Arquivo

Blog FP: Sistema de rebaixamento argentino se vira contra o feiticeiro. Entenda o porquê.

Muito se fala no Brasil sobre o critério de rebaixamento na Argentina. Criado na década de 1980 para evitar que os times grandes (leia-se Boca, River, Racing, Independiente e San Lorenzo) caíssem para a divisão de acesso. Curiosamente, no mesmo ano em que foi criada, a Academia foi uma das primeiras vitimas. De fato, é um sistema que gera muitas polêmicas, até mesmo na própria argentina.

Contudo, hoje o sistema de rebaixamento não chega a ser tão prejudicial. Se fosse para colocar na ponta do lápis e comparar com o sistema de rebaixamento brasileiro, somente um dos times que hoje estão na atual zona de degola poderia se safar. E por conta de um ponto de diferença que pode ser tirado na partida de amanhã, quando o Independiente enfrenta o Arsenal.

Como o campeonato argentino é disputado de acordo com o calendário europeu, os rebaixados são definidos apenas no meio do ano. Restando 16 partidas para o fim da temporada, Olimpo e Quilmes retornariam a B Nacional (a Série B argentina) de forma imediata enquanto Gimnasia LP e Huracán disputariam uma repescagem, chamada de promoción. Se fosse no sistema que é utilizado no Brasil, Huracán, Quilmes, Gimnasia LP e Independiente – este último com uma partida a menos – seriam os rebaixados de forma direta.

Apesar de River Plate e Boca Juniors não estarem em um bom momento nos últimos campeonatos, ambos os times não estariam ameaçados de rebaixamento no sistema brasileiro. Enquanto o time de Núñez ocuparia a terceira colocação, o Boca estaria no meio da tabela, sendo a 13ª melhor equipe da Argentina. Por outro lado, no atual sistema de rebaixamento da Argentina, o River está na zona de risco, apesar de nove pontos de diferença para o Huracán, primeiro time na zona de rebaixamento e Boca estaria na confortável 9ª colocação.

Dos demais grandes, outro time que também está na zona de perigo (nas ambas situações, diga-se de passagem) é o Independiente, que está com a mesma pontuação do River Plate. O Racing ocupa no sistema atual, está na quarta colocação e no sistema brasileiro na 10ª posição. Já o San Lorenzo, que no sistema brasileiro estaria em nono, no sistema de médias está na confortável 5ª colocação. Ou seja: o feitiço está virando contra o feiticeiro.

Por fim, qual sistema é o mais justo ou Tal sistema de média (que já rendeu uma virada de mesa no Brasil, em 1999, quando o Gama entrou na justiça comum para disputar a Série A após a mudança de regulamento no meio do campeonato que acabou lhe prejudicando e beneficiando o Botafogo) também tem as suas vantagens e justiça? Comente!

[TABLE=34]

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

4 thoughts on “Blog FP: Sistema de rebaixamento argentino se vira contra o <em>feiticeiro</em>. Entenda o porquê.

  • Márcio Millo

    ainda acho o sistema brasileiro mais justo. até porque da chances pra recuperação.
    mas ja me acostumei com o critério argentino. =D

  • Marcio

    O sistema brasileiro é mais justo, pois a temporada é o que conta, e alem disso aqui não ocorre como na Argentina de uma equipe que acaba de subir tenha que fazer uma temporada ecelente como ja citado neste memo local outras vezes!

  • Leandro

    Eu acho o sistema argentino interessante, acompanho o futebol argentino há muito tempo, e concordo que sistema brasileiro, talvez, eu disse talvez, seja mais justo, pois sabemos que no Brasil as viradas de mesa são comuns, como em 1992 com o Grêmio, 1997 com o Fluminense, além da Copa “João Avalanche” de 2000. Olha muitos consideram só Boca Jrs, River Plate, Racing, Independiente e San Lorenzo Grandes na Argentina, pois bem, se no Brasil consideramos Atlético, Botafogo e Fluminense, grandes, e são obviamente, na Argentina…também podemos Considerar: Estudiantes, 4 vezes campeão da Libertadores, Vélez Sarsfield, também campeão da Libertadores, Newell’s Old Boys e Rosario Central, pois todos são grandes campeões na Argentina. Se todos esses 9 clubes são grandes na Argentina, temos na atualidade um grande rebaixado, Já que nas ultimas temporadas tem ido mal e isso culminou no seu rebaixamento, que é o Rosário Central, que para quem lembra venceu inclusive uma Copa Conmebol sobre o Atlético – MG.
    Enfim, acho o sistema interessante porque mantém os times realmente grandes na divisão principal, imaginou Palmeiras, Grêmio, Vasco ou Corinthians não terem sido rebaixados, e se no lugar deles tivesse ido logo para a B, times como América de Natal, Prudente, Brasiliense e Ipatinga. Eu acho que era mais viável até mesmo financeiramente até para os outros clubes, já que os confrontos com esses times dariam mais renda tanto em publicidade, quanto em bilheteria. Até mesmo porque esses emergentes são como refrigerante só tem gás até a metade!

  • Celio Roberto

    TANTO O REBAIXAMENTO QUANTO A PROMOÇÃO DE UM CLUBE PARA OUTRA DIVISÃO DEVEM FUNCIONAR COMO CASTIGO OU PRÊMIO PELO QUE ESSA EQUIPE APRESENTOU AO LONGO DE UMA ÚNICA TEMPORADA.

    ESSE SISTEMA DE PROMEDIO, ALÉM DE CONFUSO, É RIDÍCULO! EMBORA TENHA SIDO CRIADO VISANDO BENEFICIAR AS EQUIPES MAIORES, O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O RIVER PLATE É UMA PROVA DE QUE O FEITIÇO PODE VOLTAR-SE CONTRA O FEITICEIRO. NAS TRÊS ÚLTIMAS TEMPORADAS, EM APENAS UMA DELAS – NA TEMPORADA 2008/2009 – O RIVER PLATE ACABOU ENTRE OS QUATRO ÚLTIMOS. SE NA ARGENTINA FUNCIONASSE O SISTEMA DE REBAIXAMENTO SIMPLES, MUITO PROVAVELMENTE O RIVER PLATE TERIA SE ESFORÇADO PARA FUGIR AO REBAIXAMENTO NAQUELE ANO, E SE TIVESSE CONSEGUIDO ESCAPAR, NÃO ESTARIA PREOCUPADO COM SEU PROMEDIO NOS ANOS SEGUINTES, NÃO OCORRENDO A SITUAÇÃO PATÉTICA QUE VEMOS AGORA: O CLUBE TERMINOU O CAMPEONATO NUMA POSIÇÃO INTERMEDIÁRIA E MESMO ASSIM ESTÁ ÀS PORTAS DO INFERNO! E CASO SE TIVESSE SIDO REBAIXADO NA METADE DE 2009, MUITO PROVAVELMENTE O CLUBE JÁ TERIA TOMADO AS MEDIDAS NECESSÁRIAS PARA SUA REESTRUTURAÇÃO E VOLTADO À ELITE DO FUTEBOL ARGENTINO NO ANO SEGUINTE, QUE SERIA 2010/1011. ESSAS MEDIDAS SÓ NÃO FORAM TOMADAS ATÉ AGORA, PORQUE O PROMEDIO DOS ANOS ANTERIORES A 2008/2009 E QUE NA ÉPOCA EVITOU O REBAIXAMENTO CAUSOU ESSA ACOMODAÇÃO, CUJAS CONSEQUENCIAS SÓ AGORA VÊM À TONA…

    SE O SISTEMA DE PROMEDIOS É TÃO SÉRIO ASSIM, COMO ALEGAM SEUS DEFENSORES, POR QUE ELE NÃO É ADOTADO NAS PRINCIPAIS LIGAS DO MUNDO, COMO A ITALIANA, INGLESA, FRANCESA, ESPANHOLA, PORTUGUESA E ALEMÃ?????

    NA MINHA OPINIÃO, APENAS UMA CARACTERÍSTICA DO SISTEMA DE REBAIXAMENTO ARGENTINO PODERIA SER ADOTADA NO BRASIL: SERIA INTERESSANTÍSSIMO QUE O 17º E 18º COLOCADOS DA SÉRIE A ENFRENTASSEM O 4º E 3º COLOCADOS DA SÉRIE B DO BRASILEIRÃO – COMO ACONTECE NA “PROMOCION” – AO INVÉS DOS MESMOS SEREM REBAIXADOS/PROMOVIDOS AUTOMATICAMENTE. ISSO DARIA MAIS EMOÇÃO PARA AS TORCIDAS, DARIA UMA SOBREVIDA AOS CLUBES DA SÉRIE A, AUMENTARIA AS EXPECTATIVAS DOS CLUBES DA SÉRIE B, E PARA TODOS OS CLUBES SERIA BOM FINANCEIRAMENTE, POIS SERIAM DOIS MATA-MATA COM GARANTIA DE CASA CHEIA. SE FOSSE EM 2010, POR EXEMPLO, TERÍAMOS DOIS EMOCIONANTES MATA-MATA: VITÓRIA(17º) X AMÉRICA-MG(4º) E GUARANI(18º) X BAHIA(3º). ALIÁS, POR MUITO POUCO NÃO TERÍAMOS UM BA-VI!!! IMAGINEM, VITÓRIA E BAHIA DISPUTANDO UMA VAGA NA SÉRIE A!!! ARREPIA SÓ DE PENSAR!!! ESSE SISTEMA EVITARIA TAMBÉM QUE UMA EQUIPE FOSSE REBAIXADA COM MUITA ANTECIPAÇÃO (GERALMENTE OCORRE COM O ÚLTIMO E PENÚLTIMOS COLOCADOS) E ESSAS EQUIPES TENTARIAM PELO MENOS DISPUTAR O MATA-MATA DE PROMOÇÃO…

    O QUE VOCES ACHAM DISSO???

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

8 − oito =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.