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Redenção de um gigante: River Plate campeão argentino

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Há quase três anos, o River Plate entrava no estádio Monumental de Núñez com a obrigação de vencer o Belgrano por dois gols de diferença para não ser rebaixado para a B Nacional. Não conseguiu. Naquela situação, o máximo obtido após um primeiro tempo fulminante foi um empate em 1×1 e uma partida sem o apito final, uma vez que houve invasões de campo, brigas de torcedores e imprensa e uma confusão que se estendeu nas ruas próximas ao estádio. Neste domingo, a história foi diferente. Os Millonarios entraram em campo precisando vencer por qualquer resultado para conquistar o título. E conseguiram. Uma vitória fácil por 5×0 sobre o Quilmes que deu ao clube o seu 35º título.

No Monumental de Núñez, a situação era distinta daquela do rebaixamento, apesar de alguns atos de vandalismo fora do estádio. Os torcedores lotaram o estádio, mas bem confiantes de que seu time era capaz de fazer o seu papel. Até porque era só uma vitória simples para o clube conquistar a taça após seis anos. O primeiro gol saiu aos nove minutos, Vangioni cruzou, Carbonero cabeceou forte e Cavenaghi, um dos jogadores que viveu o drama da B Nacional, dava a alegria ao torcedor do River Plate.

A alegria foi ainda maior aos 25 minutos do primeiro tempo. Após cobrança de escanteio, Mercado, único jogador em campo com condições de ir à Copa do Mundo pela Seleção Argentina, marcou um belo gol. Para deixar o torcedor ainda mais tranquilo, o Quilmes sequer pressionava. Era um River Plate arrasador, sem piedade alguma do rival, que queria apenas o título com a sua melhor partida no campeonato argentino.

Nos outros jogos, os resultados davam ainda mais tranquilidade. Até mesmo o Boca Juniors foi capaz de ajudar ao River Plate, com Luciano Acosta, aos 13 minutos do primeiro tempo, resultado que impedia o Gimnasia LP de ficar até mesmo entre os três melhores – ficou atrás dos próprios xeneizes e Estudiantes LP. Já o Pincha, após o gol de Carrillo, o time caiu de rendimento e acabou sofrendo a virada para o Tigre (Itabel, aos 43 do primeiro tempo, e Erki Godoy, aos 3 do segundo tempo). Tanto foi que o time de Victoria chegou a gritar olé com meia hora para o fim do jogo.

A segunda etapa estava reservada para belos gols, triunfando a campanha do River Plate. Aos 13 minutos, Ledesma, uma das figuras do time na conquista do Torneio Final, acertou um belo chute da intermediária, sem chances para o arqueiro. Doze minutos, um outro golaço. Téo Gutiérrez passou por dois defensores, lançou Cavenaghi que tocou na saída do goleiro. Após os respectivos gols, ambos jogadores foram substituídos e foram para o banco de reservas chorando muito, ao lado de Ramón Díaz. Aos 44 ainda teve o gol de Téo Gutierrez após um contra golpe fulminante colocando números finais da campanha do River Plate, campeão argentino pela 35ª vez.

Ao final do jogo, os refletores do estádio Monumental de Núñez foram apagados e o que se via era apenas uma luz sobre um ônibus adaptado para que os jogadores pudessem dar a volta olímpica. Os torcedores, por sua vez, permaneciam no estádio e com os celulares ligados, fazia uma festa no estádio do Millonário. Uma festa, um título que dá ao River Plate um grito de alívio, provando cada dia mais que continua sendo grande e nunca deixará de ser.

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Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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