Primeira DivisãoRiver

De virada, reservas do River o colocam na liderança provisória

Cave
Cavenaghi comemora a virada indo abraçar Saviola. Parece 2001, mas é 2015

Poupando os titulares para as finais da Libertadores com o Tigres, o técnico Marcelo Gallardo colocou apenas o endiabrado Gonzalo Pity Martínez, que nem absoluto é: disputa a posição com o veterano Lucho González. Martínez foi justamente o grande motor de uma virada de 3-1 construída toda no segundo tempo. No Colón, seu equivalente foi o ex-gremista Alán Ruiz, que destoou da apresentação quase apática dos colegas em um jogo agradável que ainda teve um gol anulado para cada time.

Os reservas do River queriam mostrar serviço e fizeram pressão o jogo inteiro. Cavenaghi até marcou, mas impedido. Já Alán Ruiz armava com grande lucidez os contra-ataques mais perigosos dos visitantes. Mas eram poucos. Ainda assim, o Colón abriu o marcador, com Ruiz cobrando bem uma falta para Conti chutar à queima-roupa de Chiarini. O primeiro tempo se encerrou com o time de Santa Fe vencendo por um enganoso 1-0. Outra ironia é que Ruiz queria cobrar ligeiramente fora da área demarcada pelo spray do árbitro a falta e levou amarelo.

Ao River faltava aquele último passe preciso para um companheiro ficar livre. Ruiz providenciou isso ao colega Villarruel no finzinho da primeira etapa, mas o chute de primeira foi para fora. No segundo tempo, porém, os donos da casa voltaram bem mais calibrados e empataram logo aos 2 minutos, em bela jogada coletiva: Cavenaghi recebeu na entrada da grande área, mas sem ser fominha e sem se afobar, esperou o galope de Pity Martínez. Este então recebeu na ponta-esquerda e cruzou de volta para o início da área. O goleiro Broun dividiu com um oponente e deixou o gol livre para o disparo de Driussi.

A virada não demorou muito. Aos 16, nova jogada bem trabalhada por todo o ataque do River não foi brecada nem com uma falta dura, com o juiz concedendo a vantagem. Terminou com Saviola cruzando para Cavenaghi, meio de costas, escorar de cabeça e fazer a torcida reviver a boa fase vivida em Núñez até o início do novo século. Cavegol ainda chegou à artilharia do torneio, com 11 gols. Já Saviola, que vem melhorando progressivamente, saiu de campo quatro minutos depois, bastante aplaudido – Bertolo entrou em seu lugar.

Ruiz respondeu com lance semelhante ao do primeiro gol, cobrando falta para um colega marcar. Mas um passo à frente bastou para o bandeirinha assinalar o impedimento e impedir o empate. Coube a Pity Martínez aniquilar de vez o Colón com nova corrida pela ponta-esquerda. A jogada do primeiro gol do River se repetiu, mas dessa vez o recuo veio rasteiro e o gol foi de Tabaré Viudez, que entrara minutos antes. Foi a estreia de Viudez no campeonato argentino, embora tenha sido o talismã da classificação em Assunção à final da Libertadores.

O Colón só foi reagir já nos acréscimos, exercendo alguma pressão apesar da desvantagem de dois gols. Quando não foi desarmado, esteve impedido e o placar permaneceu nos 3-1, que deixam o River provisoriamente na liderança ao lado do Boca, ambos com 37 pontos. O arquirrival joga amanhã, assim como o vice-líder San Lorenzo, que tem um ponto a menos em um torneio empolgante.

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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