San Lorenzo vence e jogará a promoción contra o Instituto

Desde Nuevo Gasómetro – Apesar da pífia campanha que vem fazendo nas últimas temporadas, o San Lorenzo conseguiu escapar do descenso direto nesta tarde jogando diante de sua torcida. O placar de 3 a 1 sobre um frágil San Martín de San Juan serviu para aliviar um pouco o clima tenso no clube e injetar algo de moral nos jogadores que agora terão que enfrentar o Instituto de Córdoba na promoción.

Cambaleante no Clausura, o Ciclón começou a partida na zona de descenso direto e com o ouvido colado no rádio. Outras partidas poderiam definir o futuro da equipe de Caruso Lombardi. A contar o jogo de hoje, o San Lorenzo teria, no máximo, três finais diretas contra o descenso, e na primeira conseguiu vencer. Mas se algo merece ser destacado nesta luta contra o rebaixamento, a fanática torcida está fazendo sua parte. Mais uma vez lotou o Nuevo Gasómetro e apoiou do início ao fim. Como ouvimos de alguns torcedores na saída do estádio: “hoje quem ganhou a partida foi a gente do Ciclón e não os jogadores”.

A PARTIDA

Uma boa surpresa foi anunciada pelo sistema de som do estádio, Pipi Romagnoli escalado entre os onze titulares. Foi o estopim para uma torcida que já ocupava todos os lugares da cancha, cantando e confiante que neste domingo, poderia escapar do descenso direto. Assim que o time entrou em campo, um enorme mosaico com as cores do clube de Boedo enfeitavam as tribunas sul do Nuevo Gasómetro. Enquanto isso, o recado era dado por milhares de vozes: “San Lorenzo é de primeira e de primeira não vai sair”.

Com ambas equipes em campo bem antes das 15hoo, horário marcado para o pontapé inicial, um inexplicável atraso retardou a partida em aproximadamente dez minutos. Inexplicável, mas providencial já que desta forma o Ciclón jogaria sabendo o que estava acontecendo nos outros jogos que lhe interessava.

Finalmente a bola rolou e entre os fanáticos do time azul grená, alguns gestos eram costumeiros. Mãos unidas numa espécie de oração, sinais da cruz, olhos vermelhos e insultos, muitos insultos. Principalmente para Gigliotti que logo no começo do encontro teve uma grande oportunidade de abrir o placar. Escapou livre desde o meio de campo e com a bola dominada, cara a cara com o goleiro, não soube finalizar e chutou nas pernas do camisa um. Foi obrigado a escutar de tudo que vinha das arquibancadas e do banco de reservas, Lombardi não podia acreditar.

A situação parecia ficar mais crítica quando Caprari recebeu dentro da área e mandou uma bomba para inaugurar o placar, 1 a 0 para os visitantes. A pequena torcida do San Martín comemorava e já sonhava com a permanência na primeira divisão, porém dois minutos mais tarde, Carlos Bueno dividiu com o goleiro, numa jogada onde muitos pediram falta do atacante do Ciclón, e a bola sobrou limpa para o jogador uruguaio empurrar para o fundo das redes. Era o empate e no melhor momento possível, apenas alguns minutos após sofrer o gol. O Ciclón não sofreria aquela pressão da torcida, que voltou a jogar junto.

Numa discussão que envolveu alguns jogadores do San Martín e o árbitro da partida, Bogado foi expulso e deixava o visitantes com um a menos ainda no primeiro tempo. Foi fator determinante para tudo que aconteceria posteriormente na partida. A falta de um jogador custou demais e eles não conseguiram mais se encontrar dentro de campo.

O final do primeiro tempo foi fundamental para os “cuervos”. A ida até os vestiários serviu para que o time tomasse conhecimento de que o Colón atropelava o Banfield na zona sul de Buenos Aires. O resultado dava tranquilidade para que o Ciclón buscasse a vitória e se firmasse de vez naquilo que nesta fase, era o menor que poderia ocorrer: jogar a promo.

Para tratar de acalmar em definitivo a tarde, Kannemann, logo aos dez minutos, acertou uma bela cabeçada e colocou o San Lorenzo na frente. O resultado de 2 a 1 definia o destino que o time tem que percorrer para escapar da B Nacional. O San Martín, claramente reduzido em forças e em número, só foi assustar uma vez quando arriscou um chute dentro da área, mas sem direção. E logo na jogada seguinte, veio a última pá de terra que cobriu as esperanças da equipe do norte argentino.

Romagnoli, o grande ídolo desta torcida, arrancou num contra-ataque veloz e passou para Bueno que anotou na saída do goleiro o seu segundo gol na tarde e o terceiro do Ciclón, 3 a 1 e o dos males o menor: San Lorenzo na promo.

PÓS-JOGO

Era insólito, mas com um sorriso na cara deixam o estádio os milhares de torcedores do Ciclón. E não era por menos, a primeira das três finais estavam ganha e o time escapava do descenso direto, muito pela ajuda do Colón é bem verdade. Comemoravam e já faziam planos para as duas próximas partidas que podem definir o futuro na próxima temporada. Mas a verdade é que após o apito final, o clima no estádio era muito mais leve do que se esperar de um time que jogará a promoción.

No lado do San Martín, curiosamente o futebol reservou o mesmo destino. Jogará a vaga na primeira divisão contra o Rosario Central. Porém com a derrota sofrida de virada, nos rostos dos pouco mais de 400 torcedores que acompanharam no Nuevo Gasómetro a derrota para o San Lorenzo, nada de sorrisos. A polícia argentina resolveu mudar o esquema que é habitual nas canchas por aqui. Geralmente os visitantes saem primeiro, embarcam nos ônibus e seguem destino enquanto a maioria da torcida mandante aguarda a liberação da polícia dentro do estádio até que seja liberada.

Mas hoje as autoridades resolveram fazer tudo exatamente ao contrário e os torcedores do San Martín tiveram que aguardar horas até que pudessem partir do estádio. Isso gerou diversas reclamações por parte dos dirigentes do clube de San Juan que esbravejavam nos corredores da cancha: “isso tudo foi acertado para que o San Lorenzo jogue a promoción e tranquilize sua torcida”.

Fato é que apesar da derrota e dos sentimentos diferentes dos dois times, o destino é o mesmo; “a la promoción”.

Daqui a pouco, todas as fotos do encontro desta tarde