Arquivo

Copa Argentina: em casa, e diante de um estádio lotado, Atlético Policial é humilhado por Barracas Central

Primeiro humilharam o Instituto por 4x1; agora forma impiedosamente humilhados pelo Barracas Central por 4x0

Atuando no Bicentenário de Catamarca, o Atlético Policial (Argentino B) praticamente foi anfitrião diante do Barracas Central. O estádio estava vestido de amarelo e branco e a festa parecia preparada a priori. Só que se esqueceram de combinar com o Barracas Central (B Metro). Atuando com grande inteligência e determinação o Camionero praticamente humilhou o Policial diante de seus torcedores. Fez 4×0 e ainda mandou uma pelota no travessão no último minuto. Um assombro para torcida e elenco de um Atlético Policial que havia feito 4×1 no Instituto de Córdoba. Mas é preciso dizer que o conjunto local teve menos responsabilidade pela derrota do que o rival, do bairro bonarense de Barracas. O clube cujos dirigentes trabalham para torná-lo um modelo para o futebol argentino atual pouco a pouco começa a levar essa organização para o campo. Ao menos foi o que se viu no estádio Bicentenário. Um time que soube o momento para tudo, até para bater, quando necessário. No fim, o triunfo histórico foi um prêmio para o Camionero. Nas quartas-de-final vai encarar o San Lorenzo de Almagro.

No primeiro tempo e com grande presença de torcedores apoiando entusiasmados, o conjunto local foi logo para cima do Barracas sem deixar com que o Camionero pudesse respirar. Com menos de 15 minutos, foram ao menos quatro chegadas perigosas dos locais. O jogo ficava perigoso para o Barracas, que precisava fazer algo.

Daí, o esquema 4-3-1-2 do Barracas praticamente virar um 4-5-1 foi um detalhe. O congestionamento da meia cancha pouco a pouco bloqueou as perigosas estocadas do ganancioso Atlético Policial. Mas não somente por isso. Também pelo jogo duríssimo travado pelos visitantes. Foi então que os catamarqueños perderam Ariel Córdoba por suspeita da contusão grave. O fato intimidou um pouco a gana do Policial.

O visitante foi ganhando terreno. Seu futebol organizava-se em saídas rápidas pelos flancos, boa articulação do meio para o ataque, recuo de quase toda a equipe para o campo de defesa, quando atacado e, sobretudo, por um jogo áspero, que via na pelota um troféu e nos tornozelos dos atacantes locais os seus concorrentes. A partir dos 25 minutos já não era possível perceber quem mandava na partida. Tanto é assim que embora tenha sofrido com um bom número de ataques do rival, foi o Barracas quem teve a melhor chance da primeira etapa, aos 45 com uma chegada perigosíssima de Fernando Torres.

A segunda etapa foi outra história. O Barracas veio disposto a ignorar o forte apoio dos hinchas, ao clube local, e não levar o duelo para os pênaltis. Logo aos 12 minutos, surpreendeu com o gol de Juan Manuel Solto. Dois minutos depois, só não fez o segundo por detalhes. Três minutos depois, o nervoso elenco local perdeu Héctor Acosta, expulso pelo árbitro Julio Barraza.

Nervosa em campo, o Atlético Policial não conseguia bloquear a trama de jogo que ocorria no meio-de-campo do Camionero. Aos 24 minutos, Matos um converteu pênalti para ampliar o placar para o topetudo visitantes do bairro bonaerense de Barracas. Foi então que a presença e cobrança dos torcedores causaram um efeito contrário para o Atlético Policial.

Próximos de ter mais um ou dois jogadores expulsos, o elenco xeneize não entendia por que o Camionero tinha feito um jogo duríssimo contra o Sarmiento, viajado 1.135 km, se deparado com um estádio colorido de amarelo e branco e, ainda assim, os colocava na roda, assim como se não tivesse nenhum pouco de respeito. Aos 39 minutos, Sebastián Matos fez o terceiro gol, após grande falha da defesa local.

Fora de si, o elenco xeneize perdeu Matías Sacco, aos 41 e, por entrar na mesma confusão, também David Corzo. Assim ficou fácil para Jorge González fazer o quarto gol, aos 47 minutos. Um minuto depois, uma bola no travessão impediu o Atlético Policial perder de cinco. E ficou nisso. Com o resultado histórico o Camionero se credenciou para ser o próximo rival do San Lorenzo pelas quartas-de-final da Copa Argentina. Um grande triunfo para um pequeno clube que se cansou de não dar certo no cenário do futebol metropolitano da Argentina.

Formações

Barracas Central: Elías Gómez; Néstor Fernández, Gonzalo Peralta, Marcos Torres, Mariano Sardi; Fernando Torres, Alejandro Orfila, Juan Manuel Salto (Norberto Fariña); Alejandro Orsi (Daniel Cáceres Silva); Julián Cano (Jorge González) e Sebastián Matos. Técnico: Javier Alonso

Atlético Policial: Esteban Salvatore; Hugo Cortez, Heraldo Aguirre, Héctor Acosta, Ariel Córdoba (Matías Sacco); Darío Olmos, Carlos Rivero, Alexis Brizuela (Alexis Veja), Wilson Moreno (Lucas Galán); Cristian Fernández e Luis Seco. Técnico: Ángel Bernuncio

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

One thought on “Copa Argentina: em casa, e diante de um estádio lotado, Atlético Policial é humilhado por Barracas Central

  • Douglas

    Um dos muitos motivos de acessar bastante o Futebolportenho é a amplitude de sua cobertura, não o fazem apenas para os clubes da Série A, ou mais o River pela B, e sim o futebol argentino num todo, desde os lugares mais distantes, ou os times pequenos… Parabéns pelo ótimo trabalho!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

um + dois =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.