Estudiantes tem prazo para voltar a jogar em seu estádio
O sonho dos torcedores do Estudiantes de La Plata de voltar para casa está próximo de se tornar realidade. Na última terça-feira a diretoria encabeçada pelo presidente Juan Sebastian Verón firmou o contrato com a empresa construtora e estabeleceu o prazo para o término das reformas e a entrega do estádio Jorge Luis Hirschi, ou simplesmente “Tierra de Campiones”, localizado na esquina da Rua 1 com a rua 57 no Paseo del Bosque na cidade de La Plata. A construtora tem o prazo de 420 dias para entregar o estádio completamente reformado e pronto para receber novamente os jogos e a torcida pincharrata.
O clube terá que investir mais 192 milhões de pesos (aproximadamente 50 milhões de reais) para terminar a obra que começou há vários anos e já teve o prazo de entrega modificado por várias vezes. A expectativa é que o Estudiantes possa contar novamente com seu estádio entre abril e maio de 2017.
“É um dia muito importante para o clube e para a cidade. A última etapa do projeto de reconstrução de nosso estádio já está em marcha. Estamos cada vez mais perto de cumprir nosso sonho que é de ter nosso estádio novamente e completamente reformado, pronto para receber nosso torcedor”, declarou o presidente Verón após a assinatura do contrato na terça-feira. A última partida disputada no antigo estádio foi há quase 11 anos, em 28 de agosto de 2005 quando o Estudiantes venceu o rival Gimnasia por 1-0, gol de José Luis Calderón, pela 4ª rodada do Torneio Apertura do Campeonato Argentino.
A casa cheia de história
O estádio próprio do Estudiantes de La Plata foi inaugurado em 25 de dezembro de 1907 e por curiosidade não recebeu uma partida oficial de futebol. Devido a problemas com o gramado, a inauguração contou apenas com espetáculos musicais e exibição de vídeos sobre o clube e a cidade de La Plata. Com uma capacidade inicial para 2.000 pessoas, o estádio tinha um setor exclusivo para o público feminino.
Em 1911 foi construída a primeira tribuna, com estruturas de madeira. Em 1937 foi inaugurada a iluminação do estádio, o que permitiu ao Estudiantes participar do primeiro torneio internacional noturno, junto aos “cinco grandes” (Boca, River, Racing, Independiente e San Lorenzo), Rosario Central, Newell’s Old Boys e os convidados uruguaios Nacional e Peñarol.
O estádio sediou nada menos que quatro finais de Libertadores. Em 1968, o jogo de ida quando o Estudiantes venceu o Palmeiras por 2-1 no dia 2 de maio (o Estudiantes foi campeão num jogo desempate em Montevidéu). Em 1969 viu a vitória por 2-0 e o título do Estudiantes sobre o Nacional de Montevidéu. Em 1970 novamente sediou o primeiro jogo da final, vitória sobre o Peñarol por 1-0 (o título veio na capital uruguaia após empate em 0-0) e a primeira partida da final de 1971, vitória por 1-0 sobre o Nacional-URU (o Estudiantes perderia este título na partida desempate em Lima no Peru).
Os projetos de um novo estádio começavam a se desenhar desde o final da década de 90, quando os dois clubes mais importantes de La Plata, Estudiantes e Gimnasia lutavam pela cessão definitiva das terras onde eram localizados seus estádios, na zona de Paseo del Bosque. O fechamento definitivo aconteceu em setembro de 2005 e a última partida realizada foi justamente o clássico da cidade, quando o Estudiantes derrotou o rival por 1-0. Ainda neste ano o time teve que jogar na casa de seu maior rival, o Estádio Juan Carmelo Zerillo, o “Bosque” (localizado a apenas 1km de distância), que também viria a ser fechado no final do ano, mas por uma confusão generalizada entre torcedores do Gimnasia.
No ano seguinte o Estudiantes passou brevemente a mandar seus jogos no Estádio Centenário de Quilmes, mas no mesmo ano começou a exercer o mando no Estádio Ciudad La Plata, quando estreou goleando o rival por 7-0 (recorde histórico do clássico platense) em 15 de outubro de 2006. Ali conquistou o título nacional de 2006/07 vencendo o Torneio Apertura.
Jorge Luis Hirschi
Jorge Luis Hirschi foi jogador e presidente do Estudiantes de La Plata. Fez parte do elenco campeão nacional em 1913, ainda pela era amadora. Liderou o clube como presidente entre 1927 e 1931. Seu nome foi dado ao estádio no ano de 1970.
