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Messi faz história na vitória da Argentina sobre o Brasil

Os americanos, que normalmente reclamam do ‘soccer’ por conta do número baixo de gols, devem ter se saciado na tarde de hoje em Nova Jersey. Tecnicamente, não foi uma boa partida. Porém, esse jogo ficará pela história por alguns motivos em particular. Primeiro, pelo número de gols (sete). Segundo, porque Lionel Messi quebrou um jejum de 53 anos ao marcar por três vezes no seu maior rival, igualando a marca de José Sanfilippo (ex-San Lorenzo, Boca, Bangu e Bahia). Definitivamente um 4-3 para americano ver e Lionel Messi se esbaldar.

A Argentina, no entanto, sofreu. Desde os primeiros minutos, o Brasil controlava a bola, fazia o que queria entre os laterais e os defensores e só não abriu o marcador por azar. Foram dez minutos de pressão no qual Lionel Messi sequer viu a cor da bola. Tal atuação já foi o suficiente para que as críticas surgissem de maneira ostensiva nas redes sociais. Para piorar a situação do argentino, a defesa ficou olhando Neymar cobrar falta, aos 22 minutos, e Rômulo, em posição irregular, mandar para as redes. E só não ampliou porque o ídolo santista fez questão de se jogar em duas oportunidades que poderiam ter resultado em gols.

O primeiro tempo estava com uma cara daquela partida de 1990. O Brasil atacando, pressionando, mas perdendo chances de golear o seu maior rival. Naquele ano, tomou um golpe justamente quando deixou o maior astro argentino desmarcado. Hoje (09/06), não foi diferente. Com um faro de gol inigualável, Messi sacramentou a virada argentina. Justamente nas duas oportunidades que teve para marcar, ele o fez. De criticado para ovacionado, não só nas redes sociais como também em Nova Jersey. E mais: mostrou, mais uma vez, que o atacante tem é que finalizar quando está cara a cara com o goleiro.

No segundo tempo, os argentinos cresceram no jogo, principalmente nos dez minutos iniciais, nos quais o Brasil não sabia o que fazer. Higuaín desperdiçou uma bela oportunidade de colocar 3-1 e praticamente selar a partida. Mas no lance seguinte foi a vez do Brasil dar o troco. Em uma tabela de Oscar e Leandro Damião (ambos do Inter), o meia fez um belo gol, recolocando a Seleção de Mano Menezes na partida. A Argentina sentiu o golpe, afrouxou na marcação e não conseguia produzir. Sabella não fazia questão para mexer e mantinha o time sem Sergio Agüero. Para piorar, Hulk, aos 26, virou para o Brasil, colocando 3-2 no marcador após uma falha de Romero.

Sabella, que pregou respeito aos brasileiros desde o fim da partida contra o Equador, decidiu arriscar ao colocar o tridente ofensivo. Agüero entrou bem na vaga de Di María e deu mais mobilidade ao meio campo argentino. E foi justamente dos pés do jogador do Manchester City que saiu o gol de empate. Aos 30 minutos, Federico Fernández, após cobrança de escanteio de Kun, cabeceou livre de marcação (Bruno Uvini sequer acompanhou) e marcou o terceiro argentino.

O melhor, no entanto, estava por vir. Aos 39 minutos do segundo tempo, Lionel Messi arrancou do meio após passar como quis por Marcelo, levou até a entrada da área e marcou um golaço. A Argentina venceu. Messi, na verdade, salvou o time de Sabella de uma derrota. As falhas defensivas foram notórias, provas de que o treinador terá muito trabalho para arrumar essa equipe. Até 2014, há muito tempo. Ao menos do meio pra frente não é necessário preocupação.

ARGENTINA: Romero; Zabaleta, Fernández, Garay e Rodríguez (Campagnaro); Mascherano, Gago, Sosa (Guiñazú) e Di María (Agüero); Messi e Higuaín (Lavezzi). Técnico: Alejandro Sabella

BRASIL: Rafael Cabral; Rafael Silva (Danilo), Bruno Uvini, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo (Casemiro) e Oscar (Giuliano); Hulk, Neymar e Leandro Damião (Alexandre Pato). Técnico: Mano Menezes

Amarelos: Gago, Higuaín, Mascherano (Argentina); Rafael Silva e Danilo (Brasil)
Vermelho: Lavezzi (Argentina) e Marcelo (Brasil)
Gols: Rômulo aos 22, Lionel Messi aos 31 e 34 do primeiro tempo; Oscar aos 10, Hulk aos 26, Federico Fernández aos 30 e Lionel Messi aos 39 minutos do segundo tempo.

httpv://youtu.be/ylrvg0hDqQE

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

View Comments

  • Grande Messi.
    Que acabe de uma vez a comparação entre Messi x Neymar. Sinceramente, não há comparação...

  • Messi não cantou o hino! Não tem amor à pátria! Volta pra Catalunha, Me$$i :-D

    Matou o jogo e salvou a roupa do time. A defesa só não é pior que a da República Tcheca. E nem é tanto uma questão de falta de entrosamento: não há tantos substitutos assim, por mais que os critérios de convocação da AFA sejam cloacais.

    E o Romero tava indo tão bem...

    Material humano há e de sobra. Se vai existir um time até 2014, isso é outra história. Mas é LÁ que o time tem que funcionar. Não necessariamente agora.

    Não como o time do pé-enregelado (frio é pouco) Bielsa, que bateu Alemanha, Itália e França em amistosos, ficou 12 pontos à frente da seleção brasileira antes da catástrofe de 2002.

  • Chuuuuupaaa Brasil,para as pessoas que não entendem nada de futeol e ainda tinham dúvidas de quem é o melhor,esta ai a resposta...Messi 3 gols,Neymar 2 tentativas de cavar penalte...

    Argentina TRI em 2014 !!!!!!!!!!!!!

    Viva a Albiceleste !!!!!!!!!!!!

  • Ótimo texto! Porém quem cobrou o escanteio que originou o gol de empate da Argentina foi o Sérgio Aguero e não o Messi.
    Agora, cá entre nós, que golaço do Messi!!!
    Abraços!

  • Grande ARGENTINA! Está aí a prova que a impressa e principalmente seu Gavião Bueno, deixar de
    ficar comparando um jogador que joga muito em qualquer time e um jogador do timinho de campinas
    messi 3 x 0 neiagua 0.

  • Grande jogo. Eu estive no estádio. Pena que o clima de paz (não vi sequer uma briga) que presenciei não seja possível no Brasil e nem na Argentina.

    Como o Diogo falou: a zaga que vocês têm é horrível. O Equador conseguiu explorar a lentidão dos seus beques e laterais (bom, o futebol de vocês não produz laterais; certamente não como fazemos nós brasileiros, vendo-se que o último grande lateral do futebol de vocês foi o Sorín, este sim um grande jogador) várias vezes no estádio do River Plate, mas não marcou. É verdade que o Brasil marcou 2 gols em lances de bola parada, mas o Brasil criou muito mais chances que vocês criaram hoje. Se o seu técnico continuar convocando os seus ex-discípulos dos tempos do Estudiantes de La Plata, torçam para que o Messi nunca se contunda, porque apesar da grande qualidade dos outros jogadores ofensivos que o Sabella pode usar, futebol é um esporte coletivo, e no dia que vocês toparem com um candidato tipo a Holanda, a Itália, a França, ou quem sabe, a Alemanha (que está se acostumando a pôr um fim nas suas participações na Copa do Mundo), essa zaga vai sofrer e fazer vocês sofrerem.

    E lembrem-se: excetuando-se alguns nomes, o Brasil jogou com um time Sub-23. Vocês vieram com o melhor que vocês têm (bom, o Sabella convoca cada nome que não tem nada a ver, mas isso não é problema dos torcedores do Brasil). Ainda assim dominamos uma boa porcentagem do jogo, especialmente o início, como disse o Thiago.

    Desejo-lhes sorte no resto das Eliminatórias. O meu time, por ser anfitrião do próximo Mundial, não está participando e isso facilitará a sua classificação.

  • Acho que Alejandro Sabella tem pecado nas convocações o sistema defensivo. Há zagueiros melhores atuando dentro da argentina do que no exterior. É o caso de Lisandro López, zagueiro do Arsenal de Sarandí. O que o Carlos disse é verdade: o Brasil jogou com uma equipe sub-23; entretanto, mais da metade dos jogadores que atuaram pelo Brasil ontem, são jogadores da seleção principal também.

  • Primeiro lugar: O Messi é o melhor DO MUNDO. Ele já é jogador feito e experiente. O Neymar só está começando a carreira e pode ser que seja o melhor do mundo mas tem que ganhar algo na Europa e não em São Paulo diante do Guarani.

    Segundo lugar: O Galvão Bueno tem que aprender a respeitar a Argentina. Já estive no País e só tenho elogios a fazer e eles são um povo fantástico, polido.

    Em último lugar: Não é porque a copa é no Brasil que vai ser campeão fácil. Vai ter que ralar!

  • falou tudo, Marcos. Infelizmente, gerações inteiras acabaram educadas por ele, e a atual ainda tem o Tiago Leifert e o Rica Perrone. Só tenho a lamentar por elas...

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