“Podia terminar oito a zero no primeiro tempo”. Sabella talvez tenha exagerado no número oito, mas as chances criadas no Monumental Nuñez foram muitas. O adversário, Trinidad e Tobago, era fraco, e o 3×0 no fim das contas não foi um mal resultado. A partida festiva em Buenos Aires serviu sobretudo para observações finais e pequenos ajustes. A Argentina ainda tem certa dificuldade para propor o jogo e o retorno defensivo dos volantes e defensores ainda é lento e espaçado. Não é a toa que Sabella tem aprimorado a postura contida com saídas rápidas em contragolpes.
Dito e cumprido, a Argentina entrou no estádio do River Plate postada no 4-3-3, com muito mais cara de 4-3-1-2. De fato Messi na Seleção é mais armador que no Barcelona. Por isso é possível observar Lionel constantemente buscando o jogo ainda no centro do campo, recuado, para organizar e ditar o ritmo das armações.
No segundo tempo, vieram as entradas dos polivalentes Maxi Rodríguez, Enzo Pérez, Augusto Fernández, Lucas Biglia e Ricky Álvarez. Sabella foi claro nas instruções ainda antes da entrada de Augusto. O sinal com as mãos indicava duas linhas de 4, e o 4-4-2 seria então aplicado dentro das linhas. Enzo Pérez assumiu a função de Gago, como 2º volante, lembrando algumas atuações pelo Benfica. Mais agudo que Gago, Enzo Pérez oferece menos cadência que o titular, mas mais dinâmico consegue oferecer boas opções a Sabella.
Sérgio Romero(5) – Romero foi pouco exigido no Monumental de Nuñez. Por pouco não sofreu com os espaços cedidos pela defesa, que ofereceu contragolpes aos adversários no primeiro tempo.
Hugo Campagnaro(6) – A função de Campagnaro como lateral é defensiva. Com a proposta de propor o jogo, Campagnaro foi visto em alguns instantes na metade do campo, e alí não parece à vontade. Defensivamente Campagnaro foi bem, mas pouco acionado.
Federico Fernández(6,5) – Seguro na saída e pelo alto, Fernández foi bem quando acionado.
Martín Demichelis(5,5) – Lento na recomposição defensiva e assustou Romero ao afastar mal a bola após cruzamento adversário para a área. Conseguiu consertar o erro da lenta recomposição através de um carrinho pontual, que gerou dores no tornozelo direito.
Marcos Rojo(6,5) – Poucas ações ofensivas, como esperado, Rojo teve e terá a difícil tarefa de encurtar os espaços pela esquerda quando Di Maria era acionado pelo lado, no ataque.
Javier Mascherano(8) – Preciso nos desarmes e responsável por grande parte das inversões de bola ponta à ponta. O Jefecito foi premiado com um gol na vitória argentina.
Fernando Gago(6) – O sócio de Messi nos passes curtos. Boa movimentação na cobertura defensiva pelo lado direito e ao acompanhar Messi para tabelas. Gago ainda não está no melhor de sua forma física. Maior dianamismo e volume de jogo serão necessários na Copa do Mundo.
Ángel Di Maria(7) – A válvula de escape pela esquerda, defensiva e ofensivamente. O aplicado Di Maria demonstrou cautela nas ações em campo.
Lionel Messi(7) – Aparentemente melhor fisicamente em relação aos últimos jogos pelo Barcelona. Messi é quem dita o ritmo das ações no meio-campo em direção ao ataque. Com mais mobilidade, realiza as conhecidas transições da direita para o centro. A capacidade de puxar a marcação adversária e acelerar o jogo são vitais para a Argentina.
Ezequiel Lavezzi(5,5) – Apesar da disposição física já conhecida, Lavezzi foi mal nas ações do ataque. Perdeu boas oportunidades de gol, e precipitou alguns avanços.
Rodrigo Palacio(7,5) – Abriu o marcador no Monumental de Nuñez. Palacio deve cumprir o que já foi destacado pelo treinador da Seleção, sobre Palacio ser importante até quando não marca gols. Muito aplicado na recomposição defensiva pelos lados do campo, circulando no ataque e invertendo posição com Lavezzi. Palacio foi substituído após um entorse no tornozelo esquerdo.
Lucas Biglia(6) – Biglia pode ser o substituto imediato de Mascherano ou Gago, e assim fez ontem. Menos participativo que nos jogos anteriores, em que foi destaque na equipe de Sabella, Biglia se atentou mais nos desarmes no centro do campo. Pouco exigido defensivamente.
Enzo Pérez(6) – Atuou primeiramente pelo lado direito do meio-campo e logo depois assumiu a função de Gago no esquema. Ofereceu mais mobilidade ao meio-campo.
Maxi Rodríguez(6,5) – Marcou um dos gols na vitória argentina. Atuou pelos dois lados do meio-campo, com maior participação no ataque.
Ricardo Álvarez(6,5) – O possível substituto imediato de Di Maria terminou o jogo pela esquerda, no meio-campo. Buscou infiltrações e tabelas no ataque pelo lado canhoto.
José Basanta(5,5) – Substituiu Demichelis no segundo tempo. Com o resultado mais encaminhado, foi pouco acionado na defesa como central.
Augusto Fernández(5) – Quase tão expectador quanto Romero, Augusto teve poucos minutos em campo.
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