LibertadoresRiverRosario Central

Libertadores: River passeia e Central sofre para empatar

A noite desta quarta-feira teve dois argentinos em campo e em situações completamente opostas. Enquanto o River Plate simplesmente fez um treino contra o Strongest no Monumental de Nuñez e goleou por 6-0, o Rosario Central mexeu com os nervos de seu torcedor que mais uma vez lotou o Gigante de Arroyito, ao empatar com o Palmeiras pelo placar de 3-3. Tanto Millionarios quanto Canallas assumiram a liderança de seus grupos, ambos com 8 pontos conquistados, a diferença é que o River ainda faz duas partidas pela competição enquanto o Central encerra a primeira fase na próxima semana

O passeio do River

Fácil. Não há palavra melhor para definir o que foi o jogo do River contra o – até então líder – Strongest no Monumental de Nuñez. O time de Marcelo Gallardo não esperava encontrar um adversário tão rendido como encontrou na primeira etapa da partida e aproveitou para impor seu ritmo de jogo. Logo aos 14 minutos, D’Alessandro fez uma belíssima jogada individual pra cima de Chumacero, passou pra Rodrigo Mora que devolveu para D’Ale marcar seu primeiro gol com a camisa do River desde o seu retorno ao Monumental. 10 minutos depois foi a vez de Mercado ir a linha de fundo, levantar na área e encontrar Nacho Fernandez completamente livre para cabecear e ampliar. Com a vantagem e com Barovero apenas observando o jogo debaixo de suas traves, o River foi pra cima novamente e aos 29’ aproveitando mais uma jogada de linha de fundo, foi a vez de Mayada emendar de primeira para o gol. Em menos de meia hora já estava 3-0 para a equipe millionaria.

Mayada-asistio-convirtio-gol_OLEIMA20160406_0206_28
Mayada comemora seu gol. Foto: Olé

Se os adversários que enfrentam o Strongest em La Paz sentem os efeitos da altitude, o time boliviano parecia sentir um efeito contrário, já que nada produzia de eficiente para ao menos assustar a zaga do River Plate. Quando conseguia, era facilmente barrado pelo sistema defensuvo argentino. Aos 42’ em mais uma jogada de linha de fundo, Mammana aproveitou cruzamento de D’Alessandro e cabeceou com facilidade para aumentar. E aos 45’ num típico gol de churrasco, Rodrigo Mora roubou a bola da defesa, atraiu três marcadores que deixaram Lucas Alario completamente livre pra receber o passe e tocar no canto do goleiro Vaca: 5-0.

4618-nacho
Nacho Fernandez comemora com os companheiros. Foto: Prensa CARP

Na segunda etapa aconteceu o que era esperado, o River tirou o pé do acelerador e passou a administrar a imensa vantagem construída no primeiro tempo, já o Strongest se mostrava completamente impotente, então o jogo se transformou em sonolento e serviu apenas para o River tocar a bola e torcer pra o relógio correr mais rápido. Percebendo que nada mais de muito importante iria acontecer, a torcida Millionaria cantava e empurrava os jogadores, exaltando a bela exibição. Aos 32’, D’Alessandro foi ovacionado quando deixou o campo para a entrada de Leo Pisculichi. E aos 37’ o time da casa ainda iria fechar o placar, mais uma vez com Nacho Fernandez. O ex-gimnasista acertou um chute de esquerda e selou o placar em 6-0.

copa-libertadores-2183451w620
Um lance de disputa de bola só pra fingir que teve alguma coisa pegada nesse jogo… Foto: Télam

Com a vitória a equipe de Gallardo assumiu a ponta do Grupo 1 com 8 pontos conquistados e deixou o Strongest na segunda posição. A próxima partida do time é contra o São Paulo, no estádio do Morumbi e fecha a participação enfrentando o Trujillanos da Venezuela no Monumental de Nuñez.

RIVER PLATE: Barovero; Mercado, Mammana, Balanta e Vangioni; Domingo, Mayada, Fernandez e D’Alessandro (Pisculichi); Alario (Alonso) e Mora (Viudez). DT: Marcelo Gallardo.

THE STRONGEST: Vaca; Martelli, Pereyra, Maldonado e Cristaldo; Chumacero (Raul Castro), Veizaga, Bejarano; Escobar, Torres e Alonso. DT: Mauricio Soria

 

Um Arroyito em chamas

Completamente diferente do clima no Monumental de Nuñez mais cedo, o Rosario Central recebia o Palmeiras numa partida que valia muito para ambas as partes. E mesmo com a torcida empurrando desde o início, o time de Eduardo Coudet foi surpreendido quando Gabriel Jesus se aproveitou de um erro primário da zaga rosarina e apareceu na frente de Sosa para tocar pro gol, logo aos 4 minutos de jogo. O gol palestino acendeu o sinal de alerta para os donos da casa que passaram a pressionar em busca do empate, principalmente em jogadas pelo meio com Lo Celso e Cervi. Quando conseguiu chegar com perigo, se deparou com uma grande atuação de Fernando Prass, que evitava as tentativas de gol. Aos 28’ após cobrança de escanteio, Pinola apareceu no primeiro pau e tocou de cabeça, a bola passou na frente de Marco Ruben que não conseguiu completar. Mas quatro minutos mais tarde foi a vez da torcida da casa comemorar em cobrança de falta de Donati, a bola desviou no meio do caminho enganando Prass.

fotos-Central-Palmeiras_OLEIMA20160406_0222_28

Contrariando todas as expectativas, o Palmeiras foi pra cima e conseguia assustar a zaga canalla, afinal o resultado favorecia mais os argentinos que o time visitante. E aos 44’ em cobrança de falta de Robinho, Gabriel Jesus apareceu novamente para colocar o time paulista em vantagem. Ao final da primeira etapa, o resultado recolocava o Palmeiras na briga por uma das vagas na próxima fase. No segundo tempo o time da casa voltou pressionando, mas deixou espaços na defesa, tanto que Robinho quase fez o terceiro numa batida que Sosa salvou. Mas logo aos 5’ minutos em cobrança de falta ensaiada, Cervi apareceu para empatar novamente: 2-2.

fotos-Central-Palmeiras_OLEIMA20160406_0217_28

O segundo empate foi um verdadeiro balde de água fria para o Palmeiras. O Central passou a impor mais o jogo, sem tanta qualidade quanto em outros jogos, mas com garra e fazendo valer a pressão exercida pela sua hinchada no Arroyito. E assim chegou aos 3-2. Vitor Hugo agarrou Musto dentro da área e o árbitro marcou pênalti, que Marco Ruben bateu, dessa vez sem chances para Fernando Prass. O gol da virada parecia que ia dar a tranqüilidade necessária para os donos da casa, mas não foi isso que aconteceu. Se vendo desclassificado da Libertadores com uma rodada de antecedência, Cuca mandou o time para o desespero e mesmo meio atabalhoado o Palmeiras chegou ao gol de empate, com Lucas Barrios aproveitando cobrança de falta, num lance muito contestado pela defesa argentina que ficou pedindo impedimento. Final de jogo: 3-3.

fotos-Central-Palmeiras_OLEIMA20160406_0213_28
Lucas Barrios comemora o gol que manteve o Palmeiras respirando na Libertadores. Foto: Olé

Com o resultado, o Central assumiu a ponta da tabela do grupo 2 e decide seu futuro contra o Nacional do Uruguai em Montevidéu, num jogo em que o empate interessa a ambas as equipes. Já o Palmeiras se manteve com chances mínimas. O time paulista precisa vencer o River Plate do Uruguai na próxima quinta-feira na Allianz Arena e torcer para que um dos dois citados anteriormente percam, somando-se ainda o fator de saldo de gols.

ROSARIO CENTRAL: Sosa; Salazar, Donatti, Pinola e Pablo Alvarez (Pablo Becker); Musto, Cervi e Cólman (José Fernandez); Lo Celso, Herrera e Marco Ruben. DT: Eduardo Coudet.

PALMEIRAS: Fernando Prass; Vitor Hugo, Edu Dracena e Thiago Martins; Jean, Matheus Sales, Gabriel (Lucas) e Egídio; Robinho (Zé Roberto), Alecsandro (Lucas Barrios) e Gabriel Jesus. DT: Cuca.

Alexandre Silva

Quase ex-jornalista. Apresentador e repórter na Rádio Transamerica BH, mineiro e torcedor da Seleção Argentina desde a Copa de 98. @AlexandreSilva8

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

6 + três =

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.