Primeira Divisão

Argentina manda mais uma equpe hoje, à Libertadores/2014

arse san lorenzo

San Lorenzo e Arsenal têm tudo para comemorar. Ambas equipes farão hoje em Catamarca a Final da Copa Argentina. Apenas o fato de estarem na finalíssima já representa muito para duas equipes, embora por razões diferentes: Para o San Lorenzo, a conquista de um título é vital para o aspecto anímico de uma equipe grande; para o Arsenal, a possibilidade de se agigantar pouco a pouco no cenário do futebol local. Para ambas, a possibilidade de lutarem em outra frente ainda mais importante: a Libertadores de América de 2014. Duelo ocorre hoje, às 20h10 no Bicentenário da longínqua Catamarca.

Após intensas disputas, finalmente a Copa Argentina conhecerá na noite de hoje o seu campeão. Postulantes são San Lorenzo e Arsenal de Sarandí. Certo é que um time e outro já comemoram o fato de terem sobre si os holofotes; contudo, importa mais a conquista do caneco. Campeão estará automaticamente na Copa Libertadores/2014. E se a competição sul-americana tatua ainda mais o nome do Viaducto na realidade continental, melhor ainda é para o Ciclón, que volta à Copa após muitos anos de ausência. Além disso, a participação no principal torneio continental resgata um pouco da honra e autoestima do glorioso conjunto de Boedo.

Arsenal de Sarandí

Alfaro promete força máxima para o jogo. Assim, Jonathan Gómez, Nicolás Aguirre e Julio Furch vão a campo. Esses atletas ficaram no banco de reservas, na “preliminar” que as duas equipes fizeram no fim de semana. Também foram eles quem mudaram o jogo em favor do Viaducto. Assim Milton Caraglio fica no banco como alternativa a Furch. O mesmo ocorre quanto a Fausto Montero, que será banco para Gómez; quanto ao jovem Gómez, banco para Mauricio Sperduti e Matías Zaldivia, banco para Juan Manuel Cobo. Desta forma, a equipe vai a campo com um 4-4-2, esquema privilegiado por Alfaro nos grandes confrontos do Arse.

A confiança é grande em Sarandí. E não é para menos, se recordarmos da ótima fase que o Arsenal vive nos últimos anos. Porém, o técnico se preocupa em fazer a equipe manter os nervos no lugar, já que o último duelo entre as equipes foi conturbado antes, durante e depois da partida. Seu trunfo é atacar o San Lorenzo, mas o sistema defensivo recebeu uma especial atenção do técnico. Não por ser o ponto franco do time, mas por ser o ponto forte, a espinha dorsal que tem levado o Viaducto a levar pouquíssimos gols no Torneio local.

San Lorenzo

Dias de sonhos contemplam o San Lorenzo nos últimos meses. Após várias tentativa de Tinelli finalmente o Ciclón conseguiu montar uma equipe competitiva e forte a ponto de disputar um título em boa condição de vencê-lo. Melhor ainda para a sofrida hinchada cuerva, que tem sofrido golpes violentos em sua autoestima. Conta muito que o San Lorenzo não se fazia grande, na Argentina. Agora, não apenas a Copa Argentina está próxima, como o retorno à Copa Libertadores de América. O Ciclón não disputa esta competição desde 2009, quando ficou em último lugar no Grupo 8. No cenário continental, as únicas conquistas importantes da equipes foram a Copa Mercosul/2001 e a Sul-Americana/2002. De lá para cá foi só humilhação.

A proposta de Pizzi é ade que o time saia para o jogo desde o início e busque fazer gols rapidamente: “A decisão de sair para buscar o resultado sempre a temos conosco, mas em uma final esta preocupação ganha relevo. Vai ser completamente diferente do jogo de sábado, estamos focados na decisão e sabemos que temos condições de ganhá-la”, disse Julio Buffarini, um dos mais empolgados.

O ex-meia do Ferro Carril Oeste também simboliza a euforia do clube em ganhar o torneio: “O sonho é frequente: todos aqueles que começam a jogar futebol ainda na infância deseja ganhar uma grande final. Tomara que saia tudo bem para o San Lorenzo. Se conseguirmos este objetivo pessoalmente se sentirei realizado em meu sonho de criança”.

Torcida cuerva

A empolgação de Buffarini não é menor na grande hinchada do Ciclón. Desde que a equipe passou para a final que os ingressos foram esgotados para os torcedores de Buenos Aires. Da cidade, 20 mil pessoas já se dirigiram a distante Catamarca. Muitos outros foram à cidade por conta própria, com o objetivo de ficarem com algum dos ingresso vendidos nas cercanias do estádio. A equipe foi recebida com festa e uma contagiante manifestação de apoio. Desta maneira, o San Lorenzo praticamente será local contra o Arse.

Equipe formada com o melhor do elenco

Pizzi vai realizar sete modificações em relação à equipe de perdeu para o Arse, no fim de semana. Buffarini, Alvarado, Emmanuel Mas, Ortigoza, Romagnoli, Ángel Correa e Gonzalo Verón vão a campo nos lugares de Matías Catalán, Mauro Cetto, Kannemann, Kalinski, Alan Ruiz, Leandro Navarro e Héctor Villalba. As modificações darão ao time um esquema ultra ofensivo. No papel será um 4-2-3-1. Só que Correa e Piatti praticamente atuarão pelos lados do campo, quase como pontas típicos. Más e Gentiletti protegerão a zaga, formando uma eficiente linha defensiva atrás de Mercier e Ortigoza. Desta forma, Leandro Romagnoli fica livre para armar a equipe cuerva.

Assim como Alfaro, Pizzi também se preocupa com o estado emocional de sua equipe. O San Lorenzo terminou com nove homens em Sarandí, pelas expulsões de Navarro e Gentiletti. Além disso, o treinador tenta atenuar a seus jogadores o suposto papel de protagonista de sua equipe, diante de um rival com menor expressão histórica.

Vencedor da Copa Argentina vai levar um prêmio em dinheiro de 1,8 milhão de pesos, um valor considerável para o futebol local. Germán Delfino será o árbitro principal da partida.

Formações das equipes

San Lorenzo: Sebastián Torrico; Julio Buffarini, Pablo Alvarado, Santiago Gentiletti; Emmanuel Más; Juan Mercier, Néstor Ortigoza; Leandro Romagnoli, Ángel Correa, Ignacio Piatti; e Gonzalo Verón. Técnico: Juan Antonio Pizzi.

Arsenal: Cristian Campestrini; Martín Nervo, Mariano Echeverría, Diego Braghieri, Damián Pérez; Jonathan Gómez, Juan Manuel Cobo, Iván Marcone, Nicolás Aguirre; Mauricio Sperduti e Julio Furch. Técnico: Gustavo Alfaro.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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