Barra Bravas do River são condenados à prisão perpétua

Em um julgamento de grande repercussão, a justiça argentina condenou hoje cinco barra bravas do River Plate à prisão perpétua pelo assassinato de Gonzalo Acro em 2007. O sexto acusado recebeu pena de 10 anos de prisão.

Em agosto de 2007, dois torcedores do River Plate, Gonzalo Acro e Osvaldo Matera, foram atacados por um grupo armado, e Acro não resistiu aos ferimentos. Os acusados do crime foram outros hinchas milionários, que disputariam o controle da torcida do clube de Nuñez. Eram eles: William e Alan Schenkler (apontados como líderes do grupo), Ariel Luna, Ruben Pintos, Pablo Girón e Martin Lococo.

O advogado da família Acro pediu pena máxima a todos os envolvidos. Hoje o veredito foi de 10 anos de prisão para Lococo e prisão perpétua para os demais. Enquanto isso, o advogado de defesa pedia 21 anos para Pintos, 20 para Luna, 18 para Girón e 17 anos para os demais. O veredito foi duríssimo: perpétua para todos, menos Lococo, que recebeu 10 anos de prisão.

 O advogado comemorou: “É o que pedimos, o único que nos negaram foi a perpétua para Lococo, mas isso não me pareceu absurdo”. Enquanto isso, o pai da vítima, Alberto Acro, se disse satisfeito: “Pelo menos alguma vez se fez justiça neste país, não sei se muita, mas se fez justiça. Consegui alguma paz”

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

3 thoughts on “Barra Bravas do River são condenados à prisão perpétua

  • Diogo Terra

    Fiquei com algumas dúvidas (não com a reportagem, mas com o caso em si):

    1) Se os barras foram condenados à perpétua (pena máxima na lei argentina), o que mereceria o Aguilar, que fundiu o clube e o encaminhou à B? Lança-chamas?

    2) Será que algum político vai tirá-los da prisão, com vistas às eleições de outubro?

    3) Aguardando em liberdade a confirmação da sentença, será que eles não vão dar um jeito de SUMIR do mapa?

    4) Porque a mídia trata o Acro como se fosse um franciscano descalço, quando está mais do que claro que ele adoraria matar os irmãos Schlenker, se tivesse a chance?

    5) Será que agora os playboyzinhos da cativa do Monumental vão parar de se excitar quase sexualmente quando os bandidos chegam ao seu lugar na arquibancada?

    6) Será que o Andrew Jennings, tão resoluto em investigar as falcatruas da FIFA, poderia perguntar sobre as funções que o Aguilar exerce na entidade?

  • Tiago Melo

    Diego

    Sua intervenção é muito importante (e também hilariante em certos pontos) para apontar justamente a hipocrisia de todo o universo futebolístico. O Acro foi atacado covardamente, mas ele próprio também era um barra que estava longe de ser santo, como voce aponta. Também está certo em dizer que de certa maneira grande parte dos torcedores comuns é culpada por apoiar esses assassinos (e isso não é só no River, acontece em quase todos os clubes). E a própria imprensa adora se mostrar indignada quando acontece algo do tipo, e depois esquece o assunto. E voce poderia também ter dito (acho que vai concordar comigo) que os proprios dirigentes de clubes e da AFA tampouco estão isentos nisso, pois adoram a intervenção desses animais quando é para ajudá-los, como vimos esta semana mesmo no Independiente.

    Mas não acredito que algum deles vá ser libertado, pois o caso chamou muitíssima atenção. Só que me fiz exatamente a mesma pergunta: que raio de justiça é essa que condena os caras a prisao perpetua e os manda para casa esperar a hora de ir em cana?

  • Diogo Terra

    “e isso não é só no River, acontece em quase todos os clubes”
    Eu vi EL ABUELO dando autógrafos in loco, na primeira vez que estive lá. Se conhecesse o personagem, teria me escafedido dali. Aqui em Porto Alegre, vi Fernando Di Zeo, irmão de Rafael, tomando um cafezinho no Aeroporto Salgado Filho, na véspera do confronto com o Inter pela Sul-Americana de 2005. Dois garotos (o pai, argentino, conversava comigo) se aproximaram dele e de seus asseclas. O cara saiu e deixou meia xícara de café e um croissant por consumir. Olha o que ele deveria estar aprontando aquela hora! Só pra variar, o time chegou pelos fundos e saiu escoltado pela Brigada (a PM daqui).

    “E voce poderia também ter dito (acho que vai concordar comigo) que os proprios dirigentes de clubes e da AFA tampouco estão isentos nisso, pois adoram a intervenção desses animais quando é para ajudá-los, como vimos esta semana mesmo no Independiente”
    Sem sombra de dúvida. Verdade seja dita: como torcedor do Boca, sou suspeitíssimo para falar do escrete galináceo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

sete + 1 =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.