Libertadores

Sob aplausos da torcida, Rey de Copas praticamente dá adeus à Libertadores

Apesar de um início nervoso e de um gol de pênalti que surgiu de um lance irregular, o Rojo exerceu domínio absoluto do jogo no primeiro tempo. Fez um gol, poderia matar o jogo, fazendo dois ou três. Mas, não foi bem assim que as coisas funcionaram. Em um lance insolito, o time tomou o empate da LDU e praticamente deu adeus a Libertadores

No início, pressionado pela obrigação de uma boa vitória, o time de Avellaneda parecia uma presa fácil para a Liga, que com menos de três minutos já chegava com perigo ao gol de Asmann. Essa parecia ser a tônica do jogo, ganhando as ações no meio de campo, a Liga chegava fácil à meta do goleiro local, embora não levasse perigo.

Contudo, esse domínio mudou de dono a partir dos sete minutos de jogo. Se o problema do Independiente era a falta de penetração ele foi resolvido com Nuñez e principalmente Rodrigues. Patito chamou a responsabilidade do jogo e passou a buscar as jogadas ofensivas. Suas ações foram facilitadas por Nunez, que também se apresentou para o jogo e por Silvera, que isolado na frente resolveu buscar o jogo e trouxe com ele a marcação adversária.

Pouco a pouco o Rojo foi se impondo sobre o adversário e levando perigo ao gol de Dominguez. Aos 21 minutos chegou à marcação do primeiro gol. Numa jogada rápida de Rodrigues ele toca pra Nuñez que recebe em completo impedimento e chuta para o gol, no rebote do goleiro, o juiz marca o pênalti. A partir daí o Independiente não deu chances para a Liga e por várias vezes meta do goleiro da Liga.

O segundo tempo começou da mesma forma que terminou o primeiro. O Independiente pressionando e a Liga tentando fazer o tempo passar, com um aparente desinteresse pelo jogo. Já aos 4 minutos o Rojo chegou pela primeira vez com perigo. Na cobrança de falta, Velázquez sobe sem marcação e cabeceia para fora. Contudo, a sorte do Rojo começaria a mudar a partir de então.

Certa de que ganharia o último jogo contra o Godoy Cruz, em Quito, a Liga tentava apenas fazer o tempo passar e explorar os eventuais contra-ataques que apareciam. E foi assim que em uma joga isolada achou o gol de empate. A bola foi lançada para o argentino Barcos, que invadiu a área e cruzou. A bola resvalou em Velázquez e enganou Assman. 1×1

Para piorar ainda mais as coisas, o Rojo perdeu Rodriguez, lesionado, aos 22 minutos, seu melhor jogador em campo. Em seu lugar entrou Parra, que logo em seguida quase marca, chutando rasteiro de fora da área, a bola passa à esquerda do goleiro Dominguez.

Além de Parra, Mohamed apostou em Gracián no lugar de Godoy. Contudo, o meia não conseguia ser efetivo para o time como Patito Rodriguez estava sendo. Em vez de tentar abrir as jogadas pelos lados do campo, Gracián apostava nas penetrações pelo meio da área da LDU, setor congestionado pela forte marcação do time de Quito.

Apoiado pela torcida e vendo o tempo passar, o Rojo abandonou pouco a pouco qualquer pano de jogo e apostou no abafa. Assim quase marcou aos 39 minutos com um chute de Núñez da entrada da área. A bola bateu na trave e voltou para a zaga do time de Quito.

No fim, quase o Independiente leva a virada, Em mais um contra-ataque o time de Quito só não fez o gol porque Silvera, que voltava para marcar e era o último homem, fez a falta a poucos metros da área. O atacante do Independiente já tinha o cartão amarelo, mas o juiz Carlos Torres preferiu contemporizar.

No fim, as câmeras focaram o técnico Mohamed desconsolado, enquanto a torcida aplaudia o time que se abraçava em campo. O Rey de Copas praticamente se despede do torneio que como nenhum outro aprendeu a ganhar em sua centenária história vencedora.

Independiente: Assman, Mareque, Galeano, Velázquez, Godoy (Gracián), Pérez, Tuzzio ( Fredes), Battión, Núñez, 11 Silvera, 10 Rodríguez (Parra)

LDU : Domínguez, Guagua, Caicedo, Calderón, De La Cruz, Ambrosi, Reasco, Barcos (Urrutia), Vera, Bolaños (Araújo), Gonzalez (Wálter Calderón)

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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