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Boca Juniors: Na esperança de um semestre melhor

E assim se foram os seis meses iniciais de Julio Cesar Falcioni no Boca Juniors. Após uma pré-temporada na qual a equipe mostrou uma incrível capacidade de chegada, com um ataque envolvente e rápido, ganhando os torneios de verão e se colocando como favorita para o Clausura 2011, a decepção logo na primeira rodada veio com uma goleada sofrida em casa para o Godoy Cruz.

A temporada foi de altos e baixos e a equipe não passou de um sétimo lugar com apenas 28 pontos. Em 19 partidas disputadas foram sete empates, sete vitórias e cinco derrotas. O setor ofensivo, se não foi o mais positivo da competição, não deixou muito a desejar, balançando a rede por 24 oportunidades. Porém o que mais deixou preocupação foi a defesa.

Inconstante e pouco confiável, desde o arco até as laterais, com inúmeras mudanças, sofreu durante todo o campeonato e saiu com 22 gols sofridos. Diante de um quadro como este o Boca se refugiou em Curitiba, Paraná, ao final do Clausura 2011, já sem um dos seus jogadores mais importantes em toda história, uma vez que Martín Palermo havia anunciado que se aposentaria ao final desta temporada. Várias promessas de reforços e uma nova página da história do clube de ‘la ribera’ que se inicia.

Novos e velhos rostos apareceram na pré-temporada que foi realizada no CT do Atlético Paranaense. Foram aproximadamente 15 dias acertando a equipe, buscando a melhor formação e acertando os ponteiros para a estreia no Apertura 2011, que acontecerá no dia 5 de Agosto, contra o Olimpo de Bahia Blanca.

Entre os novos nomes que aparecerão estão velhos conhecidos como Rolando Schiavi que foi o primeiro a chegar para o Apertura 2011, Facundo Roncaglia que volta depois de uma temporada de empréstimo e alguns nomes novos, como o lateral Franco Sosa, que veio do Lorient da França e o arqueiro Agustín Orión. Um setor que apresenta grande necessidade e que parece ter boas alternativas.

O meio de campo terá alguns nomes conhecidos já do primeiro semestre e deverá contar com a formação que beneficie Juan Román Riquelme. Um desenho tático 4-3-1-2, ou seja, com Román de em sua posição original de enganche, armando ofensivamente a equipe que deverá ter ainda Leandro Somosa como 5, Walter Erviti caindo como um volante pela esquerda e Burrito Rivero pela direita.

Erviti que ainda não engatilhou nesta equipe do Boca, mas que deverá ganhar mais oportunidades nessa temporada e assim dar maior continuidade ao seu trabalho, sabendo que Nicolás Colazo o segue de perto. Assim como Rivero que terá em seu encalço o promissor Pochi Chavez. Além da volta de ‘Tano’ Gracián para sua segunda passagem pelo clube e que espera ser desta vez o momento em que deixará de ser uma promessa no futebol e se tornar uma realidade.

Na história recente da equipe de ‘la ribera’, existe um número sem fim de jogadores rápidos e decisivos, alguns dos mais lembrados, são ‘El Pajaro’ Caniggia, Marcelo Delgado, Guillermo Schelotto, Carlitos Tevez e o último deles, Rodrigo Palacio. Após a saída de Rodrigo para o futebol italiano em 2009, a equipe ficou desfalcada de um atacante com características de linha de fundo e que jogasse pelos dois lados, buscando não só o gol, mas oferecer opções de jogada ao ataque. A tentativa por Ricardo Noir e logo depois pelo habilidoso Pablo Mouche, não surtiu o efeito esperado.

Noir sempre muito vacilante não parecia ser o jogador com as caracteristas da equipe e após uma temporada fora, voltou e pouco foi utilizado por Falcioni. Pablo Mouche daria uma matéria por si só. Um dos melhores jogadores da última temporada pela equipe, melhorou muito no que diz respeito ao seu temperamento, indo buscar ajudar em analises, porém segurava demasiadamente a bola e por vezes foi vacilante na hora de finalizar. Algumas das derrotas e empates da última temporada poderiam ter outra história se o aproveitamento de Mouche fosse melhor.

Sendo assim, Falcioni solicitou a Ameal a vinda de um jogador que solucionasse está deficiência, ainda mais agora que o ataque deverá ganhar em velocidade com a entrada do bom Lucas Viatri, substituto natural de Martín Palermo. Rodrigo Palacio foi sondado e chegou a se falar no jogador para este semestre. Porém algo fora da realidade econômica do Boca Juniors atual. A solução foi o nome de Dário Cvitanichi.

‘Sitanichi’, já foi um jogador comandado por Falcioni e estava na Holanda. No início deste ano, a diretoria Xeneize buscou o jogador, mas não conseguiu realizar o sonho de seu treinador. Porém, agora o jogador que foi incorporado já na pré-temporada no Brasil, parece ter lugar certo na equipe titular para fazer a dupla de ataque com Lucas Viatri. Nos últimos treinamentos o entrosamento da equipe do agora novo capitão Román, (o camisa 10 herdou a braçadeira de Palermo), já se mostra a ponto.

A equipe chegou neste sábado (16/07)a Buenos Aires, e deverá ganhar folga no fim de semana, voltando aos treinos na próxima segunda-feira (18/7) no complexo Pedro Pompilio, já com a presença do arqueiro Orión. No domingo (24/7) a noite a equipe Xeneize viaja para a Europa, mais precisamente na Espanha, onde disputará o torneio ‘Ciutat de Barcelona’ na quarta-feira da mesma semana contra o Espanyol dos ex-jogadores do Boca, Jesús Dátolo e Juan Forlín.

Será a primeira prova para a equipe do Boca, que depois jogará nos dias 30 e 31 de Julho em Londres a ‘Emirates Cup’, ao lado de Arsenal, Red Bull NY, Paris Saint German. Após este giro pela Europa a equipe de Falcioni volta para a Argentina para arrancar no Apertura 2011.

Chegando: Darío Cvitanich (Ajax de Holanda), Rolando Schiavi (Newells), Franco Sosa (Lorient de Francia) e Agustín Orión (Estudiantes LP).

Voltando: Josué Ayala (Independiente Rivadavia de Mendoza), Facundo Roncaglia (Estudiantes), Jesús Méndez (Rosario Central), Leandro Gracián (Independiente) e Nicolás Blandi (Argentinos).

Saindo: Martín Palermo (se aposentou), Cristian Lucchetti (voltou ao Banfield), Javier García (Tigre), F. Monzón (Niza de Francia), Noir (Newell’s), José María Calvo e Marcelo Cañete (vendido ao São Paulo).

Junior Sagster

Jornalista esportivo, formado em Comunicação Social/Jornalismo. Acompanha o futebol argentino desde a Copa do Mundo realizada no México em 1986, quando viu pela primeira vez Maradona jogar pela Seleção Argentina. Em sua carreira como jornalista tem 06 anos de experiência, 02 em redação e 04 em assessoria de imprensa esportiva.

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