Primeira Divisão

Vélez fecha participação no Inicial sem brilho, mas com festa

Foi sem dificuldades. Quase nenhuma. Foi assim que o Vélez fez 3×0 no Rafaela, fora de casa. E se os campeões não precisaram fazer muito foi porque o conjunto local não fez absolutamente nada. Este foi o resumo. Já em Córdoba, o Belgrano recebeu o Estudiantes e venceu por 1×0. O triunfo valeu a segunda colocação do Inicial para o conjunto cordobês.

Para o campeão do Torneio Inicial o que importava era terminar a competição oferecendo à sua torcida mais um presente: os três pontos sobre o Rafaela, fora de casa. Para o conjunto local, o encontro valia muito mais: uma vitória significaria reforçar os péssimos promédios que ameaçam levar “La Crema” de novo à B Nacional. O jogo prometia. Mas ficou longe de cumprir alguma promessa relacionada ao bom futebol.

Por mais que tentassem, os campeões fortineros não conseguiam voltar à pegada anterior à conquista do caneco. Não havia clima de festa, mas tampouco havia clima de campeonato que seguia. Para o Rafaela, a situação era diferente em termos de intenção, mas igual ao do Vélez, em termos de resultados: nada acontecia.

O Rafaela entrou com um esquema bem ofensivo e com um enganche bem à frente do meio-campo. Tratava-se de Grazzini, que tinha a missão de fazer a pelota chegar a González e Carignano, na frente. Porém, antes de o problema ser o próprio Grazzini, ele estava nos três homens do meio-campo, que trabalhavam na recuperação de bola e no primeiro passe da armação de jogadas. Essa bola não chegava a Grazzini, que também por isso, não a fazia chegar aos atacantes da equipe.

Assim foi que os espaços começaram a surgir para o Vélez. Com um time bem mais organizado em todos os setores, ficou fácil para o conjunto campeão usar os espaços no campo e criar as situações de gol. Ferreyra perdeu algumas, antes de chegar às redes aos 34 minutos, após se aproveitar de cobrança de córner. Prova do domínio do Vélez foi que somente após os 40 minutos foi que o Rafaela teve chances de incomodar o porteiro visitante. Foram duas situações e ambas com Carignano: ambas desperdiçadas.

O ímpeto do Rafaela pareceu ter ficado nos vestiários. Apática em campo, a equipe local deu ainda mais campo para os visitantes. Só que os jogadores do Vélez também pareceram ter tomado todas nos vestiários. O efeito disso foi que o cotejo foi marcado com mesmos contornos do primeiro tempo: totalmente sem-graça, um tédio puro.

À semelhança com os primeiros 45 minutos não ficaram só nisso. Precisamente aos 15, o Velez acordou e teve uma boa situação com “el Chucky” Ferreyra. A partir disso, o domínio do jogo voltou às mãos dos fortineros e assim foi até o fim da partida. As triangulações com Grazzini, Carignano e González não surtiam efeito no ataque e a pelota sempre sobrava fácil para a retaguarda visitante. A bola era encaminhada para o meio-campo e daí logo chegava ao ataque. Estava fácil. Aos 37, foi a vez de Ferreyra servir de garçom. A pelota chegou para Lucas Pratto que a guardou nas redes do ótimo Sara: 2×0.

Três minutos depois, Fontanini se enroscou com Cabral dentro da área e o árbitro Saúl Laverni errou ao anotar o pênalti. “El Chucky” nem se importou com isso e após cobrança, guardou a pelota no arco de Sara. Era o terceiro gol dos campeões do Torneio Inicial. Um jogo fraco, mas que marcou bem a diferença entre um dos últimos colocados da competição e a equipe que ficou à frente de todas as demais.

Belgrano 1×0 Estudiantes LP

Em Córdoba, o Belgrano recebeu o Estudiantes e não titubeou. Venceu por 1×0 com um gol de Claudio Pérez, cobrando pênalti, aos 42 minutos do segundo tempo. A vitória valeu ao Pirata cordobês o vice-campeonato do Torneio Inicial. Pode parecer pouco, mas foi o coroamento de uma campanha extraordinária da melhor equipe do futebol de Córdoba. Um prêmio também para o técnico Ricardo Zielinski; um ótimo comandante do banco de reservas, mas que nem sempre recebe o devido tratamento pelo trabalho que realiza no Belgrano.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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