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Apesar da má fase, Borghi não renuncia como DT do Boca Juniors

Mesmo sem contar com Juan Román Riquelme, ainda recuperando a forma física ideal, a pressão e as expectativas em cima de Claudio Borghi eram igualmente altas. É o atual campeão argentino, que trazia consigo vários reforços de peso para o elenco, principalmente na conturbada defesa da equipe. Passada metade do campeonato, e o Boca Juniors está em 14°, com 12 pontos distante do líder Estudiantes, e sem chance alguma de classificação para a Libertadores. O momento não está fácil, o que obriga o Bichi a refletir sobre o futuro como técnico do time.

Na derrota de hoje para o Lanús, Borghi foi expulso por Saul Laverni por levar mais de 15 minutos para retornar dos vestiários. Após o jogo, ainda levou mais de uma hora para sair de lá outra vez. Depois de conversar com os jogadores que, liderados por Palermo, pediam pela permanência dele no comando, o treinador externou a dificuldade que é para ele resistir a pressão dos maus resultados.

“Vou reservar um dia para pensar sobre o assunto. Falar com a família e com os jogadores. Não estou renunciando. Colocarei na balança o que aconteceu de bom e de ruim comigo aqui. Não quero causar dano a ninguém. O dia de hoje foi uma m****, não vale a pena ter uma vida assim”, desabafou El Bichi.

Claudio Borghi assumiu o clube após o fim do Clausura 2010. Chegou com a moral do título conquistado a frente do Argentinos Juniors, batendo o poderoso Estudiantes na tabela. Ele trouxe novidades ao clube da Ribera, tanto nas contratações (Insaurralde, Caruzzo, Cellay, Lucchetti e Escudero foram os principais) quanto na tática do time (o mesmo 3-4-1-2 que implantou no Argentinos). Além disso, ajudou a recuperar a boa forma de Viatri, e promoveu a subida de jovens como Lugo e Cañete.

Ainda assim, o Boca Juniors seguiu mostrando os mesmos problemas de antes do Bichi ser contratado. Mesmo com uma zaga nova, o setor ainda falhava diante de contragolpes e bolas paradas. Lucchetti nunca foi seguro como goleiro titular. O meio-campo contava com a boa marcação de Battáglia, só que padecia ao tentar levar a Jabulani em boas condições a Viatri e Palermo. O resultado é uma equipe inconstante no Apertura 2010.

Borghi ainda deve contar com o reforço de Riquelme na partida contra o Huracán, pela 11ª rodada. Sem ele, o desempenho é de três vitórias, um empate e cinco derrotas, sendo três delas na Bombonera (Racing, San Lorenzo e Lanús). O ataque de seu conjunto é o segundo melhor do Apertura, contando inclusive com o artilheiro do campeonato (Palermo, com cinco gols), mas tem a quarta pior defesa de todas, em contrapartida. O próximo adversário do Boca é o Tigre, em Victória.

Rodrigo Vasconcelos

Rodrigo Vasconcelos entrou para o site Futebol Portenho no início de julho 2009. Nascido em Buenos Aires e torcedor do Boca Juniors, acompanha o futebol argentino desde o fim da década passada, e escreve regularmente sobre o Apertura, o Clausura e a seleção albiceleste

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