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Racing vence o clássico e afunda o River no descenso

Cahais comemora o gol da vitória

Do Monumental de Nuñez – Tarde trágica para alguns, de completa felicidade para outros. No clássico da rodada o Racing visitou o River Plate e conseguiu uma vitória magra por 1 a 0, mas repleta de significados. O triunfo da Academia levou a equipe à quinta posição com 14 pontos. Já o River mergulhou nas últimas colocações e agora figura na zona de descenso direto, na frente apenas do Independiente e atrás do Unión.

AMBIENTE DO CLÁSSICO

Quando chegavam os ônibus trazendo os torcedores do Racing, a confiança demonstrada parecia indicar que a partida apenas se tratava de um trâmite, coisa rápida. Algo do tipo: “viemos, jogamos, anotamos uns dois gols e saímos com os três pontos”. Mera ilusão. Apesar do triunfo, o River dominou a partida, mas quando a fase é ruim…
No lado Millonario o fantasma de um novo rebaixamento era afastado com gritos e muito ritmo. Estádio comepletamente lotado, já que amanhã é feriado na República Argentina. E muita gente insatisfeita no final do jogo só pode resultar em uma coisa: manifestação em massa pedindo a renúncia de Passarella e a volta de Ramón Díaz, eterna sombra com que Matías Almeyda precisa conviver em tempos difíceis.

O JOGO

Foi um primeiro tempo fraco tecnicamente. Sem muitas opções de criação, ambos os times preocupavam-se mais em se defender, ainda que o River sempre demonstrou mais disposição em buscar a vitória. Tanto foi assim que a melhor oportunidade da primeira parte surgiu numa bela cabeçada de Trezeguet que Saja só pôde torcer para que se perdesse pela linha de fundo. Antes de ir para fora, caprichosamente beliscou o pé da trave direita.

Quem se destacava no lado do River era Ponzio. Polivalente, aparecia em todos os lugares do campo, muitas vezes fazendo seu trabalho de recuperar a bola e em outras participando como algo do tipo “enganche”, criando e habilitando os homens de frente. Atualmente ocupa uma função muito parecida daquilo que Almeyda fazia nos tempos de jogador. A Academia não conseguiu chegar uma só vez durante os primeiros quarenta e cinco minutos. Precisou correr atrás da bola e marcar os atletas rivais.
Na etapa final pouca coisa mudou. O Racing se soltou um pouco mais e teve num lançamento para a velocidade do joven Vietto, quase abriu o placar se não fosse a boa saída de Barovero que cosneguiu cortar a jogada. Mas era um esforço mínimo. A postura do time em campo deixava clara a preferência de Zubeldía por defender. Com isso o River pressionava, pressionava, mas nada parecia surtir efeito.

Veio o castigo aos 24 minutos da etapa complementar. Falta pelo lado direito do ataque da Academia, Villar levanta a bola na área e encontra Cahais completamente livre, desviar de cabeça e colocar no cantinho de Barovero, impossível do goleiro Millonario chegar na bola, 1 a 0 Racing na frente.

Então veio uma pressão desesperada do River. Desesperada e desordenada, já que durante os pouco mais de 20 minutos que restavam de jogo, e com a bola nos pés, a equipe de Almeyda só conseguiu criar uma real situação de gol, outra cabeçada que parecia ter destino certo, não fosse o voo de Saja e espalmar para escanteio, belíssima defesa.

No mais foi um final de sofrimento, decepção e revolta da torcida local. Insultos contra o presidente do clube, Daniel Passarella (que não estava presente no estádio) e gritos por Ramón Díaz. Almeyda que já possuia sua situação indefinida ainda durante a semana, vê seu cargo ficar quase insustentável. Pode ser mais a história de mais um ídolo que cai após sentar-se no banco de reservas e comandar este instável navio que é o atual River Plate.

Leonardo Ferro

Jornalista e fotógrafo paulistano vivendo em Buenos Aires desde 2010. Correspondente para o Futebol Portenho e editor do El Aliento na Argentina.

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