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Todos os argentinos da Fiorentina, treinada por um em seu último scudetto, há 50 anos

No auge, Batistuta conseguia fazer da arminha na mão um símbolo real de eficiência: é o maior artilheiro da Fiorentina na Serie A

Títulos com argentinos é a regra na história da Fiorentina. Afinal, exceto as Copa da Itália de 1939-40 e de 1973-75 e alguma ou outra conquista nas divisões de acesso (as Serie B de 1930-31, 1938-39 e a Serie C1 do time falido de 2002-03), Florença sempre contou com hermanos. Foi assim nas Copas da Itália de 1960-61, 1965-66, 1995-96 e de 2000-01. Na Supercopa da Itália de 1996. Na Recopa Europeia de 1960-61. E, sobretudo, nos dois únicos títulos da equipe toscana na Serie A, nas temporadas 1955-56 e 1968-69, scudetto este que completou ontem cinquenta anos. Bom gatilho para relembrarmos a presença alviceleste na Viola.

Ernesto Vidal, ponta-esquerda (1953-55): um Adnan Januzaj do seu tempo. Ele, na realidade, nasceu na Itália mesmo, tendo ancestralidade em refugiados espanhóis da Guerra de Sucessão deflagrada ainda no século XVIII, e sua cidade hoje pertence à Croácia após ter sido no século XX território iugoslavo, independente, italiano e austro-húngaro. Por fim, a seleção que defendeu foi a do Uruguai (!). Mas ele só adotou o passaporte uruguaio às vésperas da Copa do Mundo de 1950; vivia desde os dois anos no interior cordobês, iniciando-se no Sportivo Belgrano de San Francisco e passando pelo Rosario Central antes de despontar na “Esquadrilha da Morte” do Peñarol campeão invicto de 1949. Já com 32 anos, foi importado pela Fioretina junto aos aurinegros, mas duas fraturas impediram êxito de El Patrullero na Bota. Saiu logo antes da temporada do primeiro scudetto, pendurando as chuteiras em 1956 em volta ao Uruguai, agora no Nacional.

Miguel Ángel Montuori, atacante (1955-61): tal como Vidal, chegou à Itália por vias tortas no que se refere ao futebol argentino; sem jamais defender a Albiceleste, desenvolvera carreira no futebol chileno, sendo importado da Universidad Católica campeã nacional pela segunda vez (em 1954, com 24 gols em 26 jogos, incluindo três em 5-0 no clássico com a Universidad de Chile) por indicação de um padre italiano que vivia no Chile. De imediato, participou do primeiro scudetto florentino, anotando treze gols (incluindo em cada encontro com a Juventus, derrotada por 4-0 dentro de Turim) em bom trio com o artilheiro Giuseppe Virgili e Julinho Botelho. Em meio àquela temporada histórica, também estreou pela seleção italiana, sendo um dos primeiros negros na Azzurra. Participou ainda da campanha finalista da Liga dos Campeões na temporada seguinte, mas nos títulos de 1960-61 não teve muito lugar após descolar a retina, logo pendurando as chuteiras. Radicou-se em Florença até a morte, em 1998.

Francisco Loiácono, atacante (1957-60 e 1963-64): despontou no Gimnasia LP, representando-o na seleção argentina que competiu na Copa América de 1956. A Albiceleste só ficou em terceiro, mas Loiácono cavou sua transferência à Bota, inicialmente para defender o Vincenza e em seguida a Fiorentina. Ele e o compatriota Montuori fizeram a dupla de artilheiros do elenco na temporada 1957-58, onde chegaram à final da Copa da Itália, campanha repetida na temporada 1959-60. Em paralelo, como Montuori, foi ocasionalmente convocado pela seleção italiana (onde seu sobrenome virou Lojacono), entre 1959 e 1961. Após ir à Roma em 1960, teve um breve retorno a Florença na temporada 1963-64, sem o mesmo êxito.

Os pioneiros Vidal, Montuori e Loiácono. Curiosamente, só o último defendeu a seleção argentina (e a italiana), enquanto os outros adotaram respectivamente Uruguai e Itália

Luis Pentrelli, meia (1962-63): ex-colega de Loiácono no Gimnasia e na seleção participante da Copa América de 1956, foi vendido juntamente com ele ao calcio, mas inicialmente para defender a Udinese. O bom desempenho pelos friulanos rendeu uma temporada na Toscana, esquecível – só foi usado em onze jogos, marcando um único gol, sendo então repatriado pelo Racing.

Humberto Maschio, meia-atacante (1963-66): despontara no Racing e, sobretudo, na jovem seleção argentina campeã da Copa América de 1957, cujo ataque foi apelidado de Los Carasucias de Lima. O miolo do ataque foi todo importado pelo calcio: Antonio Angelillo pela Internazionale, Omar Sívori pela Juventus e Maschio, inicialmente, pelo Bologna, exatamente o rival toscano da Fiorentina. Os três passaram a defender a Azzurra, com Sívori e Maschio chamados à Copa de 1962. Chegou a Florença vindo da Inter para realizar duas boas temporadas (sobretudo na primeira, com gols sobre Inter, Juve e no clássico com o campeão Bologna), com participação ativa na campanha campeã da Copa da Itália de 1965-66: a classificação, ainda em fevereiro, à final, foi a condição do presidente para libera-lo ao Racing e o acordo de cavalheiros foi cumprido. El Bocha voltou em março à Academia e, embora ausente da final da Copa com o Catanzaro (em maio), pôde ser campeão argentino naquele ano e ainda faturar a Libertadores pelos dois clubes de Avellaneda.

Juan Carlos Morrone, meia (1964-66): já tinha carreira estabelecida na Itália havia alguns anos, após quatro anos Lazio, que importara em 1960 o artilheiro do Platense. Produziu uma quantidade razoável de gols para um meia, ficando entre os três artilheiros do elenco violeta em suas duas temporadas. Reserva na final da vitoriosa Copa da Itália de 1966, voltou à Lazio para uma estadia que se prolongaria na comissão técnica celeste.

Bruno Pesaola, treinador (1968-71): vivia na Itália desde os anos 40, quando a Roma contratou o atacante do Sportivo Dock Sud. Se identificou mais com o Napoli, clube pelo qual o então atacante fez uma aparição pela seleção italiana (em 1957) e treinava quando foi contratado pela Fiorentina. De cara, obteve o segundo scudetto florentino. Além da conquista histórica por si só, a forte defesa armada por Pesaola rendeu o ineditismo de um time terminar invicto fora de casa. Então sobreveio o anticlímax: assinou contrato com o “seu” Napoli e também com a Inter, sendo forçado a permanecer na Toscana para não ser suspenso. Não renovou o êxito e saiu após um início ruim na temporada 1971-72 – diretamente ao rival Bologna. Nada que o impedisse de figurar no hall da fama violeta.

Maschio e Morrone juntos, o técnico campeão Pesaola e Bertoni, que ficou a um ponto do scudetto em 1982

Daniel Bertoni, ponta-esquerda (1980-84): autor do último gol da Copa de 1978, Bertoni deixara o Independiente (onde fora titular na metade final do tetra seguido do Rojo na Libertadores nos anos 70) após o mundial para reforçar o Sevilla, de onde foi adquirido pela Viola. Foi o primeiro convocado à seleção argentina vindo da Fiorentina; afinal, foi um dos destaques toscanos na grande campanha de 1981-82, onde o título foi perdido somente na rodada final, creditado em boa parte a um pênalti marcado suspeitamente para a rival Juventus, que terminou um ponto à frente. Deixou Florença em alta, adquirido pelo Napoli juntamente com Maradona – a ponto de gerar o rumor de insatisfação do nome seguinte em vê-lo sair para a chegada do brasileiro Sócrates.

Daniel Passarella, zagueiro (1982-86): um dos maiores zagueiros que o planeta já viu, e o segundo defensor com mais gols na história do futebol, o capitão da Copa de 1978 foi um dos negócios que o River precisou fazer em meio à severa crise econômica desmandada pelos militares e agravada pelas Malvinas (o dólar valorizou-se rapidamente em 240%). Se os títulos não vieram, o Kaiser deixou sua marca sobretudo com 35 gols, quinze deles apenas na temporada 1985-86 – que o fizeram ser, mesmo como líbero, o artilheiro do elenco violeta na temporada. Na Serie A, fez inclusive a mesma quantidade de gols de Maradona, terminando em quarto na artilharia, anotando em vitórias sobre o trio Inter, Milan e Juventus. Uma pena que o desempenho não foi coroado com a titularidade na Copa do Mundo.

Ramón Díaz, atacante (1986-88): outra estrela que o River precisou desfazer-se em 1982, El Pelado Díaz veio inicialmente ao sul da Itália, defendendo os rivais campanos Napoli e Avellino até chegar a Florença, só não indo à Copa do Mundo de 1986 pelos atritos nunca esclarecidos com Maradona. Conseguindo brigar pela artilharia por uma equipe de meio de tabela, o riojano saiu em alta da Viola, contratado pela “Inter dos recordes” que seria sensação da Serie A na temporada 1988-89.

Oscar Dertycia, atacante (1989-90): um ícone do futebol argentino ochentoso, Dertycia conseguira servir a seleção já como jogador do Instituto de Córdoba e foi importado devido à artilharia da liga de 1988-89 pelo Argentinos Jrs. Ficou somente uma temporada, marcada pela campanha finalista na Copa da UEFA, onde compôs dupla ofensiva com Roberto Baggio. Não bastou para ser lembrado à Copa do Mundo de 1990 e ele seguiu carreira no futebol espanhol, destacando-se (já sem nenhum pelo no corpo) sobretudo na melhor fase da história do Tenerife, na qual o time das Canárias tirou por dois anos seguidos o título espanhol do Real Madrid ao vencê-lo na rodada final.

Passarella, Ramón Díaz e Dertycia deixaram gols, sobretudo o zagueiro (!), mas não garantiram espaço na seleção

Antonio Mohamed (1991) e Diego Latorre, atacantes (1991 e 1992): merecem um só parágrafo pois ficaram pouquíssimo tempo. Foram contratados juntamente com o nome seguinte, após os três terem participado do título argentino na Copa América de 1991. Mohamed vinha do Huracán, onde era ídolo como artilheiro do título da segunda divisão de 1990, e Latorre compunha o insinuante ataque do Boca vencedor do Clausura 1991. Só que o excesso de estrangeiros, a incluir o outro contratado e os brasileiros Dunga e Mazinho, fizeram a diretoria optar por empresta-los ao Boca – pelo qual jogaram no próprio amistoso contra a Fiorentina a marcar a estreia do colega pelo novo clube. Na Fiorentina, Latorre ainda seria aproveitado em dois jogos da Serie A de 1992-93, sem renovar a dupla com o companheiro: seguiu em janeiro de 1993 àquele Tenerife “argentino”, escapando do rebaixamento. Já El Turco Mohamed só vestiu a camisa violeta na apresentação, passando ainda pelo Independiente antes de se estabelecer no futebol mexicano.

Gabriel Batistuta, atacante (1991-2001): revelado na forte base do Newell’s no fim dos anos 80, sendo vice da Libertadores de 1988, não vingara no River campeão de 1989-90, mas explodira no Boca vencedor do Clausura 1991. Sua grande dupla com Latorre foi logo reaproveitada na seleção que venceria a Copa América e o resto é a história conhecida: Batigol foi comprado pela Fiorentina e virou o ícone máximo das últimas décadas do clube. Foram dez anos de uma fidelidade que incluiu a permanência na Toscana a despeito da estadia na segunda divisão de 1993-94 (vencida) e de uma oferta do Manchester United. Além da artilharia no retorno à elite em 1995, das duas Copas da Itália e da Supercopa Italiana, esteve no páreo pela Serie A, sobretudo na temporada 1998-99. O objetivo de vencer o scudetto o levou à Roma a partir de 2001, sem abalar o amor florentino por Bati.

Abel Balbo, atacante (1999-2000): antecessor de Batistuta no Newell’s (integrando a Lepra campeã de 1987-88) e no River, presente na temporada 1989-89, foi importado pelos italianos inicialmente para jogar na Udinese antes de sedimentar-se na Roma. Ao longo da década de 90, faria dupla com o próprio Batistuta na seleção e a Fiorentina buscou reeditar os Ba-Bas por uma temporada. O veterano fez melhor papel na Liga dos Campeões, com dois gols no Barcelona e outro no Manchester United, e foi recontratado pela Roma (acompanhado pelo companheiro), embora mal entrasse em campo no título que viria. Balbo pendurou as chuteira em 2002, no Boca do coração.

Ezequiel González, meia (2001-02): armador do bom Rosario Central da virada do século, sendo vice do Apertura 1999 e semifinalista da Libertadores de 2001 com os canallas, Equi González reforçou uma Fiorentina em crise, rebaixada apesar dos gols do Imperador Adriano – e logo falida, rendendo sua repatriação imediata pelo Boca, onde saboreou na reserva a Libertadores de 2003 antes de outro dos três ciclos que teve no Central.

Mohamed, Batistuta e Latorre foram comprados juntos, mas só Bati ficou: o clube emprestou os outros dois ao Boca, pelo qual enfrentaram a própria Viola na apresentação de Bati – que pôde jogar em 1999-2000 com Balbo, velho parceiro na seleção

Sebastián Cejas, goleiro (2003-05): sucessor da lenda Norberto Scoponi no gol do Newell’s na metade final dos anos 90, Cejas foi contratado em 2001 pela Roma, mas repassado a times das divisões inferiores. Com Siena e Ascoli no currículo, foi então reforçar a Fiorentina na Serie B de 2003-04. Foi quem mais jogou pela Viola na temporada, coroado com o retorno toscano à elite. Mas desavenças com a comissão técnica o fariam perder a posição para Cristiano Lupatelli na temporada seguinte e rumar ao Empoli.

Mario Santana, meia e ponta-direita (2006-11): reserva do bom momento do San Lorenzo campeão argentino e da Mercosul de 2001, chegou no início de 2002 à Itália contratado pelo Venezia. Um bom momento no Palermo levou-lhe à seleção argentina e, embora não tenha ficado para a Copa do Mundo de 2006, foi alçado à Fiorentina. Firmou-se a partir da segunda temporada em meio à mais longa estadia que teve por um clube italiano – ainda segue em atividade, no Pro Patria.

Pablo Osvaldo, atacante (2007-09): surgido no Huracán, Dani foi importado ainda na segunda divisão argentina pela Atalanta e já havia defendido também o Lecce, onde teve um desempenho razoável que o levou às seleções italianas juvenis e à Florença. Não teve êxito nem ali e nem no rival Bologna, só mudando de patamar a partir da boa passagem pelo Espanyol, de onde virou jogador da Roma e da seleção italiana principal. O resto é a história conhecida cujos gols foram cada vez mais ofuscados pela tentativa de virar um popstar.

Sergio Almirón, meia (2008-09): filho do jogador de mesmo nome que esteve na Argentina campeã da Copa de 1986, fora colega de Cejas no Newell’s entre 1998 e 2001 e rumou junto com o goleiro à Bota – mas para defender a Udinese. Teve seus melhores momentos no Empoli, do qual foi contratado em 2007 por uma Juventus que voltava à Serie A. Sem se firmar em Turim, esteve meia temporada sob empréstimo em Florença, após um semestre repassado ao Monaco. Seguiu carreira por times italianos menores, sobretudo no Catania.

José Castillo, atacante (2009): formado no Independiente de Tandil, fez toda a carreira adulta em times pequenos da Itália, sobretudo nas divisões de acesso. Boas temporadas por Pisa e Lecce o levaram à Fiorentina, mas na pausa de inverno foi cedido ao Bari após somente seis jogos e um gol.

Mario Bolatti, volante (2009-10): de enorme desempenho pelo Huracán que ficou a minutos de vencer o Clausura em 2009, ele e o colega Javier Pastore foram de imediatos exportados à Itália. Bolatti ainda faria o gol salvador que classificou a Argentina à Copa do Mundo, o que o garantiu na África do Sul, pois não vingou no calcio. No início de 2011, foi vendido ao Internacional, onde o bom início, rendendo convocações à seleção como colorado, logo deu lugar a um rápido declínio.

O goleiro Cejas bancou a segundona. Santana e Gonzalo Rodríguez foram os mais longevos após Batistuta

Cristian Llama, meia (2012-13): revelado no bom Arsenal que na temporada 2006-07 classificou-se pela primeira vez à Libertadores, saiu ainda antes da vitoriosa Sul-Americana, vendido ao Catania. Teve três ciclos no time siciliano, que o emprestou por uma temporada à Fiorentina – onde só realizou cinco jogos.

Matiás Fernández, meia (2012-16): cresceu desde a infância no Chile, terra de seu pai, profissionalizando-se no Colo-Colo e adotando a seleção do país vizinho. Já estava desde 2006 na Europa, importado por um Villarreal bastante argentino e estava no Sporting Lisboa quando a Fiorentina lhe requisitou. Foi normalmente titular em uma sequência de temporadas em que a Viola sempre ficou entre os cinco primeiros, valendo-lhe um empréstimo ao Milan para a temporada 2016-17, após a qual foi vendido ao Necaxa.

Gonzalo Rodríguez, defensor (2012-17): revelado no San Lorenzo campeão da Sul-Americana em 2002, El Mariscal integrou após o ouro olímpico em 2004 a fase áurea daquele Villarreal “argentino”. Após oito anos no time espanhol, chegou a Florença para uma sequência de temporadas seguras da Viola– fase que rendeu a capitania do elenco toscano e um breve retorno à seleção em 2015, após sete anos ausente da Albiceleste. Já veterano, voltou aos azulgranas.

Facundo Roncaglia, defensor (2012-14 e 2015-16): campeão em série pelo Boca e Estudiantes na virada da década, Roncaglia teve altos e baixos em Florença. Após uma titularidade relativa na primeira temporada, rendendo sua estreia na seleção argentina, murchou na segunda – ficando de fora da Copa do Mundo e sendo emprestado ao Genoa. A ótima sexta colocação com os genoveses, melhor campanha rossoblù desde o quarto lugar de 1990-91, rendeu uma convocação à Copa América e o pronto retorno à Viola para reeditar a parceria com Gonzalo Rodríguez na defesa. Após uma temporada correta, convocado à Copa América Centenário, foi vendido ao Celta de Vigo.

Marcelo Larrondo, atacante (2013): um entre tantos jogadores vendidos à Europa por intermédio de uma passagem uruguaia pelo Progreso, Larrondo esteve um semestre na Fiorentina, emprestado no final de seu ciclo no Siena, seguindo carreira no Torino antes de um bom momento no Rosario Central render-lhe uma contratação pelo River e cogitações à seleção chilena.

Roncaglia, Pezzella e Giovanni Simeone: todos defenderam a seleção vindos da Viola

José María Basanta, zagueiro (2014-15): seis anos de Monterrey poderiam tira-lo do radar argentino, mas o passado no Estudiantes e os três títulos seguidos na Concachampions fizeram Alejandro Sabella inclui-lo na reta final do ciclo à Copa do Mundo de 2014. Mesmo sem ser titular, saiu do Brasil contratado pela Fiorentina. Após uma única temporada, porém, voltou ao Monterrey.

Mauro Zárate, atacante (2015-16): mais novo de uma dinastia de irmãos atacantes do Vélez que remonta aos anos 80, Maurito iniciou carreira italiana em 2008, com destaque na Lazio. Após retorno ao Vélez e uma tentativa na Premier League, voltou à Serie A em 2016 para defender a Fiorentina, sem a mesma média de antes. Não tardou a ser vendido como aposta do Watford. Desde 2018 está de volta à Argentina, primeiramente salvando o Vélez do rebaixamento antes da polêmica traição que o levou ao Boca, supostamente seduzido em parte por uma possível convocação à seleção principal que nunca veio – a ponto de no passado ele já ter se oferecido à do Chile, terra de seu pai.

Alberto Costa, meia e ponta-direita (2016): Tino Costa teve um início de carreira peculiar, saindo da crise argentina de 2001 para galgar nos porões do futebol francês, desde a ilha de Guadalupe (!) até o decadente Racing de Paris até estabelecer-se na Ligue 1 no Montpellier. Em seu clube seguinte, o Valencia, chegou a ser testado na seleção. Esteve na Itália sob empréstimo do Spartak Moscou e não passou de sete jogos na Viola, até ver a oportunidade de defender o San Lorenzo do seu coração, voltando à Argentina ainda em 2016. Atualmente defende o San Martín de Tucumán.

Giovanni Simeone, atacante (2017-): nascido na Espanha enquanto o ilustre pai jogava no Atlético de Madrid, Gio estreou ano passado pela seleção argentina exatamente pelo que vem produzindo na Fiorentina, após passagens sem holofotes por River e Banfield.

Germán Pezzella, defensor (2017-): zagueiro que viveu o inferno do rebaixamento do River e o céu pelo ressurgimento, marcando inclusive um dos gols da final da Sul-Americana de 2014. Participou da vitoriosa Libertadores de 2015 até o início dos mata-matas, vendido ainda em junho ao Real Betis. Após duas boas temporadas na Andaluzia, chegou à Fiorentina, clube pelo qual enfim estreou na seleção principal, ainda que só viesse a se firmar no ciclo iniciado após a Copa do Mundo de 2018.

https://twitter.com/acffiorentina/status/1127123152172134400

Caio Brandão

Advogado desde 2012, rugbier (Oré Acemira!) e colaborador do Futebol Portenho desde 2011, admirador do futebol argentino desde 2010, natural de Belém desde 1989 e torcedor do Paysandu desde antes de nascer

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