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Como funcionam o rebaixamento, a promoción e o acesso na B Nacional

Devido ao crescente interesse de nossos leitores pela B Nacional, o Futebol Portenho vai detalhar como funciona o acesso, promoción e rebaixamento na Categoria. Além disso, nossa explicação avança um pouco e respinga na primeira divisão e nas duas Categorias do acesso para as quais vão os últimos colocados da B Nacional: a B Metro e o Torneio Argentino A.

Na Argentina, a primeira divisão tem a mesma quantidade de times que a série A do campeonato brasileiro. São vinte equipes em ambos os campeonatos. Ao final da Série A, no Brasil, as quatro últimas caem para a Série B, a segunda divisão do futebol nacional. Na Argentina, não basta o aproveitamento ao longo de uma temporada, os chamados. O que vale é uma média de pontos das três últimas, os chamados promédios. Daí resulta que as quatro últimas equipes estarão envolvidas com o rebaixamento. A 20ª e 19ª colocadas caem diretamente para a B Nacional. A 18ª e 17ª colocadas vão à promocíon com o 4º e com o 3º colocados da B Nacional, respectivamente.

Se as semelhanças com o futebol brasileiro são perceptíveis, elas, contudo, param por aí. A partir da segunda divisão, futebol argentino se organiza de maneira bem diferente da que é aplicada aqui no Brasil. A segundona argentina é chamada de B Nacional (Nacional B ou Primeira B Nacional). Nesta divisão, os dois primeiros colocados sobem diretamente à elite argentina. O 3º e o 4º, como dissemos, vão aos playoffs com a elite do futebol local.

Terminasse hoje a B Nacional e ficariam assim essas disputas: Rosário Central seria o campeão e subiria automaticamente à primeira divisão. O River e Instituto, segundos colocados, jogariam um cotejo-desempate e o vencedor também voltaria à elite. O perdedor do duelo jogaria a promoción com o San Lorenzo, enquanto o Quilmes iria para o duelo contra o Tigre.

Playoffs pelo acesso ou permanência

A promoción é dusputada em dois jogos e sempre com a vatagem da equipe que está na divisão superior. Dessa forma, o San Lorenzo jogaria com o Instituto e teria a vantagem, se caso as duas partidas terminassem empatadas ou se em uma delas perdesse e na outra ganhasse pela mesma quantidade de gols. Se perdesse de 2×0 em Córdoba, bastaria ao Ciclón que fizesse o mesmo resultado em Bajo Flores.

Ou seja, além de todas as vantagens de dispor de três temporadas para ajeitar a equipe, o San Lorenzo ainda contaria com a chamada “ventaja deportiva” diante de um clube que teria lutado muito para chegar à promo. O mesmo valeria para o Tigre, em relação ao Quilmes. Esta situação ilustra bem o quanto o River Plate mereceu ir à segunda divisão na Argentina. Depois de abusar de péssimas campanhas na elite, a equipe jogou com o Belgrano tendo a “ventaja deportiva” e decidindo seu destino no Monumental de Núñez. No primeiro jogo, o Pirata venceu por 2×0 em Córdoba; no segundo, em Núñez, empatou por 1×1 diante dos torcedores millonarios.

As divisões de acesso na Argentina

A B Ncional é muito parecida com a Série B brasileira. São vinte equipes em cada uma. No Brasil, sobem quatro; na B Nacional, dois diretamente e dois vão para a promo. No Brasil, temos a também a Série C e a Série D; terceiras e quartas divisões, respectivamente. Na Argentina é diferente.

A partir da Primeira B Nacional, o futebol de acesso na Argentina se divide em futebol metropolitanao e futebol do interior. Teoricamente, os clubes ligados diretamente à AFA compõem a Primeira B Metropolitana (B Metro), Primeira C e Primeira D; respectivamente a 3ª, 4ª e 5ª divisões. Também teoricamente, os clubes do interior (com algumas exceções) são ligados à AFA apenas indiretamente. Primeiro, eles são ligados ao Conselho Federal, um órgão interno da AFA que organiza todo o futebol do interior argentino, inclusive as ligas regionais. Dessa forma temos o Torneio Argentino A, Torneio Argentino B e Torneio Argentino C (ou Torneio do Interior); respectivamente 3ª, 4ª e 5ª divisões para o futebol do interior da Argentina. Na prática, aqui no Futebol Portenho, denominamos de acesso metropolitano às competições cujos clubes são ligados à AFA, e de acesso do interior aos clubes ligados ao Conselho Federal.

B Nacional e a promoción com a B Metro e com o Torneio Argentino A

Ao fim da temporada, a B Nacional envolve quatro equipes no acesso ao futebol de elite. Da mesma forma, quatro equipes para o rebaixamento com as Categorias inferiores do acesso. Para chegarem na briga pela primeira divisão, basta a cada clube que finalize a temporada entre os quatro primeiros. Porém, para o rebaixametno volta a valerem os promédios, que consideram o aproveitamento ao longo das três últimas temporadas.

A B Nacional é a única Categoria do acesso que reúne clubes filiados ou não à AFA. Ao fim da temporada, as duas equipes com os piores promédios caem para a B Metro e para o Terneio Argentino A. A 18ª e 17ª vão à promoción para a manutenção da Categoria. O rebaixamento ficaria assim:

Se o 20º e 19º forem do futebol metropolitano eles caem para a B Metroplitana. Se forem do interior (não filiados à AFA) vão para o Torneio Argentino A. Da mesma forma, se uma equipe for filiada à AFA e a outra não, então uma delas cai para a B Metro e a outra para o Torneio Argentio A.

A 18ª e a 17ª colocadas vão à promoción para a manutença da Categoria. Assim como no descenso direto, se as duas equipes forem filiadas à AFA, caem para a B Metro; se forem do interior, caem para o Argentino A. Se cada uma delas for de uma espécie, uma vai para a B Metro e a outra para o Argentino A.

Isto significa que o número de participantes da B Metro e do Argentino A só será definido após a conclusão do regime de descendo da B Nacional. Neste caso, A B Metro, por exempo, pode ter 20 equipes em uma tempora e 21,22,23 ou 24 na outra.

Para exemplifica o que dissemos, vamos nos valer do enfrentamento da temporada anterior. O Independiente Rivadávia foi o 18º colocado e foi para a promo com o Defensores de Belgrano. Ou seja, no enfrentamento havia um representante do futebol do interior, o Rivadávia; e outro do futebol metropolitano, o Defensores de Belgrano. Deu Rivadávia ao final do confronto e a Lepra se manteve na B Nacional. Dessa forma, o Defensores foi mais uma equpe a disputar a B Matro, o que fez com que a Categoria tivesse 21 disputantes na atual temporada.

Para finalizar, uma nota sobre a ordem dos confronos. Caso as duas equipes (17ª e 18ª) forem do futebol metropolitano, ou se as duas forem do interior, as dusputas ficam assim:

O 18º colocado vai à promoción com um representante da B Metro. O 17º colocado vai à promo com um representante do Torneio Argentino A. No momento, já se conhece tanto o campeão da B Metro quanto o do Torneio Argentino A. Contudo, os seus representantes para à promocíon pelo acesso com a B Nacional ainda percorrerão um longo caminho. No Argentino A, ele só será conhecido ao final da Sexta fase, já que após se conhecer o campeão, ao fim da segunda fase, o Torneio segue como se fosse um reclassificatório para o acesso. Na B Metro, esse representante será indicado pelo tiítulo do Torneio Reducido, um reclassificatório, cujo campeão vai à promo com a B Nacional.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

One thought on “Como funcionam o rebaixamento, a promoción e o acesso na B Nacional

  • eduardo

    Agora sim deu pra entender essa confusão toda.

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