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Olê, olê, olê, olê… David, David!

Trezeguet, sempre ele, marcou o gol da vitória

Desde Buenos Aires – Não foi uma exibição de gala e faltou futebol, mas o River conseguiu dar um passo importantíssimo na noite de hoje, ao vence o fraquíssimo Gimnasia de Jujuy por 1 a 0. Outra vez o gol salvador só saiu na etapa final e de novo com uma potente cabeçada de Trezeguet, que saiu ovacionado pela torcida no final do jogo. Com o empate do Instituto na manhã deste sábado, o Millonario entrou pressionado. Com o triunfo, reduziu para apenas um ponto a diferença para o líder da Nacional B. O Central que jogará amanhã contra o Huracán em Rosario, ainda pode alcançar a equipe de Nuñez.

O Ambiente

Diferente da última partida que atuou em seu estádio (vitória de 1 a 0 sobre o Instituto) o clima era muito mais tranquilo. A chegada dos torcedores era tímida e bem lenta. Numa tarde agradável e de sol em Buenos Aires, coisa rara por mais que ainda seja outono, as ruas próximas ao Monumental não lembravam o caos de duas semanas atrás. Uma mistura de alegria e preocupação tomava conta dos torcedores millonarios. A razão da felicidade era óbvia, o tropeço do Instituto frente ao Brown jogando em Córdoba, um empate sem gols. O motivo da preocupação? O péssimo futebol apresentado no último compromisso do River, empate em 1 a 1 com Aldosivi em Mar del Plata, mesmo atuando com um homem a mais.

Como a movimentação na torcida local era calma, a chegada dos visitantes depertava mais atenção. A província de Jujuy é uma das mais lindas do país, com vários destinos turísticos, entre eles e o mais visitado, a Quebrada de Humahuaca, uma formação rochosa de beleza única. É desta terra no extremo norte argentino, que surgiu um dos maiores ídolos Millonarios moderno, Ariel Arnaldo Ortega, “Burrito Ortega”.

O rosto típico deste povo demonstra em seus traços, uma história carregada de cultura e tradições. São fiés herdeiros do altiplano. Mantêm intactas a fidelidade às suas origens e foram um espetáculo a parte no momento de sua chegada. Educados, saudavam a todos os jornalistas que se concentravam em conseguir uma imagem destes argentinos de tão longe. No meio disso tudo, um detalhe chamou atenção. Um senhor acompanhado por duas crianças, provavelmente seus filhos, passava pela linha policial quando foi interpelado por um dos oficiais. O motivo? Portava um saquinho com algumas folhas de coca, além daquelas que já vinha mascando.

Enquanto o torcedor insistia que isso fazia parte de sua realidade, de sua cultura e dia a dia, o policial, educadamente é bem verdade, solicitava que ele jogasse fora seus “costumes”. As seguintes palavras daquele senhor, foi algo digno de certa reflexão: “Isso é o meu costume, como o cafezinho ou o mate (chimarrão) para você”, dizia o torcedor ao oficial. Não teve jeito, precisou abandonar ali mesmo suas folhas, se quisesse entrar.

O jogo

Dentro de campo o que percebemos é que a partida poderia ser jogada em apenas uma metade. Foi uma partida de um time só, o River. Os visitantes vieram com o nítido objetivo de se defender e tentar levar um pontinho de volta para a linda Jujuy. Surpresa apenas quando aparecia na escalação oficial dos mandantes, Chori Domínguez no banco de reservas. Ainda sim, a torcida fez questão de gritar o nome do jogador antes da bola rolar.

No primeiro tempo as chances não foram claras, apesar do domínio millonario. Na melhor oportunidade, Cavenaghi finalizou por cima do gol, uma linda trama de passes do ataque. Depois foi a vez do goleiro do Gimnasia efetuar uma linda defesa depois de um desvio de cabeça que tinha o endereço certo. A torcida se impacientava nas arquibancadas e o time sentia isso dentro de campo, errando muitos passes e mostrando certo nervosismo no momento de definir as jogadas.

Intervalo de jogo e nenhum dos suplentes desceu para o vestiário. Ficaram no gramado batendo bola e receberam aplausos da torcida.

Quando a bola voltou a rolar, a pressão do River foi ainda maior. O time praticamente acuou o Gimnasia dentro da sua área. Tentavam de todos os jeitos, até perceberem que as melhores jogadas saiam dos pés de Ocampos pelo lado direito. Então Almeyda resolve mexer na equipe e saca Cavenaghi para promover a entrada de Chori. Uma substituição um tanto curiosa, mas depois explicada pelo técnico na coletiva de imprensa: “Cavenaghi sentia uma pancada e por isso precisou sair. Chori começou no banco por uma opção futebolística”.

E Domínguez foi muito bem. Criou jogadas, chutou de longe, deu arrancadas e bons passes que Trezeguet quase conseguiu aproveitar. Mas quem serviria o salvador seria Ocampos, um centro perfeito que o franco-argentino apenas precisou direcioná-lo para o fundo das redes, 1 a 0 River e a cara de alívio de Almeyda foi o resumo do jogo.

Vestiários

Um Matias Almeyda muito mais relaxado e tranquilo esteve presente na coletiva. Brincou com os jornalistas e explicou os motivos de Chori começar no banco. Na hora de terminar o dia de trabalho disse: “O River é uma família e nós fazemos de tudo para que essa família permaneça unida, principalmente nestes momentos. Tem gente por aí que não quer ver o River bem. Este é o momento, quem é River de verdade, ajudar” finalizou.

 Clique aqui e veja as fotos do pré-jogo.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

3 thoughts on “Olê, olê, olê, olê… David, David!

  • Elsio Limoeiro Filho

    Quem deu o centro para o gol foi o Chori. Avante RIVER!!!!!!!!!!!!!!!

  • David Lopes

    Parabens ao meu chara David Trezeguet que está salvando o RIVER…
    Ótima vitória pois neste momento o mais importânte é os três pontos!!!
    Avante RIVER PLATE!!!
    El Más Grande…

    Meu twitter é david_carp1901

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