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Argentina derrotou o Brasil de 1970. E assim o ajudou para a Copa

Brindisi, Pastoriza e Madurga antes da revanche, já no Maracanã

Esse 21 de junho de 2020 marca os 50 anos de quando o Brasil assegurou-se como a principal seleção de futebol do planeta, tornando-se a primeira a vencer por três vezes a Copa do Mundo – justamente na única edição em que a Argentina caiu nas eliminatórias. Contrastantemente, a Canarinho e a Albiceleste enfrentaram-se duas vezes três meses antes da consagração brasileira na Copa de 1970. Mesmo em solo brasileiro nas duas partidas, o saldo foi favorável aos hermanos: vitória de 2-0 no Beira-Rio e derrota de 2-1 no Maracanã, contra escalações substancialmente diferentes do time titular eternizado no México. Incluindo-se aí o próprio treinador.

A Argentina ausentou-se dos mundiais de 1938, 1950 e 1954 por fatores políticos, sequer ingressando nas eliminatórias – e por algo do tipo já havia enviado uma seleção de amadores para a edição de 1934, pois os clubes profissionais ainda estavam em uma liga à parte não reconhecida pela associação oficial perante a FIFA. Para 1938, o país, crente em um rodízio entre Europa e América do Sul pelo direito de sediar o evento, pleiteava ser o anfitrião e não engoliu um segundo torneio seguido no outro continente. Em 1950, pesaram as relações rompidas com a CBD desde o tumulto na final da Copa América de 1946 (só reatadas em 1956), fator que já havia feito a Argentina, tri desse torneio em 1945-46-47, não vir ao Brasil defender seu título na edição seguinte (em 1949).

A sensação de enfraquecimento da Albiceleste após o êxodo de seus principais astros ao Eldorado Colombiano teria sido outro fator para a fuga rumo a 1950, impressão ainda existente para o governo barrar a inscrição dos hermanos nas eliminatórias de 1954. Desde então, a Argentina não ousou mais repetir o erro. Figurou em todas as edições, sendo eliminada apenas para 1970. Tal desastre dificilmente ocorreria na fórmula atual das eliminatórias, onde todos os países da Conmebol jogam entre si em turno e returno; em tempos de menor logística de viagens, porém, a entidade usou até as eliminatórias de 1994 a fórmula de grupos. Para 1970, eram três triangulares separados e só os líderes se classificariam, sem nenhum direito de repescagem para os demais. O Peru do técnico brasileiro Didi lidou melhor que a Argentina contra a altitude usada pela Bolívia e na rodada final arrancou um empate mesmo dentro de La Bombonera para tirar os hermanos do páreo.

O trauma foi tanto que, ao ter novamente a Bolívia em seu triangular em 1974, a Argentina tratou de concentrar por meses de aclimatação à altitude seus jogadores – e embora o planejamento não tenha sido tão profissional assim, a medida deu certo. Outro resultado mais óbvio da decepção foi a imediata troca de treinador. Lenda dos dourados anos 40 e grande ídolo de Alfredo Di Stéfano, Adolfo Pedernera (um dos craques que, como o próprio Di Stéfano, haviam migrado àquele Eldorado Colombiano, acompanhando-o no poderoso Millonarios) foi desligado com a eliminação.

O nome escolhido foi o de Juan José Pizzuti, o ex-artilheiro do Racing que, já como treinador, tirara seu velho clube da ameaça de rebaixamento em 1965 para conduzi-lo à fase poderosa saboreada pela Academia na metade final da década: o título argentino de 1966 veio no embalo de invencibilidade de 39 jogos (um recorde no profissionalismo só quebrado pelo Boca de Carlos Bianchi, a parar nos 40 em 1999) e foi seguido pela conquista da Libertadores e do primeiro Mundial do futebol argentino em 1967 – quando a tríplice coroa quase veio, com a classificação à final do Metropolitano. Em 1968, El Equipo de José ainda chegou ao triangular final do Nacional e em 1969 perdeu nos minutos finais a classificação à decisão do Metropolitano, onde fez o artilheiro do torneio com o brasileiro Silva Batuta.

Pizzuti assumiu uma fogueira. A desorganização da AFA era menos naturalizada do que hoje (com direito a dois ou três técnicos por ano entre 1967 e 1969) e afugentava alguns jogadores, que não viam prestígio nas convocações. A Placar relatou antes dos clássicos que “segundo os torcedores, essa seleção é o time de menos torcida no país”. Outra reação à queda foi um moralismo contra “meia dúzia de cabeludos” que teriam sido apáticos na eliminação. Mesmo ausente do vexame, o goleirão Hugo Gatti foi descartado na reciclagem exatamente pelo visual, segundo a mesma matéria. Ela também exprimiu declarações de Pizzuti, nada desinibido: “acho que a seleção brasileira não está atravessando uma grande fase. Se meu time atacar com a rapidez que espero, nós vamos complicar as coisas”.

Pizzuti só chamou três do seu Racing, o goleiro Agustín Cejas e os defensores Roberto Perfumo, ambos posteriormente ídolos no Brasil (Cejas no Santos e Perfumo no Cruzeiro), e Rubén Díaz. Do rival Independiente, chamou outro goleiro, Miguel Santoro, o defensor Eduardo Commisso e o volante José Omar Pastoriza. Mesmo o Estudiantes em ciclo de tri seguido na Libertadores só forneceu dois nomes: o lateral Oscar Malbernat e o atacante Marcos Conigliaro. O sempre candidato River também só foi representado por dois homens, os atacantes Daniel Onega e Oscar Más. San Lorenzo e o rival Huracán, por sua vez, apareciam com três cada: os atacantes azulgranas Pedro González, Rodolfo Fischer (depois um destacado botafoguense) e Carlos Veglio e os quemeros Miguel Ángel Brindisi, Luis Giribet e Edgardo Cantú.

Último campeão argentino, em curioso trabalho de Di Stéfano como técnico, o Boca também só cedeu dois: o defensor Roberto Rogel e o volante Norberto Madurga (depois membro do Palmeiras campeão brasileiro em 1972). Juan Carlos Touriño, defensor do intruso Quilmes, fechava a lista – sem ser usado, ele posteriormente teria autorização para ser aproveitado pela seleção espanhola, após triunfar no Real Madrid. Brasil e Argentina voltariam a se enfrentar após um ano e meio; os clássicos anteriores se deram em agosto de 1968 e nem sempre são reconhecidos na contagem da AFA, que por vezes considera que enfrentou na realidade uma seleção gaúcha e uma mineira. De fato, os jogos, realizados no Mineirão e no Beira-Rio, só contaram com atletas locais no uniforme canarinho. E mesmo assim os hermanos foram surrados, por 4-1 e 3-2, respectivamente.

Por outro lado, do time que caíra contra o Peru na Bombonera, só Cejas, Perfumo e Brindisi seguiram na nova convocação (assim como o goleiro reserva Santoro). E, no novo ciclo, além de Perfumo só Pastoriza tivera experiência em uma Copa, em 1966. Do lado brasileiro, João Saldanha aproveitaria os clássicos para testes. Os goleiros Ado e Leão, por exemplo, fariam suas estreias em campo (após Félix ter sido o titular absoluto no ciclo prévio), bem como o zagueiro Baldocchi e o lateral-esquerdo Marco Antônio. Ausente nas eliminatórias e com só três jogos prévios pelo Brasil, o volante Clodoaldo também seria reaproveitado, bem como o volante Zé Carlos e o zagueiro Fontana, que não eram aproveitados desde 1968 e 1966, respectivamente. Baldocchi e Fontana ganhariam testes nas vagas que nas eliminatórias haviam sido dos santistas Joel e Djalma Dias, o pai de Djalminha.

No ataque, Gérson, Jairzinho e Pelé jogariam. Mas não Tostão e Rivellino, outros símbolos ofensivos no México, e sim Dirceu Lopes, Edu e Paulo Cézar Caju. Dirceu e Edu teriam mesmo atuações bastante criticadas. O Jornal dos Sports noticiou com uma chamada taxativa o triunfo vizinho em 4 de março, em Porto Alegre: “Argentina segura as feras”, reportando que “a seleção brasileira não mostrou jogadas elaboradas e seus ataques saíram sempre em lances individuais, que raramente conseguiam levar perigo ao gol de Cejas. No meio-campo, Piazza e Gerson foram anulados pelos adversários, que jogavam muito mais à vontade, tecnicamente superiores. Desde o começo o miolo da zaga brasileira esteve indeciso, com Fontana e Baldocchi tendo que apelar para faltas seguidas – 14, num total de 18 praticadas por todo o time – a fim de tentar parar os atacantes argentinos”.

Ainda no relato do Jornal dos Sports, “Fontana, já aos 11 minutos, soltou uma bola para Fischer dentro da área, que o argentino chutou forte, obrigando Ado a mandar para córner. Jairzinho, prendendo a bola e tentando sozinho o caminho do gol, foi, nos primeiros minutos, o único bom atacante brasileiro. Depois, Dirceu, e também Pelé, sempre em jogadas individuais, passaram a investir, mas a zaga argentina, com Perfumo excelente na sobra, não tinha dificuldade em anular o adversário. Durante todo o primeiro tempo, o ataque brasileiro só foi três vezes à linha de fundo, numa das quais Jairzinho centrou alto sobre a pequena área e Dirceu pulou, cabeceando sobre o travessão, na jogada mais perigosa até então”. O Jornal do Brasil, por sua vez, concordou que o Brasil disputou “uma partida muito ruim – principalmente na defesa” e que “ainda necessita de bastante preparo até alcançar o estado ideal para jogar uma Copa do Mundo”.

Cena do Beira-Rio: Roberto Rogel, Pelé e Dirceu Lopes observam Pastoriza com a bola

O JB, porém, assinalou que “o jogo foi equilibrado, com as equipes parecendo desinteressadas durante a maior parte do tempo, mas em dois contra-ataques inteligentes os argentinos marcaram os seus gols num intervalo de apenas quatro minutos”. Ainda segundo o JB, o início foi “ruim” e o final, “pior”. Assim prosseguia o relato: “as equipes começaram assim: Brasil – Ado, Carlos Alberto, Baldocchi, Fontana e Marco Antônio, Piazza e Gerson; Jairzinho, Dirceu Lopes, Pelé e Edu. Argentina – Cejas, Malbernat, Perfumo, Rogel e Díaz; Madurga e Pastoriza; Conigliaro, Fischer, Brindisi e Más. Desde o início, os argentinos demonstraram estar mais entrosados que os brasileiros. Tocavam a bola com inteligência, fechavam a defesa e permitiram que os adversários partissem com a bola dominada. Isso deu a impressão de o Brasil estar mandando na partida com tranquilidade, mas a verdade é que o goleiro Cejas pouco fez”.

Seguindo o relato do JB, “o principal erro da seleção brasileira estava no seu ritmo. Parecendo desinteressada, disputou toda a primeira etapa como se fosse um treino. Além disso, estava mal postada em campo. A distância de um jogador para outro era sempre grande, dificultando a troca de passes e a realização das jogadas. Na frente, Pelé e Dirceu Lopes não conseguiam tabelar perto da área, pois os argentinos estavam bem fechados e dificultavam as jogadas neste setor. A má distribuição dos jogadores brasileiros fez com que a defesa ficasse descoberta. Dirceu Lopes voltava pouco. Os atacantes ficavam longe dos meias e estes, dos defensores. Baldocchi e Fontana foram obrigados seguidamente a dar o primeiro combate. De qualquer forma, o Brasil não foi muito ameaçado no primeiro tempo, mais pelo comodismo dos argentinos do que pela sua capacidade de defender”.

O JB descreveu à parte os principais lances do primeiro tempo: “aos 11 minutos de jogo, após falha de Fontana, Fischer penetra, chuta forte, obrigando Ado a realizar excelente defesa, no ângulo. Um minuto depois, Jairzinho consegue driblar o seu marcador, Díaz, vai à linha de fundo e cruza na pequena área, onde Perfumo consegue tirar no momento exato em que o ataque do Brasil penetrava. Somente aos 25 minutos o goleiro Cejas foi realmente empenhado. Edu venceu, pela esquerda, o duelo com Malbernat, penetrou pela área e, próximo à baliza, chutou rasteiro. Cejas atirou-se com perfeição, evitando o gol. Aos 30 minutos, Conigliaro penetrou pela direita e chutou forte. Para surpresa geral, a bola foi parar no fundo das redes”.

Só que o gol não existiu, descrevendo o JB que “os argentinos ensaiaram uma comemoração, mas Armando Marques foi mais rápido e mostrou o buraco nas redes por onde a bola havia passado, dando tiro de meta. O último lance de emoção ocorreu aos 42 minutos, quando Carlos Alberto penetrou próximo à linha de fundo, aproximou-se do gol e chutou forte. Cejas fez ótima defesa”. Sobre o segundo tempo, o Jornal dos Sports registrou que “duas avançadas na seleção brasileira, no início do segundo tempo, deram a impressão de que as feras encontrariam seu jogo e chegariam à vitória. Aos cinco minutos, Edu livrou-se de três defensores e chutou de direita, mas Cejas, sempre perfeito, defendeu, depois de haver largado”.

Mas, segundo o JdS, “Aos poucos, porém, a seleção argentina retomou o ritmo e o controle iniciais e envolveu definitivamente o time brasileiro. Nas descidas velozes de Malbernat, nos deslocamentos de Fischer, Brindisi e Madurga, a pressão argentina foi crescendo. Aos 17 minutos, quase saiu o primeiro gol. Más entrou rápido pela esquerda, deixando Baldocchi vencido, e chutou cobrindo Ado. A bola bateu no travessão e voltou para Conigliaro, que, atrapalhado por Piazza, chutou fora. O mesmo Más, que levava vantagem sempre sobre Carlos Alberto e Baldocchi, fez o primeiro gol, aos 23 minutos, chutando forte no canto esquerdo de Ado. Aos 26 minutos, Madurga bateu com violência uma falta de Fontana sobre Fischer. Ado não segurou a bola rasteira, Conigliaro entrou na corrida e marcou o segundo gol argentino. Depois da vantagem ampliada, Pelé, Dirceu e Zé Carlos – que entrara no lugar de Piazza – fizeram tentativas desesperadas, mas com a mesma desorganização durante todo o jogo. A defesa argentina impôs-se sempre, comandada por Perfumo, e tocando a bola garantiu a vitória”.

O relato geral do Jornal do Brasil foi similar: “o panorama do segundo tempo, no seu início, não foi diferente. Apenas Edu tentou mais a linha de fundo, mas falhando sempre nas finalizações e nos passes. Aos poucos, o Brasil foi voltando ao jogo lento da etapa inicial. Na altura dos 15 minutos, a torcida gaúcha começou a vaiar violentamente a partida. Nervosos com a reação do público, os jogadores brasileiros procuraram correr mais e, aos poucos, foram abrindo o setor defensivo. Com quase todo o time do Brasil adiantado, os argentinos, em dois contra-ataques rápidos, realizaram num intervalo de quatro minutos as jogadas que resultaram nos seus gols. Mais nervosos ainda, os brasileiros procuraram de todas as formas descontar o placar, mas sem obter muito sucesso, além de uma ou outra jogada de mais perigo. (…) Os argentinos foram até o fim procurando manter o resultado”. Já os detalhes foram assim relatados:

“Nos primeiros cinco minutos do segundo tempo, Edu realizou boas jogadas pela esquerda, levando alguns momentos de perigo ao gol de Cejas. Porém, aos 14 minutos, Madurga entra sozinho pela área e perde gol certo, chutando por cima. Aos 17, Conigliaro emenda um sem-pulo e atira a bola no travessão de Ado, que ficou perdido no lance. Na volta, o mesmo Conigliaro se confundiu e desperdiçou a excelente chance. Momentos depois, enervados com as vaias da torcida, os atacantes brasileiros procuraram com mais assiduidade a área adversária, quase conseguindo abrir a contagem, quando Gerson, depois de boa jogada de Dirceu Lopes, tentou encobrir sem sucesso o goleiro Cejas. Aos 21 minutos, ocorreu o primeiro gol argentino. Más foi lançado nas costas de Carlos Alberto, entrou pela área em grande velocidade e colocou no canto esquerdo de Ado, que saía para interceptar”.

A única divergência do JB para o JdS foi sobre quem teria cobrado a falta no lance do segundo gol: “aos 25, em novo contra-ataque, Fischer é agarrado por Fontana na entrada da área. Pastoriza bate a falta com violência, Ado não consegue segurar a bola, entrando Conigliaro para completar”. O JdS foi o único a avaliar individualmente os jogadores argentinos, destacando Perfumo: “ganhou as honras de o melhor porque, acima do bom futebol que jogou, apresentou uma tranquilidade admirável em um jogador de defesa. Nunca no jogo ele chutou uma bola sem destino certo. Seus toques foram perfeitos – e a bola acabava nos pés de um companheiro, sempre o melhor colocado. Ele parou a linha do Brasil. Por qualquer lado que ela viesse. Perfumo foi, durante os 90 minutos, um zagueiro irrepreensível”.

Os demais foram assim descritos: “Cejas – uma defesa importante, no primeiro tempo, em chute de Marco Antônio, e mais duas, no segundo tempo, em jogadas de Edu e Zé Carlos. É o autêntico goleiro da escola argentina: seguro, arrojado e técnico. Malbernat – parou Edu como quis. Apoiou como exige o futebol moderno. Muito bom. Rogel – fechou o miolo da área. Saía sempre no primeiro combate e dificilmente perdia a jogada. Ia com decisão, porque sabia que tinha cobertura, sempre. Díaz – Jairzinho pouco fez coma bola nos pés. Ele não deixou. Pastoriza – mais defensor que atacante. Em ambas as posições foi perfeito. Madurga – excelente. De seus pés saíram jogadas de raro preciosismo. E o chute forte, que Ado largou nos pés de Conigliaro.

Conigliaro – ótimo. Sentiu a marcação de Marco Antônio e caiu para o meio, onde levou mais vantagem. Brindisi – é o homem de ligação entre a defesa e o ataque. No meio de campo joga fácil por qualquer lado. Fischer – um excelente atacante na área. Muito bom no controle de bola e perfeito nos passes. Lançou uma bola sensacional para que Más completasse, no primeiro gol dos argentinos. Más – é tudo dentro da seleção. Chuta forte, apoia, defende, e vai à linha de fundo como poucos ponteiros na América do Sul. Seus passes têm precisão milimétrica”. Nascia assim o bom histórico da Argentina em Porto Alegre, onde acumula mais vitórias que derrotas e empates somados quando precisou deslocar-se àquela vizinhança.

Tanto o JdS como o JB concordaram que o melhor brasileiro, por sua vez, foi o estreante Marco Antônio, nesses respectivos registros: “porque nunca mostrou intranquilidade diante da melhor atuação do time adversário. Só perdeu uma bola para Conigliaro, no primeiro tempo, e não teve a cobertura necessária dos companheiros. Apoiou com determinação. Deu um dos poucos chutes da seleção brasileira contra o gol de Cejas, no primeiro tempo. As jogadas que começaram em seus pés sempre tiveram perigo. Apesar da estreia e de ser o jogador mais novo do time, é, sem dúvida, um dos mais aplicados, por sua determinação de jogo” e “o único que conseguiu jogar bem. Mostrou muita autoridade, sem se deixar impressionar com a estreia. Fez um primeiro tempo excelente. Desapareceu um pouco do jogo no segundo, mas mesmo assim mostrou sempre firmeza quando precisou intervir”.

Cornetas do Jornal do Brasil contra Dirceu Lopes: dos titulares contra os dois clássicos, o cruzeirense foi o grande prejudicado

Eis, por outro lado, as avaliações dos dos jornais para os outros derrotados em 3 de março de 1970. Ado “fez uma excelente defesa, no primeiro tempo, num chute sensacional de Fischer. Não teve culpa no primeiro gol, mas não mostrou segurança no segundo. Soltou a bola nos pés de Conigliaro” (JdS), tendo “uma estreia regular. Nada podia fazer no primeiro gol, quando Más entrou completamente livre. No segundo, contudo, largou a bola nos pés de Conigliaro” (JB). Carlos Alberto “quando apoiava, limitava-se a entregar a bola em toques curtos, para quem estivesse mais perto. Também não esteve bem na defesa” (JdS), sendo “bom no primeiro tempo, surpreendendo mesmo pela firmeza no desarme e pela autoridade com que foi à frente e chutou em gol. No segundo tempo, voltou a mostrar o velho defeito de permitir bola às suas costas, saindo assim os dois gols argentinos” (JB).

Baldocchi foi “violento. Falhou em quase todas as jogadas. Precisou apelar” (JdS), sendo “muito confuso em todo o jogo, deixando-se iludir em dribles primários pelos atacantes adversários” (JB). Fontana foi “o pior do time. Futebol para ele é apenas violência. Fez 90% das faltas do Brasil” (JdS), “no mesmo nível de Baldocchi, procurando apelar para a virilidade, numa tentativa, sem resultado, de impor respeito à entrada da área” (JB). Piazza “não foi o bom destruidor de sempre. Perdeu-se na maioria das jogadas, por tentar cobrir falhas do seus companheiros” (JdS), “muito lento. Sempre deu a impressão de que está pesado, sem a mobilidade, a flexibilidade e a imaginação indispensáveis num apoiador moderno” (JB). Gerson foi “bom, no primeiro tempo, e muito apagado principalmente depois do primeiro gol dos argentinos. Lançou algumas boas bolas” (JdS).

Mas o “Canhotinha” também foi visto como “fraco. Completamente omisso no desarme. Num time que recebeu instruções para dar sempre combate ao perder a bola, não se viu Gerson fazer isso uma única vez. Só conseguiu um ou dois bons passes para a penetração de seus companheiros” (JB). Jairzinho “correu muito, mas sem o sentido de gol. Procurou a linha de fundo e chegou até lá poucas vezes” (JdS); “começou bem, mas no segundo tempo revelou também um velho defeito: a insistência de cair para o meio, em vez de procurar a jogada, muito mais produtiva, de ir à linha de fundo” (JB). Dirceu Lopes esteve “perdido durante a maior parte do jogo. Tentou jogar em todos os lados do campo e só atrapalhou” (JdS), “completamente atabalhoado, mostrando que se deixou abater pela preocupação demasiada em acertar, perdendo assim toda a naturalidade de seu futebol. Insistiu demais em tentativas de dribles para a penetração pelo meio da área, algo que no futebol moderno é quase completamente impossível de conseguir numa defesa bem plantada, com noção de cobertura e jogadores de categoria” (JB).

Contra Pelé, “a defesa argentina se fechou e ele quase não passou. E, sem ele, o Brasil não teve um desbravador” (JdS); “duas ou três brilhantes jogadas individuais logo ao começar a partida deram de Pelé uma impressão que acabou não se confirmando. Foi dos que mais buscaram o jogo, principalmente depois do primeiro gol argentino, mas nunca teve apoio em Dirceu Lopes e, como este, mostrou o pecado de insistir demais numa penetração pelo miolo, que era exatamente o que os argentinos queriam” (JB). Edu foi “muito mal, Malbernat dominou-o complemente” (JdS), ou “muito fraco. Se há de fato instruções para a prática de um futebol mais solidário, com todos procurando atacar e defender, Edu está em franca desobediência. Fica parado lá, em seu pequeno espaço de campo, na ponta-esquerda, esperando receber a bola. Quando esta chega, tenta uma jogada individual e, ao perdê-la, fica tudo por isso mesmo” (JB).

Por fim, com o reserva Zé Carlos no lugar de Piazza, “a seleção melhorou muito, mas ele entrou tarde” (JdS); “entrou com o jogo perdido e confundiu-se também na desordem que imperava na equipe. Não se pode critica-lo, pois foi uma vítima da concepção errada de insistir em jogar pelo meio” (JB). Também no JB, a coluna de Achilles Chirol sobre o jogo teve o título “O talento egoísta”, alertando que “o aparente desastre contido na derrota do Brasil para a Argentina é, antes, a primeira demonstração prática de que não se pode raciocinar em termos de Copa do Mundo tomando por ponto de partida os resultados brasileiros nas eliminatórias de 69. Tenho, com alguma insistência, destacado essa evidência”.

Prosseguia Chirol: “as goleadas sobre os paraguaios, que tanto entusiasmo provocaram, não serviram de base para uma avaliação de força da seleção brasileira. Elas refletiram apenas a preocupação que o time teve de atacar, exclusivamente atacar, às custas do poderio individual de quatro homens de extrema agressividade como Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu. Não sobrou lastro para uma conclusão a respeito da estrutura geral da equipe (…). O time, na medida em que necessita de ataque e defesa integrados num mesmo processo de jogo coletivo, não entrou em teste. Se muito, deixou uma sensação de desequilíbrio entre a capacidade de atacar e a insuficiência para defender. Contra a Argentina, os defeitos saltaram mais claramente porque, apesar de sua desclassificação da Copa, aquele país ainda possui infinita vantagem de talento em relação à Colômbia, Venezuela e Paraguai”.

Ainda nas palavras de Chirol, “a frase de João Saldanha vale como explicação condensada do que aconteceu: 4-2-4 não se ganha nem do São Cristóvão, embora tivesse dado, com sobras, para vencer os três adversários das eliminatórias. O Brasil jogou em 4-2-4 clássico. Gerson e Piazza ficaram isolados no meio do campo, num combate impossível de travar dentro da atualidade do futebol. Ali os argentinos concentraram a sua principal atividade do jogo e, impulsionados pelo trabalho admirável de Brindisi, Pastoriza e Madurga, minaram o frágil esquema defensivo brasileiro e ainda puderam criar um anel de bloqueio que matou antes da entrada da área noventa e cinco por cento dos ataques contra o seu gol. Não adianta particularizar os motivos da derrota”.

A coluna assim seguia: “se quisermos entendê-la, para evitar outras decepções iguais, devemos atribuir sua origem a um jogo sem continuidade, geometricamente mal dividido na distribuição das tarefas de cada setor, todo ele preso a ideias arcaicas da estruturação do conjunto – e não credita-la somente à furada de Baldocchi no primeiro gol, ao abandono de Jairzinho por Pelé e Dirceu na ponta direita, ou ainda à surpreendente desarticulação do vaivém de Piazza e Gerson, este, durante a partida inteira, desvinculado do ataque, onde seu rendimento costuma ser excelente. A seleção brasileira desmoronou como equipe e como tal precisamos analisa-la. Exceto Marco Antônio, que procurou jogar para o time, todos os outros jogadores apelaram para soluções individuais. Sob esse aspecto, a formação do ataque é a causa mais clara da insuficiência coletiva do escrete”.

Chirol ressaltou que “já nos treinos ficara provada a sobrecarga de trabalho para o meio de campo e a zaga. Esta, a meu ver, não tem maleabilidade com Baldocchi e Fontana e apavora quando Piazza e Gerson se desprendem um pouco para apoiar; mas, sem dúvida, é prejudicada pela posição estática de Jairzinho, Pelé e Edu na zona de ataque. E Dirceu Lopes, a quem deveria caber a compensação de tal erro, parece que esqueceu ter sido um dia jogador de meio de campo, responsável também pela defesa. Sua volta é puramente hipotética”. A Placar teve a mesma impressão, relatando que “os dois jogos contra a Argentina serviram mais para Saldanha comprovar algumas de suas teses, que agora não precisarão ser discutidas”, incluindo aspas do então treinador de que “o 4-2-4 está morto, talvez o 4-3-3 também. Hoje, você precisa ter sempre um jogador a mais que o adversário no meio-campo (…). Todo mundo tem que correr”.

A Placar concordou: “Saldanha provou isso nos dois jogos da seleção contra a Argentina: ela sempre teve mais jogadores em campo (principalmente no meio). (…). Nos dois jogos com a Argentina, tivemos como base sempre dois jogadores no meio-campo. Os culpados seriam: Edu – que nunca voltou; Pelé – que resiste à tese de Saldanha; e Dirceu Lopes – que foi prejudicado por Pelé e teve o dobro do trabalho. Com isso, as maiores responsabilidades caíram em cima de Piazza”. Voltando a Chirol, ele reiterou que “não houve desastre, e sim a visão real do time brasileiro, com seus graves defeitos coletivos até então disfarçados em algumas goleadas sem maior significação. (…) Entre a disposição de Fischer, Más e Conigliaro, e a atitude passiva de Pelé, Dirceu e Edu sempre que a bola não estava ao seu alcance, pode ser enquadrada a diferença de comportamento dos dois times”.

O goleiro Ado estreou pelo Brasil na derrota no Beira-Rio. E Leão tomaria um frango na revanche. Félix seguiria titular

Oldemário Toguinhó relatou que Saldanha já vinha sendo vaiado de antemão em Porto Alegre ao, atendendo laudos médicos, ter cortado o colorado Scala, descrevendo o isolamento que o técnico aparentava até enfim sorrir – quando pôde encontrar a filhinha na chegada ao Rio de Janeiro. No Maracanã, Pizzuti usou a mesmíssima escalação vencedora em Porto Alegre, embora os rumos da partida fossem diferentes, obrigando-o a acionar no decorrer do jogo Santoro no lugar de Cejas e Onega no de Fischer. No Brasil, Ado e Baldocchi deixaram o onze inicial, suplantados por Leão e Brito. Saldanha usaria ainda Clodoaldo no lugar de Piazza e Paulo Cézar Caju no de Edu, novamente criticado apesar do início promissor: “logo no início, no primeiro minuto, Edu cobrou muito bem uma falta de fora da área, Cejas soltou a bola, entrando Jairzinho para abrir a contagem”, descreveu o Jornal do Brasil.

“A seleção brasileira partiu para a área do adversário, desperdiçando várias chances de aumentar o placar. Pouco a pouco, contudo, os argentinos foram melhorando e conseguiram se armar. (…) Piazza parecia um pouco confuso. (…) Aos 22 minutos, Malbernat lançou Brindisi pela direita. Fontana foi na cobertura, mas não conseguiu evitar que o atacante cruzasse sobre a área. Todos pararam, inclusive o goleiro Leão, esperando que a bola passasse por cima do travessão e saísse, mas ela acabou tomando um estranho efeito e caiu dentro das redes. Com a entrada de Clodoaldo, no segundo tempo, a seleção brasileira ganhou mais velocidade, tocando melhor a bola e realizando jogadas de perigo. Mas os zagueiros adversários estavam firmes e o goleiro Cejas, numa tarde extraordinária”.

A reconhecida excelência da preparação física do Brasil, adiante, terminou sendo decisiva segundo o JB: “com mais preparo físico, o Brasil imprensou os argentinos, que não resistiram ao ritmo de jogo que lhes foi imposto, e foram parando pouco a pouco. Mas o gol da vitória só surgiu aos 40 minutos. Pelé recebeu a bola na entrada da área, deu alguns toques e, quando conseguiu abrir um espaço, tocou com efeito por cobertura, aproveitando-se do avanço do goleiro Cejas”. Além de ser um golaço estético, também foi um golaço estatístico: Pelé ali isolou-se como maior artilheiro do clássico, superando os sete gols que dividia com Emilio Baldonedo, até hoje o obscuro homem que mais fez gols na seleção brasileira.

Em coluna à parte no JB, Armando Nogueira exaltou o “sublime gol de Pelé”, mas atacou o “baixo rendimento de Piazza”, analisou que “a efetivação de Clodoaldo (…) me parece coisa inevitável” e lamentou que “Edu não será barrado tão cedo, embora jogando tão mal como jogou em Porto Alegre e aqui no Rio”, embora reconhecesse o atenuante de que “ele ainda não está de todo recuperado do acidente em que, numa pelada de fim de ano, quebrou o maxilar”. Edu, de fato, só seria usado no México como reserva diante da Romênia; para a Copa, Rivellino, ausente contra a Albiceleste, seria improvisado na ponta-esquerda. O frango de Leão, a princípio, custou-lhe um lugar na convocação final, já em lista preparada por Zagallo (a gota d’água do ciclo de Saldanha dera-se seis dias depois da revanche contra a Argentina ao não sair-se do empate de jogo-treino com o Bangu).

O palmeirense atuou em um 5-0 sobre o Chile ainda naquele mês, na estreia do Velho Lobo, e em 3-1 na seleção mineira em abril. Mas, em tempos onde só dois goleiros costumavam ser convocados, Ado foi o escolhido para reserva de Félix. Leão só embarcou para o México em cima da hora, após o corte do ponta-direita Rogério – Félix e Ado convenceram Zagallo a chamar o palmeirense ao invés de outro ponta, mesmo com o clamor existente pelo santista Manoel Maria. Dirceu Lopes e Zé Carlos não teriam a sobrevida do terceiro goleiro, barrados por Zagallo. Em contrapartida, os novatos quem foram bem contra os hermanos se garantiram: o estreante Marco Antônio tirou a vaga de Rildo (titular nas eliminatórias) para a reserva de Everaldo, e chegou a ser titular no México diante de lesão provisória do gremista.

O resgatado Clodoaldo, por sua vez, realmente se firmou na dupla de volantes com Gerson, enquanto o criticado Piazza foi recuado para a zaga com Brito, ante as críticas ainda mais ferozes contra a dupla derrotada no Beira-Rio (Fontana e Baldocchi). E mesmo quem seguiu titular na frente precisou se adaptar. Inclusive Pelé. A respeito, Pizzuti alertou à Placar: “o Brasil tem de mudar urgentemente alguns jogadores da defesa, usar sempre três homens no meio-campo e colocar um goleador para jogar no lugar de Pelé – sem isso, não vai ganhar a Copa do Mundo. Eu só estou pensando nos jogos do Brasil contra defesas mais fechadas e ataques mais velozes que os da Argentina. Por exemplo: contra a Tchecoslováquia e a Inglaterra. (…). Deve haver melhores zagueiros que os atuais. Por que eles não estão no time?”.

Sobre Dirceu Lopes, Pizzuti criticou que ele “não está recuando para ajudar o Gerson. E Gerson não está preocupado em levar a bola para a frente, em transformar-se em atacante. Por enquanto, ele está mais preocupado com Piazza, que por sua vez parece não confiar nos centrais. E com razão: são maus jogadores. A origem de todas as falhas está aí”, anteviu Pizzuti antes da falta de confiança de Piazza na retaguarda ser solucionada com ele próprio improvisado na zaga. Sobre Pelé, o treinador argentino pontuou à revista que “precisa recuar para ajudar o meio-campo. Com um bom preparo físico, o Brasil terá condições de fazer um revezamento assim sem prejudicar o ataque. Mas para isso é preciso um goleador, um homem que tenha nascido para fazer gols. O Brasil precisa de um homem assim, que não seja Pelé”.

Para esse papel de goleador à parte de Pelé, de fato, Tostão voltaria à seleção em cima da hora, após recuperar-se a tempo de sua primeira cirurgia ocular – e Dario, como cara totalmente nova, iria como reserva. Já a mudança comportamental de Rei, com ele recuando para preencher o campo e jogando mais para o time do que o inverso tão comum anteriormente, não só ocorreria: seria até bastante destacada por Gerson às vésperas da final, segundo registros de época resgatados pelos amigos da Trivela. Antes, ainda com pessimismo, Pizzuti asseverara após o revés no Maracanã que “esta vitória trará mais prejuízos ao Brasil que a nós, pois ela só servirá para cobrir os muitos erros existentes no time de vocês”, relatando que “achou que o meio-de-campo ficou muito distante da defesa e do ataque”. Mas o treinador não teve pachequismos: “estarei torcendo para que o Brasil seja campeão do mundo, pois todos nós ganharemos com isso. Espero estar enganado em minha previsão, ou que, pelo menos, que tudo seja acertado até a hora da disputa, no México”.

Mesma torcida argentina pelo Brasil teria Perfumo, a pontuar que “espera voltar ao Rio no fim do ano, mas para ficar 10 dias aproveitando o sol de Copacabana”, em férias que “serão melhores se o Brasil estiver com o título de campeão do mundo” – depois, quando virou cruzeirense, chiou até contra a crucificação do colega Dirceu Lopes (“é uma injustiça o baixinho não pertencer à seleção de vocês. Está jogando demais”, reclamou à Placar). A troca de gentilezas foi retribuída ainda em 1970; aquela coluna de Achilles Chirol após o jogo no Beira-Rio reconhecera que “a Argentina fez uma partida impecável pela consciência de equipe, disposta a qualquer sacrifício pessoal para extrair uma vitória. Foi o que não fizeram os brasileiros, por isso perderam”. E mesmo após a revanche vir, Fontana ressaltou ao JB que “essa seleção não é a mesma que disputou a classificação. Se fosse, ganharia fácil da Bolívia e Peru”, destacando o zagueiro que “Cejas é o melhor goleiro que já viu em toda a sua vida”.

Pizzuti ainda seguiria no cargo da Argentina até o fim de 1971. Omar Sívori topou auxiliar a bagunçada AFA apenas nas eliminatórias para 1974, comunicando de antemão seu desinteresse de participar do Mundial da Alemanha, onde o cargo foi ocupado por um triunvirato – Víctor Rodríguez, Vladislao Cap e José Varacka. A estabilidade e mais organização só viriam a partir do ciclo de César Menotti (ainda que desde 1970 a Albiceleste só tenha vencido esse clássico uma única vez dentro do solo rival, no recordado Maracanazo de Claudio López em 1998). O resto é a história conhecida dos argentinos… e, claro, dos brasileiros.

Perfumo, por sinal futuro ídolo cruzeirense, foi o grande destaque no Beira-Rio. Outro registro do Jornal do Brasil

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

3 thoughts on “Argentina derrotou o Brasil de 1970. E assim o ajudou para a Copa

  • Stefano

    Os amistosos ao menos orientaram o caminho verde e amarelo

  • João Orestes Santos

    Nesse jogo de Março de 1970 contra a Argentina, a escalação de Dirceu Lopes como centro-avante foi um erro catastrófico. Foi a causa maior da derrota para a Argentina. Ademais, Pizzutti deu um banho de tática em João Saldanha…..

  • Pingback: 50 anos do primeiro título mundial do futebol argentino: o do Racing de 1967

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