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Boca: rumo à história

A vitória de ontem foi particularmente especial para o Boca. Venceu com o ataque reserva e alcançou sua terceira marca invicta na história do profissionalismo. Não toma gol há 494 minutos, levando apenas 2 nas primeiras 12 partidas do Apertura, marca inédita na história dos torneios curtos. E se aproxima cada vez mais da Libertadores.

Teoricamente a vitória não surpreendeu, já que apenas manteve o altíssimo aproveitamento xeneize no Apertura (atualmente está em 77%). No entanto, ela ocorreu em circunstâncias ímpares. O Boca entrou em campo pressionado pela boa vitória do vice-líder Atletico Rafaela, e sem seu trio ofensivo. Seus substitutos, Chavez, Mouche e Blandi, são olhados com extrema desconfiança pela fanática torcida xeneize. E foram exatamente eles que comandaram a vitória, que aproximou ainda mais o clube da Ribera da Libertadores (seja conquistando o Apertura, seja pela liderança disparada na tábua anual de pontos), trazendo paz e tranquilidade para o mundo Boca quando a competição está prestes a entrar em seu momento mais agudo.

Satisfeito com a atuação, o treinador Julio Cesar Falcioni achou que a equipe mereceu a vitória, que poderia ter sido por vantagem mais larga: “Boca foi mais profundo que o rival, por isso poderíamos ter vencido por uma vantagem maior, em que pese ter enfrentado um rival perigoso, que está no grupo dos que nos seguem”. Acrescentou aque: “Os jogadores responderam bem, a equipe esteve segura, teve volume de jogo, manejou bem os tempos e espaços. Isso é mérito exclusivo dos jogadores, que têm muito compromisso, tanto titulares quanto os que entram”.

Eleito por todos como o melhor em campo, Pochi Chavez não escondia o contentamento: “Estou muito contente pelo triunfo e pela atuação da equipe. Temos excelentes jogadores que estão lesionados, e hoje não sentimos falta deles. É muito difícil jogar aqui, mas acho que fizemos uma boa partida. Fizemos os gols e tivemos a bola o tempo todo”.

Por seu lado, o jovem Blandi, muito criticado pela torcida antes de marcar os dois gols da vitória de ontem, mostrava toda a sensação de alívio: “Eu estava tranquilo, sei quem sou e para que trabalho. Contei com o apoio da comissão técnica e dos meus companheiros, e também da minha família, minha namorada e meus amigos”. Sobre a partida afirmou: “foi muito dura, como sempre que se joga aqui, mas jogamos de maneira inteligente e levamos os 3 pontos”

 

 

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

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