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Juan Manuel Martínez: “um dia eu voltarei para o Vélez”

O jogador não escondeu a emoção ao se despedir do Vélez

Juan Manuel Martínez viajou hoje de Buenos Aires rumo a São Paulo, para fazer exames médicos e assinar contrato com o Corinthians. Antes de partir, não escondeu a emoção de deixar Liniers e o clube que alavancou sua carreira, assim como o técnico fortinero: “Gareca foi o treinador que mais impulsionou minha carreira”, disse “el Burrito”, claramente emocionado com a despedida. E disse mais: “prometo que um dia eu voltarei para o Vélez”.

Essa é a terceira vez que Juan Manuel Martínez deixa o Vélez Sarsfield a caminho do exterior. Já havia ido à Colômbia e à Arábia Saudita. Porém, desta vez parece que tudo foi bem mais difícil para o jogador. Isso porque o seu amadurecimento profissional coincide com a certeza de que o clube de Liniers e sua comissão técnica foram fundamentais para o sucesso profissional. “Parti outras vezes daqui, mas sinto que agora é diferente. Agora eu estou mais amadurecido e sei que saio para resolver a minha vida financeira no exterior. Assim como nas duas outras vezes, sei que voltarei para o Vélez”, disse o jogador um pouco antes de entrar no avião rumo a São Paulo.

“A expectativa era a de que você iria para a Europa. Por que elegeu o Brasil para jogar?”, perguntou um meio desportivo da Argentina. “Ora, elegi o Brasil porque o futebol se equiparou; se reparar nos nomes que estão atuando no Brasil perceberá que vários outros atletas também elegeram algum clube brasileiro para jogar”, disse o Burrito. E continuou: “E essa foi a principal razão de minha escolha. Estou indo ao último campeão da Libertadores; se reparar são muitos os motivos que justificam a minha escolha”.

“Você acredita que também Riquelme irá ao Brasil?

“Tomara. Seria fantástico. Mas creio que o mais importante é que não abandone o futebol, pois é muito bom vê-lo atuar. No Brasil, todos jogam muito bem, tem muitos craques por lá”, disse o meia-atacante.

“Então, é bem mais difícil se destacar por lá?…”

“É difícil se destacar em todos os lugares. Porém, até agora, o lugar mais difícil para se destacar, e que encontrei dificuldades para atuar, foi na Argentina”.

“Você sabe que irá ao clube em que Carlitos Tévez foi um ídolo…”

“Sim, claro! Tévez foi uma grande figura no clube. Tomara que eu também possa obter sucesso, mas não me comparo com ele. Eu terei que construir o meu caminho no Corinthians; espero que eu também me torne um ídolo, como ocorreu com o Carlitos. Sou um jogador exigente e não me contento com pouco”.

“E te anima também poder jogar o Mundial de Clubes da FIFA?”

“Sim. Ficaria muito feliz se pudesse compartir essa alegria com outros companheiros do Vélez. Nós tínhamos elenco, estilo de jogo…, tínhamos tudo; trata-se de uma emoção que eu não pude ter no Fortín. Mas sei que voltarei ao Vélez e, quem sabe, eu não possa ganhar a Libertadores pelo clube?”

“Quais as semelhanças entre Corinthians e Vélez?”

“Creio que as semelhanças estão na maneira de jogar. A proposta de atacar sempre e jogar o tempo todo, com o sem a bola. Gareca nos ensinou isso, a atacar sempre. Vou agradecer eternamente a Gareca por isso. Tomara que também ele me possa dirigir, já que foi o treinador que mais me ensinou a melhora minhas características futebolísticas. Sentirei muitas saudades de Gareca e de mueus companheiros fortineros”, finalizou Martínez, visivelmente emocionado.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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