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Renúncia de vice-presidente aprofunda crise no San Lorenzo

Diante de impasse em fechar um nome para o comando do Ciclón, o vice-presidente Carlos Datria abandonou seu cargo nesta terça-feira. Em meio a isso, o presidente Carlos Abdo volta à sua posição anterior sobre permanência de Tojo e permite que tentem convencer o interino sobre o cargo. E outra vez, como tem sido normal em Boedo, faltou combinar com alguém, desta vez com Miguel Angel Tojo, que já disse que não fica.

Após entrar em contato com os 4 maiores favoritos a assumir o posto de técnico do Ciclón, os dirigentes do clube foram a uma reunião ontem, da qual todos esperavam que saísse o nome definitivo. Não foi o que aconteceu. Em vez disso, o vice-presidente Carlos Datria pediu licença por 120 dias por discordar de como as coisas têm sido encaminhadas no clube. Mas o fato é apenas uma das faces da crise que se aprofunda dia a dia no time de Boedo. Outro fato é a consulta dos dirigentes aos jogadores sobre o perfil de técnico preferido. Mas a estes se somam outro, predominante: a falta de coerência.

A posição inicial do presidente Carlos Abdo era a de que Tojo deveria ser mantido. Porém, o mandatário abandonou essa posição rapidamente, diante da intransigência do interino em assumir o comando definitivo do elenco. Então veio à tona um dos elementos da crise, quando Abdo manifestou que os nomes só poderiam girar em torno de El Loco Bielsa e Leonardo Madelón, deixando clara a empáfia do dirigente, para quem outros nomes não serviriam ao Ciclón.

A reunião de ontem era para fechar um nome. Na mesa foram colocados os dados que envolviam a contratação daqueles com quem os dirigentes mantiveram conversas prévias. Abdo, que mudara de opinião com o passar dos dias, fechava com Sensini e Luis Zubeldía, enquanto Datria ficava com Diego Cagna e Madelón, baseado nos números apresentados à mesa. Então, diante do impasse para chegar ao escolhido, Datria levanta a bandeira da austeridade econômica e muda sua posição. Resolve que os dirigentes deveriam manter a interinidade de Tojo até o fim da temporada; bandeira abandonada anteriormente por Abdo e de maneira correta.

Então, após a decisão de Carlos Datria, que fizera o mesmo em 2004, ao renunciar ao posto de secretário do clube, o presidente Abdo aceitou que tentem convencer a Tojo a aceitar o cargo. Essa missão ficará a cargo de dirigentes ligados a Datria. E a missão não parece fácil, pois diante desse quadro Miguel Angel Tojo, uma das poucas mentes sóbrias atualmente no Ciclón, já se antecipou em declarar que sua única pretensão é a de retornar o mais rápido possível ao seu trabalho na base.

 

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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