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Ufa! Entre tropeços e erros, Argentina de Martino pode encontrar sua melhor fórmula

Está nas mãos de Martino. Os recentes tropeços, como a derrota na final da Copa América 2015 e um início conturbado nas Eliminatórias fizeram com que o timão distorcesse e a Albiceleste buscasse novos rumos dentro de campo. Questões sutis, nada tão drástico, mas que têm mostrado que melhores resultados podem vir à tona.

As lesões de Di María, Pastore, aliadas aos retornos gradativos de Messi e Biglia e a cautela sobre os pendurados Mascherano, Gaitán e Augusto Fernández fizeram com que Martino ampliasse suas idéias. Contra a Bolívia, Aguero e Higuaín entre os titulares, finalmente juntos, fato que não acontecia desde a Copa do Mundo 2014, na vitória argentina sobre a Nigéria. Ambos não demonstraram sua melhor forma, mas deixaram a sensação de que vez ou outra podem sim ser soluções para uma partida. Com Martino, Aguero e Higuaín sequer tinham jogado um minuto lado a lado.

Mapa 1
Aguero e Higuaín juntos, muita mobilidade no ataque e ainda pouca efetividade. Aguero jogou centralizado, vindo de trás em relação a Higuaín. Mapa: Opta

Na vitória por 3×0 sobre os bolivianos, a Argentina de Martino em sua essência. No primeiro tempo, 297 passes efetuados, diante de 33 bolivianos, explícitos em 85,2% de posse de bola para a Argentina. Normal pela necessidade e disparidade das equipes e diferente do que foi observado na estréia, na vitória sobre o Chile graças a um sinal de evolução em duas rápidas transições.

No meio-campo, Kranevitter e Banega com amplo domínio no carimbo do passe ao ataque. Kranevitter pode ser a futura solução para a posição de Mascherano, enquanto Banega, que vinha sendo utilizado mais adiantado, deixou rastros de que também pode render bem ao lado do volante mais contido.

Diagrama
Posicionamento inicial da Argentina na vitória sobre a Bolívia – a Argentina de Martino hoje é 4-2-3-1.

E quando vamos falar sobre Messi? O camisa 10 precisou esperar 45 minutos no banco para entrar, ser ovacionado e arrancar suspiros do Estádio CenturyLink. Com o bom futebol habitual, a boa notícia sobre Messi: segue centralizado, onde tem recente rendimento indiscutível, sobretudo na Seleção. Com o suporte do sempre dedicado Lavezzi pela direita e Lamela, pela ponta esquerda, Messi pode render o que não conseguiu na Copa América passada, por vezes cravado na ponta direita e presa fácil para os avanços adversários, já que pouco se aciona defensivamente. Erro grave.

Mapa 2
As ações de Messi com a bola, contra a Bolívia. Da direita para o centro, armador e decisivo. Fonte: Opta

Neste sábado, contra a Venezuela, a disputa das quartas-de-final e mais uma oportunidade para seguir evoluindo. Uma partida em tese mais fácil do que a estréia contra o Chile, mas com o peso psicológico de uma decisão em uma Copa América que pode ter caído dos céus para o ciclo de Martino na Seleção. Que impecílios sigam se transformando em acertos, e finalmente em triunfos. Não há mais tempo para errar.

Júnior Marques

Sul-matogrossense Bacharel em Esporte pela Universidade Estadual de Londrina. Preparação Física e Cardiologia. Gabriel Batistuta nas peladas de infância, Hincha Albiceleste!

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