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Oportunista, San Lorenzo derrota Racing em Avellaneda

No abarrotado estádio Cilindro de Avellaneda o San Lorenzo de Almagro se valeu do oportunismo para vencer por 2-1 o Racing Club e, conseqüentemente, conseguir sua primeira vitória no Torneio Apertura. Em um clássico equilibrado e bastante movimentado, os comandados de Ramón Díaz superaram suas carências a base da raça e deram um duro golpe no elenco alviceleste, que vinha motivado após as vitórias sobre All Boys e Boca Jrs.

No início da partida o Racing aproveitou a euforia de sua torcida e expôs um plano de jogo mais definido que seu rival. A aposta de Miguel Russo foi associar Patrício Toranzo com o colombiano Giovanni Moreno, além de aproveitar as subidas do paraguaio Marcos Cáceres pela direita. Por sua vez, o ciclón assumiu uma postura mais vinculada ao contra-ataque e apostou suas fichas na altura do uruguaio Sebastián Balsas.

A primeira oportunidade aconteceu logo aos três minutos de jogo: em uma cobrança de escanteio Guillermo Pereyra escapou da marcação e ficou muito perto de colocar os visitantes na frente.

Embora tenha levado perigo em todas jogadas de bola parada, o Ciclón de Ramón Díaz perdeu a batalha do meio-campo e acabou sendo superado pela equipe local. Não obstante, a la academia não aproveitou a iniciativa de jogo para se colocar em vantagem. O grande déficit racinguista foi a ausência de potência nos últimos metros, ou seja, na zona de definição. Claudio Bieler, campeão da Libertadores 08’ com a LDU, esteve fora de sintonia, obrigando sua equipe a concluir quase todas as jogadas com chutes de fora da área.

Inesperadamente, aos 19 minutos Diego Placente escapou pela esquerda e cruzou para o cordobês Pereyra colocar o ciclón em vantagem.

O gol alterou os papéis de cada protagonista? Não, inclusive os ratificou. A equipe local, com uma boa apresentação de Cláudio Yacob e toques sutis de Gio Moreno, aumentou a posse de bola, embora seguisse pouco efetiva nas conclusões. Ao mesmo tempo o San Lorenzo compensava a falta de idéias com uma entrega elogiável.

A justiça futebolística veio aparecer somente aos 10 minutos da etapa complementar, quando o Racing chegou ao merecido empate. Tudo começou com um erro de Sebastián Luna, desarmado pelo ex-Huracán Torranzo. A bola chegou até o atacante Pablo Lugüercio, acostumado a fazer poucos gols, mas que costuma dar a sorte de fazer alguns muito importantes. Com um remate preciso de fora da área, Payaso Lugüercio desentalou o grito da torcida local que na seqüência o mimou com uma ovação. “Lugüüüercio, Lugüüüercio”.

Diante do empate, Ramón Díaz olhou para o banco de reservas e buscou alternativas com as entradas de Diego Rivero e Emiliano Alfaro. Assim como na partida passada, diante do Godoy Cruz, o ciclón se nutriu com as substituições e ganhou dinâmica no meio-campo. Se o Racing era mais incisivo e ambicioso, o San Lorenzo tratou de se solidificar defensivamente para anunciar que também queria levar os três pontos.

O primeiro aviso azulgrana chegou aos 35 minutos, quando Rivero aproveitou os espaços deixados pela equipe local e enfiou uma bola precisa para Alfaro, que a desperdiçou no cara a cara com o goleiro Roberto Fernández.

Quando o cronômetro indicava 40 minutos chegou o golpe que ninguém tinha nos planos. Exceto Ramón Díaz. Aureliano Torres cobrou um escanteio pela esquerda e o uruguaio Balsas, 1,97 de altura, ganhou o duelo com seu marcador, Lucas Aveldaño. Dramático, quase em câmera lenta, o primeiro gol do ex-Nacional na Argentina teve um gosto especial.

O Racing ainda teve tempo para criar mais uma chance de gol, novamente com um chute de longa distância defendido por Albil.

Ao final da terceira partida do Apertura fica evidente que sobram limitações a este San Lorenzo, mas há dois aspectos vitais que movem esta equipe: o oportunismo e o amor próprio. Foi com esses dois atributos que a equipe de Boedo conseguiu jogar terra sobre o entusiasmado Racing Club, que todavia ainda necessita de mais rodagem para sonhar com o que quer que seja.

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