Seleção

Argentina e Brasil empatam na estreia pelo Pan-Americano de Guadalajara

Na estreia de Argentina e Brasil, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, ambas as equipes empataram em 1×1, em partida que não primou pelo aspecto técnico. O Brasil pecou durante toda a partida na pouca variação de seu jogo ofensivo. Seus laterais não estiveram bem e tampouco seu meio-de-campo conseguiu articular boas jogadas na partida. Na Argentina, o passe curto e a posse de bola chamou mais a atenção, assim como as tentativas de jogar pelo setor esquerdo do ataque. Contudo, a Albiceleste falhou quase sempre no último passe. Bastou apenas acertar um para empatar a partida que perdia por 1×0 até os 29 minutos da segunda etapa. No fim das contas, o empate foi justo para as duas equipes que se preocuparam mais em não perder do que conquistar os três pontos.

O encontro começou aberto, com as duas equipes procurando o ataque. A Argentina um tanto melhor, com uma melhor distribuição pelos setores do campo. Contudo, o meio-de-campo congestionado e as escassas jogadas de linha de fundo impediam as equipes de chegassem com mais perigo. Ainda assim, a Albiceleste chegou duas vezes até os 10 minutos, explorando o setor esquerdo da marcação canarinho.

Pouco a pouco foi prevalecendo o estudo das equipes em relação à tentativa de construção de jogadas. O cotejo foi ficando feio, faltoso e lento. Nervoso em campo, o Brasil chegou pela primeira vez apenas aos 22 minutos, com Patinho, que arrematou de fora da área para a defesa de Andrada.

A partir dos primeiros 25 minutos, o Brasil procurou mais o ataque, mas não conseguia bons resultados porque não variava as jogadas e não buscava os flancos do campo. Isso permitia à Argentina que fizesse o jogo do contragolpe. Jogada que levava algum perigo à zaga brasileira porque ocorria pelo lado esquerdo do campo. Às vezes também pelo setor direito, assim como ocorreu com Araújo aos 27 minutos. O atacante chutou cruzado e rasteiro, mas a pelota saiu com pouco perigo à meta de César. Aos 35, a zaga canarinho saiu mal e propiciou a melhor chance de gol para a Albiceleste. Na cara do gol, porém, Araújo concluiu mal e jogou a pelota pela linha de fundo.

Aos 38 saiu o segundo arremate do Brasil com Anderson, que arriscou também de fora da área para mais uma boa defesa de Andrada. Não foi por acaso que era apenas a segunda jogada dos comandados de Ney Franco. Os laterais canarinhos não apoiavam, os atacantes não caiam pelos lados e à insistência brasileira de tentar entrar pelo centro recebia a boa e facilitada marcação argentina. Dessa forma, o resultado da primeira etapa foi um justo 0x0.

A Argentina retornou ainda melhor para a etapa complementar. Continuava melhor em termos de ocupação dos espaços, chegava mais à área canarinho e finalizava mais. Foi quem chegou primeiro na segunda etapa. Chegou com Luque aos oito minutos. Porém, a Albiceleste exagerava nos erros de último passe, principalmente quando militava no campo de ataque. Aos 12, a primeira grande chance do Brasil na partida. Após cobrança de falta, a pelota bateu no corpo de Felipe Amorim e obrigou Andrada a fazer a melhor defesa do jogo.

A partida ficou mais aberta. Aos 18, Cidinho, que entrou bem na partida, fez ótimo lançamento para Henrique, que diante de Andrada não teve trabalho para concluir. Brasil 1×0. A tentativa de resposta ocorreu um minuto depois com Pezzella, que cabeceou por sobre a meta de César. Aos 22, Felipe Amorim teve chance de ampliar para a seleção canarinho, mas apenas recuou a pelota para Andrada. Enquanto o Brasil era mais objetivo, a Argentina ficava mais tempo com a posse da bola, sem contudo saber o que fazer com ela. Chegava várias vezes à área de César, mas sempre errava no passe final.

Precisou apenas de um passe certo da Albiceleste para que saísse o empate. Depois de receber ótimo lançamento, aos 29, Araújo chutou cruzado para as redes do arqueiro brasileiror: 1×1. Após o gol de empate, os comandados de Perazzo ganharam o meio-de-campo e foram para a pressão no ataque. Porém, o domínio era tímido e permitia as chegadas brasileiras. Aos 39, Misael acertou um petardo de fora da área e a pelota passou perto do arco de Andrada. Nos acréscimos Villafãnez desperdiçou outra para a Argentina. E ficou nisso. Com o resultado, Argentina e Brasil dividem o segundo lugar no Grupo B, já que a Costa Rica venceu Cuba na estreia por 1×0.

Formações:

BRASIL: Cesar; Madson, Luccas Claro, Romário e Henrique Miranda; Lucas Gonçalves, Lucas Zen (Cidinho), Felipe Anderson (Rodrigo) e Misael; Rafael (Felipe Amorim) e Henrique
Treinador: Ney Franco

ARGENTINA: Andrada; Pezzella, Lucas Kruspzky, Gonzales e Martinez; Ezequiel Cirigliano (Villafañez), Alejandro Laba, Ferreyra e Michael Hoyos (Fragapane); Araujo e Luque (Ruiz)
Treinador: Walter Perazzo

Árbitro: Omar Andres Ponce (EQU)

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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