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Racing e Independiente ficam no empate sem gols

Villar estreou, jogou bem e ganhou os aplausos da torcida local

Do Cilindro de Avellaneda – Era um clássico e dos mais respeitados do país. O Racing recebia o Independiente numa série de dois amistosos (cada um sendo mandante uma vez) naquilo que recebeu o nome de Clássicos de Inverno. Da mesma forma que ocorrerá na partida de volta, o jogo foi disputa apenas com a presença da torcida mandante, o que em muito reduz o brilho e a importância de uma partida tão recheada de história e rivalidade. Mas de alguma forma os simpatizantes do Rojo conseguiram se fazer presentes e causaram uma insólita situação no meio da torcida da Academia, que já está repercutindo pelas redes sociais.

Assim que a tradicionalíssima celeste e branca entrou em campo, tudo corria conforme o previsto: muita festa, papel picado, bandeirões e… fumaça vermelha! Fumaça vermelha? Pois é, o “incidente” durou apenas alguns poucos segundos até ser abafado pela totalidade racinguista que se entreolhava tentando buscar uma explicação ou um responsável por semelhante ofensa. Ainda não há nada certo, mas segundo versões que circulam pela internet, torcedores do Independiente teriam trocados as etiquetas dos bastões de fumaça na loja onde habitualmente a torcida do Racing compra seus artíficios para organizar a festa no Cilindro. Nada que causasse confusão ou brigas, porém no mínimo mais um episódio insólito na história desse clássico tão especial.

Em campo todos esperavam para ver a estreia de Diego Villar, camisa 8 do time da casa. Entre todas as estreias da tarde, era quem causava maior esperança na sempre fanática racinguista. E durante todo o tempo que permaneceu em campo, foi substituído por Pérez Guedes aos 35′ do segundo tempo, não decepcionou. Passes de calcanhar, dribles curtos e bons lançamentos credenciaram os aplausos ao meio campista quando deixou o gramado. Pode-se dizer que foi uma contratação acertada de Gastón Cogorno, que ainda precisa esperar o começo do campeonato para ter uma real avialiação.

E com a bola rolando, apesar do clima frio do inverno portenho, ambas as equipes não decepcionaram. Fizeram um bom jogo, cheio de oportunidades e lances de emoção. No primeiro tempo a Academia teve uma leve superioridade, principalmente quando atacava pelo lado do veloz Centurión. Rápido e com dribles secos, infernizou a defesa do Rojo criando no mínimo, duas boas oportunidades para abrir o placar, cada uma por um lado do campo. Do outro lado o Rojo também se lançava a frente e não esperava que o Racing tomasse o controle do jogo. Depois de uma cobrança de escanteio, uma boa cabeçada no canto inferior esquerdo, obrigou Saja a se esticar todo para evitar o primeiro gol do jogo.

A partida seguia quente e cheia de bons lances, mas principalmente boas jogadas. Os lances de habilidade, dos dois lados dava a tônica de um jogo que era disputado sem tanta responsabilidade e com um pouco mais de liberdade por parte daqueles jogadores mais habilidosos. Final do primeiro tempo e o empate sem gols não refletia aquilo que se via em campo, com as duas equipes proporcionando um bom espetáculo.

O segundo tempo foi de testes e para os dois treinadores. Cristián Diaz e Zubeldía mexeram nos times e promoveram estreias, a mais importante delas foi a de Camoranesi aos 25′ por Vietto. O Rojo se soltou um pouco mais e conseguia comandar as ações ofensivas até chutar uma bola que explodiu na trave. Com o susto Zubeldía pediu para o time lançar-se ao ataque e tentar buscar o gol que poderia selar a vitória, mas Sand brigava sozinho no meio dos defensores do Rojo e não conseguiu fazer uma boa partida.

Final de jogo e um 0 a 0 que pode ter satisfeito em certa parte a ambos treinadores, mas sabem que precisam melhorar e muito para lutar e conseguir escapar da ameaça do rebaixamento que ronda as duas calçadas de Avellaneda.

Ficha do jogo:

Racing: Saja; Saveljich, Fernando Ortiz, Cahais, Corvalán; Villar, Zuculini, Pelletieri, Centurión; Vietto e Sand.

Independiente: Hilario Navarro; Vallés, Tuzzio, Tula, Morel Rodríguez; Monserrat, Battión, Fredes; Rosales; Martín Benítez e Farías.

Alterações: ST Ferreyra por Tula (I), 5′ Mancuello por Fredes (I), 19′ Camorensi por Vietto (R), 25′ Godoy por Benítez (I) y Migliónico por Saveljich (R), 30′ Cámpora por Pelletieri (R), 33′ Pérez Guedes por Villar (R) y 35′ Vidal por Rosales (I).

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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