Valeu pelo teste

A vitória por 5×0 sobre o Canadá não dá para servir de parâmetro para o Mundial que iniciará em 18 dias. Primeiro, porque o adversário de hoje sequer se classificou para a fase final das eliminatórias da Concacaf. Segundo, a Argentina teve vários jogadores poupados, servindo como um mero teste para alguns jogadores que buscam um espaço entre os 11. Terceiro, Copa do Mundo é bem diferente de um amistoso em solo pátrio.

A principal preocupação foi dada aos veículos de comunicação momentos antes da partida. Lionel Messi, com uma contratura no adutor da coxa direita teve de ser poupado. Foi melhor, já que contra uma equipe de segundo escalão, uma lesão mais grave poderia deixar o jogador longe do Mundial, como pode ter acontecido com Maxi Rodriguez, que saiu de campo lesionado no intervalo. O melhor que Maradona fez foi escalar Pastore para o lugar do craque do Barcelona. Vários outros reservas, como Maxi Rodríguez, Tévez Burdisso…

E o ex-Huracán não decepcionou. No tempo que ficou em campo, foi um dos melhores jogadores da Argentina. Habilidoso, sofreu a falta que originou o primeiro gol da partida, convertido por Maxi Rodríguez, em uma boa cobrança de falta. É bem verdade que o tento não lhe mereceu a titularidade, tampouco a convocação para o lugar de Esteban Cambiasso. O meia ainda marcou o segundo gol da partida, após uma bela jogada de Carlos Tévez.

Carlitos, por sinal, foi o melhor jogador em campo. Jogou uma barbaridade e mostrou a raça argentina que há muito tempo não víamos, deixando mais uma pulga (não Messi) atrás da orelha de Maradona, que ainda tem Diego Milito, candidato a bola de ouro, segundo o agora treinador do Real Madrid, José Mourinho. Ao fim da primeira etapa, Dí Maria marcou um golaço, de trivela, encobrindo o arqueiro canadense.

O sistema defensivo, como já era esperado, não sofreu com a fragilidade canadense, que foi apenas com um atacante para a partida. Mesmo se fosse testado, não poderíamos tirar conclusões, pois Demichelis e Samuel, titulares absolutos, não jogaram. Burdisso, no pouco que foi exigido, não comprometeu e mostrou segurança – mais do que Demichelis demonstrou com a camisa do Bayern Munique.

Na segunda etapa, com Verón em campo, a Argentina marcou mais dois gols. Higuaín, apagado em campo, deu uma assistência para Tévez marcar o seu merecido tento. O jogador deixou o campo para o lugar de Agüero, que logo na primeira jogada, fez a festa na defesa após aproveitar um belo passe de Pastore (que logo em seguida deu lugar a Garcé).

Bolatti e Clemente Rodríguez ainda entraram no decorrer da segunda etapa nos lugares de Mascherano e Heinze. Martín Palermo, também teve uma oportunidade, para delírio de parte da torcida. Mas, pouco fez. Para falar a verdade, perdeu um gol feito, o que Higuaín e o poupado Milito não perderiam, o que prova que deve entrar em campo durante o Mundial em um momento de desespero.