Copa do Mundo

Sem alternativas para fluidez de Messi, Argentina esbarra na muralha islandesa e fica no empate

A estreia da Argentina na Copa do Mundo deixou o torcedor com sérias dúvidas aonde ela irá chegar na Rússia. O empate por 1×1 contra a Islândia expôs velhos problemas que, diferentemente do que apontou Sampaoli na entrevista coletiva prévia ao jogo, não foram consolidados. A impressão foi de que nos 34 treinamentos contidos, não houve um para evitar que Messi pudesse sair de uma pressão de até cinco islandeses.

Algo que foi corroborado com uma declaração de Sampaoli na coletiva de imprensa. “É difícil esperar um rendimento de um jogador da qualidade do Messi se te surpreendem com uma marcação forte”, confessou. “A maior preocupação é por não termos conquistados os três pontos”, complementou o treinador.

Por mais que Lionel Messi tenha perdido um pênalti – o quarto nas últimas sete cobranças contabilizando a sua atuação pelo Barcelona – ele não pode ser o único culpado. É verdade que jogadores com o calibre do argentino, o que se espera é que ele seja decisivo, assim como foi Cristiano Ronaldo contra a Espanha. Mas quando o time não arrisca, sempre o busca para decidir o jogo, não há como jogar toda a responsabilidade sobre ele.

A tão falada ‘sociedade Messi’ não apareceu. O que mais se viu foram jogadores enfiando bola no camisa 10, que sempre estava marcado. E nunca havia alguém para tirá-lo daquela situação. Dí Maria ficou plantado na esquerda. Quando Pavón entrou em seu lugar, fez mais do que Flaco durante toda a partida. E olha que foram cinco minutos. Agüero fez o gol, até buscou, mas sumiu no segundo tempo. Meza jogou?

Os volantes não colaboraram. Ainda que Mascherano tenha sido um leão, impedindo várias vezes os contra-ataques da Islândia, não tem uma pegada ofensiva (nunca teve, é verdade). Biglia foi posto em uma posição estranha, chegando mais ao gol, sendo que não conta com um chute tão bom. Banega em seu lugar foi importante, ainda que Lo Celso poderia ajudar mais. Inclusive, o nome do meia do PSG foi o terceiro mais comentado durante o jogo no Twitter.

Há quem peça por Dybala. Com o atual sistema da Argentina, é impossível que jogue junto a Messi. Sampaoli tende a não mudar o posicionamento da Pulga, por mais que seja necessário. Colocá-lo em uma mesma posição que joga no Barcelona é necessário. O papel de ‘falso enganche’ que Sampaoli e Maradona (em 2010) só o queimará.

E sobre a zaga? Otamendi foi o melhor em campo naquele setor. Rojo não foi tão ruim como pregaram. Claro que o gol islandês saiu por aquele lado, nas costas de Tagliafico e do próximo zagueiro, o que exime, em 10%, a falha de Caballero, que não passou segurança alguma a zaga Argentina. O que faz com que o clamor por Armani aumente ainda mais. O que é justo, uma vez que Armani é muito mais goleiro do que Caballero. “O escalei não só por saber jogar com pé, mas pela capacidade que ele tem”, explicou o treinador.

Por mais que esteja ao fim do texto, não se pode tirar o mérito da Islândia pelo resultado. Manteve o padrão de jogo. Cansou no segundo tempo, mas ainda assim manteve uma postura solida. Há quem ache feio o chutão, mas a proposta foi cumprida. Times assim já conquistaram louros importantes em competições internacionais. Mourinho que o diga. Jogaram por uma bola e chegaram ao empate, sem sentir o gol. Mérito aos islandeses, que terão um adversário duro – no quesito físico – na próxima rodada.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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