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Dias de “escudo” do capitão Lucas Bernardi, no Newell’s, parecem chegar ao fim

Depois de muito tempo atuando como escudo do elenco leproso diante das inúmeras ameaças dos barra bravas, Lucas Bernardi poderá deixar o Newell´s. Ao menos foi o que ficou claro, após o término da partida na qual a equipe de Rosário apemans empatou em casa com o San Martín (SJ). O capitão leproso saiu de campo emocionado e agradecendo o apoio que recebeu enquanto esteve no clube. “Tudo é possível; talvez eu fique, talvez não; ainda não tenho uma decisão tomada”. Porém, tudo indica que os dias de Lucas Bernardi no Newell´s chegaram ao fim.

Bernardi é um atleta com profunda identificação com o Newell´s Old Boys. Tanto é assim que em sua volta ao clube fez questão de atuar por uma quantia simbólica e insignificante. Tudo em nome de sua dedicação e amor pela instituição de Rosário. Porém, tudo indica que seus dias na Lepra chegaram ao fim. Ao menos foi o que ficou explícito na partida diante do San Martín. Ao ser substituído pelo treinador Diego Cagna o jogador saiu de campo agradecendo ao apoio que recebeu de algumas pessoas no clube. Tudo indica que Bernardi deverá atuar por uma outra equipe em 2012. Propostas para isso não faltam.

Oficialmente o atleta ainda não confirmou sua saída: “ocorreram situações difíceis e que não tem nada a ver com o futebol. Essas coisas me fizeram ter dúvidas sobre minha permanência”, disse o jogador.

O fato é que Bernardi apostou alto no prestígio que possuía no Rojinegro e perdeu. Perdeu feio. A crise na Lepra tem dimensões muito profundas e qualquer um que busca a proteção do elenco corre o risco de ser varrido do clube. A força dos barras bravas é muito grande e neste momento ela culpa a todos pela situação. Agressões e ameaças são constantes e um clima de medo impera pelos lados do Parque Independência. O próprio Bernardi já recebeu ameaça de mortes e até um bar de seu pai foi atacado na cidade. Para piorar as coisas, os dirigentes demonstram aceitar a pressão dos torcedores e pouco fazem. Depois de muita insistência e ameaças, o vice-presidente Gustavo Dezotti deixou o clube em novembro. Até mesmo os torcedores que se arriscam a apoiar a comissão técnica (de forma explícita) correm riscos de serem agredidos ou até mortos, como já aconteceu na cidade.

À medida que esse terror chegou no elenco, o capitão Bernardi resolveu ser uma espécie de escudo. Deu várias declarações em que demonstrava ter força e, ao mesmo tempo, demonstrava não ter medo dos barras. Durou pouco. Também ele Bernardi parece agora derrotado pelo contexto de crise que absorve o clube e o ajuda a se afundar ainda mais. “Normalmente não faço isso, porém senti que devo ser egoísta e pensar na minha família e em mim. O futebol é muito grande, porém não troco minha família por nada”, finalizou o capitão rojinegro, em crise e tão perdido em dúvidas quanto o próprio clube de Parque Independência.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

One thought on “Dias de “escudo” do capitão Lucas Bernardi, no Newell’s, parecem chegar ao fim

  • canalha_RS

    O pai de Bernardi, e dono de um bar chamado “Chopperia” (em el centro de Rosário), que foi atacado por desconhecidos varias veces.
    Além disso, o pai de Bernardi, atacou barbaramente a plateistas hace un par de fechas atrás. Lamentavel.
    Provablemente, sea verdade, que Bernardi tenha “negociados” o “favores” del presidente Lorente (em marketing, especialmente).
    A queda e inevitable em Nob.

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