Seleção

Sergio Batista solta o verbo sobre saída da Seleção

Um mês após deixar o comando da seleção argentina, Sergio Batista falou hoje sobre o assunto, em entrevista a um programa de rádio local. Checho falou sobre vários assuntos polêmicos, como a convocação de Calitos Tévez, a participação de Messi na Copa América, sobre Bilardo, Grondona etc. Tudo de maneira um tanto ácida, o que demonstra o grau de insatisfação do ex-treinador da Seleção.

“Ninguém me deu nenhuma explicação. Penso que se havia uma decisão, ficaria contente que me comunicassem sobre ela. Sou muito agradecido a Grondona, pela possibilidade que de meu de treinar a Seleção; porém, gostaria que minha saída fosse de outra forma. Pelo menos que eu tivesse uma chance de me defender, de me explicar. Ainda não sei por que fui demitido”, afirmou Batista, assim iniciando a entrevista.

Batista bateu forte em Germán Lerche, dirigente do Colón e secretário das seleções argentinas, a quem considera incompetente pela ausência de projetos que deem um rumo às seleções. “Nunca o entendi. Falava de projetos e depois disse que na seleção principal não havia margem para isso. Ele é contraditório. Antes, aplaudia o momento da Seleção, nosso trabalho, nossa harmonia, disse Checho. Da mesma forma, criticou Bilardo, que não conversou mais com ele, depois que saiu da Seleção. “Era como se ele não soubesse de nada”. “Eu teria ficado feliz, se o Diretor das Seleções Nacionais me procurasse. Se ele não estava de acordo com a decisão, que me defendesse. E, se estava, que me explicasse os motivos de minha saída”.

Sobre a convocação de Carlitos Tevez para a Copa América, depois de afirmar por mais de uma vez que não o faria, Batista afirmou que “foi um erro de minha parte oferecer tantos capítulos àquela novela. Em certo momento, por querer proteger o jogador, tive de falar coisas que não diziam respeito à realidade. Talvez isso me tenha feito perder certa credibilidade. Depois, já convocado, Carlitos era um dos maiores jogadores do grupo e decidi que ele deveria jogar sempre que eu considerasse necessário”.

Sobre Lionel Messi, o ex-treinador da Albiceleste disse que o atleta do Barcelona “fez uma ótima Copa América. Espero que as pessoas tenham reconhecido isso e se deem conta de que possuem o melhor jogador do mundo”.

Referindo-se à A Copa América, Batista disse ainda que “Talvez, como a minha proposta era sempre pensar na parte ofensiva, ao jogar desta maneira é possível que tenhamos desprotegido a defesa. E a realidade é que a defesa não esteve mesmo segura. Contudo, tampouco perdemos quatro partidas; o fato é que não perdemos nenhuma”.

Por fim, el Checho desejou sorte ao novo treinador albiceleste. “Desejo-lhe o melhor porque comigo ele sempre se portou muito bem. Porém, não vejo nenhuma mudança de mentalidade. Oxalá que não passe a Sabella o mesmo que se passou comigo. Porque, se ele perder duas partidas, vão pensar em substitui-lo, assim como já disse Lerche. Mas estou aqui, caso o novo treinador precise de mim para alguma coisa”, finalizou Sergio Batista, dando um leve pitaco no novo comandante da Seleção.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

3 thoughts on “Sergio Batista solta o verbo sobre saída da Seleção

  • Priscila

    Batista errou em muitas coisas, apesar de ser coerente, mas foi muito limitado, visto que a seleção precisa de entroamento e um tecnico muito mais capacitado para suportar uma Alemanha, Espanha em 2014, para talvez poder passar das quartas, mas espero ve-lo treinar times no campeonato e mostrar o que é realmente.

  • Mário

    Eu gosto do Batista, apesar dos resultados, mas se fosse para trocar, tinha que ter sido pelo Bianchi

  • Raulinson josé

    Concordo plenamente com os comentários de Priscila e Mário.Diria também que Sergio Batista pecou em deixar Aguero na reserva,não usar Pareja na defesa,tirar Banega do time principal,deixar Pastore(nosso melhor enganche na atualidade)na reserva e abrir mão de um lateral esquerdo de ofício como fez com Rojos na segunda partida.
    Sergio optou por Cambiasso e Masquerano juntos juntos no meio campo e não se deu bem,deixou Milito como Titular e não deu certo,em fim,Sergio Batista cavou a própria cova Quando deixou de fazer o lógico:Criar uma estrutura não só tática para acomodar Messi,mas principalmente técnica para que ele encontrasse espaços em campo como seus companheiros de Barcelona proporcionam.
    Não há como comparar as equipes,mas tínhamos peças para montar um time mais competitivo e seguro.Faltou também deixar o Valeri e cortar o Cambiasso já que o mesmo vinha de lesão.
    Acho que faltou Uma forma mais argentina de jogar.Sergio Batista pensou demais no Barcelona e esqueceu de olhar as características dos atletas que tinha no plantel.Eu teria escalado a seguinte equipe:
    1-Romero 2-Zabaleta 3-Masquerano 4-Pareja 6-Rojos 5-Biglia 8-Banega 7-Valeri 10-Pastore 11-Messi 9-Aguero

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