Racing

Ideia confusas circulam na cabeça de Zubeldía

O treinador defende Sand, sabe que o problema não está no atacante; mas quer retirá-lo da equipe. E não quer

O que fazer se o ataque não produz e se a principal referência no setor não consegue chegar às redes? Esta é a dúvida que assombra a cabeça do técnico Zubeldía e que precisa bancar Sand, no memento em que a torcida já parece impaciente.

Friamente, a campanha do Racing no Torneio Inicial não é muito diferente do que pensava a comissão técnica e dirigentes do clube. Contudo, os bons resultados no início da era Zubeldía mexeu principalmente com a torcida, que não parece aceitar o momento da equipe. E o culpado ela já elegeu: Pepe Sand.

Com o sem razão, a torcida se depara com um Sand bem distante do matador, que encantou os torcedores do Granate temporadas atrás. O aproveitamento de Sand é dos piores, mas o treinador acadêmico é o primeiro a defender o atacante. Mesmo que não se incomode em sacar o jogador em algumas partidas, assim como foi no último cotejo diante do Estudiantes.

Zubeldía acredita que o problema não está em Pepe Sand, mas no sistema de jogo, no qual o meio-campo não produz e não faz a pelota chega ao matador da Academia. “O que tenho de buscar é uma maior consistência da metade do campo para frente”, disse o técnico. E continuou: “Nosso problema não é o nosso camisa 9; está longe de ser o Sand”. “O problema de nosso comandante do ataque é o mesmo enfrentado por Farías ou Trezeguet”, disse Zubeldía, aludindo ao fato de que os centroavantes do Rojo e do River também não chegam às redes como se esperava.

Quando Zubeldía fala da consistência do meio para frente, refere-se também à possibilidade de trocar o parceiro de Sand no ataque. Neste caso, quem sairia da equipe seria “el Demónio” Hauche, cujo desempenho também caiu nas últimas partidas. “Vietto pode nos oferecer uma maior profundidade”.

Zubeldía tenta ser bastante coerente, mas também acusa sentir o momento da Academia. “Temos uma boa equipe, porém nossa proposta de jogo vai se consolidar com o tempo”, argumentou o técnico, defendendo o projeto inicial, mas claramente temeroso com os resultados do momento. E tentou sustentar suas ideias: “sabemos que no meio de tudo isso temos que fazer pontos; o que é absolutamente normal, porém, para se conseguir coisas importantes é preciso, antes, passar pelas coisas negativas, filosofou o treinador acadêmico.

Apesar das 11 contratações do Racing, Zubeldía começa a ver saídas na base do clube. “Fariña e Vietto são dois garotos que podem encorpar bem a equipe. Ainda considero o Fariña como um dos mais importantes da equipe. Se ele não tem entrado é apenas por circunstâncias de alguns jogos. Apesar disso, eu sei que ele pode fazer a diferença”, disse o treinador.

Mesmo com o cérebro em polvorosa, o comandante do banco acadêmico considerou que a equipe não atuou mal contra o Pincha. “Eles nos ganharam por uma jogada isolada. Em alguns momentos, fomos muito superiores a eles; o que significa que não temos motivos para preocupação”, finalizou Zubeldía, já se contradizendo, de certa forma.

Se a confiança do técnico parece duvidosa, Mauro Camoranesi se mostra calmo e otimista: “um o outro resultado negativo só. Nada mais. Precisamos entender que ainda estamos na luta pelo título. Não há grandes favoritos e hoje qualquer equipe pode derrotar o seu rival”, explicou o volante do clube azul de Avellaneda.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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