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Gallego deixa o banco do Rojo, que caminha para a B Nacional

Tolo

Não teve jeito. Após o empate em casa com o Unión Santa Fe, o último colocado na tabela dos promédios, Américo Rubén “Tolo” Gallego deixa o comando do banco de reservas do Rojo. Ainda que fosse da vontade do presidente Javier Cantero que Gallego seguisse, mesmo o cartola maior do clube não conseguiu convencer o técnico a permanecer. Assim, o Rojo caminha firme para a B Nacional, mas sem a companhia do treinador que chegou com a pecha de “salvador da pátria” e parte como mais um: frustrado e sem resultados.

Após o melancólico empate em casa com o Unión Santa Fe, o último colocado na tabela dos promédios, o clima no Independiente tomou o mesmo rumo que a equipe vem tomando na atual temporada: o de queda livre. Assim, ficou absolutamente impossível manter o treinador Américo Gallego no comando da equipe. Cantero fez sua parte. Colocou-se à frente dos repórteres e anunciou bem alto que o técnico seguiria. De nada adiantou. Após dois dias do empate com o Tatengue, e críticas de todos os cantos, Gallego resolveu partir.

No torneio Final, o técnico não conseguiu reverter a maré de baixos resultados da equipe. Foram duas vitórias, três empates e 4 derrotas, nas nove rodadas da competição. Ao deixar o comando da equipe, Tolo a deixa com promédios de 1,115. Para se ter uma ideia do problema, basta ao Rafaela que consiga 14 pontos para o Rojo precisar de 30. Isto tudo em apenas nas 11 rodadas que faltam. Os números são frios e duríssimos para o Rojo. Contudo, refletem não apenas a realidade da equipe como o pavor de Gallego de não conseguir o milagre. Isto para ele seria terrível, se considerarmos que ao chegar em Avellaneda, o técnico foi tachado como o “salvador da pátria”.

E por que Gallego desistiu? Por que não aguentava mais sintetizar tantos problemas no comando do time. Poucos treinadores vestiriam tanto a camisa vermelha do Rojo como Gallego. Só que ele não segurava mais o excesso de pancadas que vinha de todos os lados. Enquanto tentava curar as feridas do elenco, após cada resultado negativo, os fantasmas de Comparada, o antigo dirigente, continuavam a rondar o clube. Enquanto Gallego tentava equilibrar os vestiários, os barras, ligados ao antigo e nefasto presidente, continuavam a infernizar técnico, jogadores e direção atual do clube. Finalmente, à beira de um colapso nervoso, Gallego decidiu, junto com sua esposa, que era a hora de partir.

Assim foi que o caminho do treinador, o último na função campeão nacional com o Independiente (em 2002, quando a equipe também vivia ameaça de queda: veja aqui), se desviou cada vez mais de Avellaneda. Agora, não tem ninguém no comando e o nome do antigo ídolo Enzo Trossero, atual técnico do Al-Shabab, da Arábia Saudita, é o nome da vez para chegar ao clube. Não se sabe se este é o perfil para o cargo, mas até neste quesito não se tem mais um referencial do que vale a pena. Se um nome de peso, como o do Tolo, não serviu para o Rojo é porque fica difícil de saber se de fato existe algum nome que sirva.

Independente de nomes, porém, a questão é a de saber se o próximo treinador há de se preocupar com o descenso ou com a luta para ter dignidade na B Nacional e retornar à elite, ao fim da próxima temporada.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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