BocaPrimeira Divisão

Empate sem graça e contusão de Riquelme, que preocupa

Riquelme deixa o campo ainda no primeiro tempo e já preocupa para o jogo da Libertadores
Riquelme deixa o campo ainda no primeiro tempo e já preocupa para o jogo da Libertadores

Pela décima rodada do Torneio Final, o Boca recebeu o Belgrano, mais preocupado em trabalhar uma formação para encarar o Corinthians do que em somar pontos na atual competição argentina. Os xeneizes iniciaram de maneira fulminante e até marcaram um gol legítimo, mas que foi anulado por Pablo Pompei. Depois o Pirata igualou o jogo e assim o manteve parelho até o fim. O 0x0 não teria importância não fosse pela contusão de Riquelme. O enganche apresentou uma moléstia muscular e saiu de campo aos 30 minutos de jogo. Caruzzo e Erviti também sentiram.

O jogo foi bem o que “el Ruso” Zielinki pensava. Trancar sua equipe em duas linhas de quarto fortemente defensivas e isolar Fernando Márquez no campo de ataque. A proposta era a de contar com um contragolpe para guardar a pelota no arco e surpreender os xeneizes. Já os donos da Bombonera começaram o cotejo com tudo. Avançado em suas linhas, e com Burrito Martínez bem aberto pela direita, o Boca tirava o ar de um “borracho” Belgrano.

Tanto foi assim que na primeira chegada, a pelota foi alçada por Riquelme e Nico Brandi a guardou no arco de Olave. Só que Pompei e seus assistentes não se deram conta que a pelota entrou meio metro no arco e anularam o tento xeneizes. Embora o Belgrano tenha igualado as ações, um pouco depois, o fato é que o Boca dava indícios de que havia recuperado um pouco de sua alma, perdida ou distante da equipe nas últimas partidas. Certo é que para o conjunto da Ribera até mesmo um simples jogo do Torneio Final, em que a equipe está distante do caneco, se faz importante. Contudo, o fato de que terá pela frente, pela Libertadores, o Corinthians, pode ter sido um indicador do quanto a equipe caminha para um acerto tático e técnico.

Contudo, este cenário não pode ser visto por muito tempo. O maestro xeneize, responsável por um ótimo trabalho no meio-campo, e de certa forma, um pouco mais recuado para armar as jogadas, deixou a equipe aos 30 minutos de jogo. Riquelme sentiu uma moléstia muscular e teve de deixar o jogo precocemente. Sánchez Miño entrou em seu lugar, mas não conseguiu manter o ritmo da equipe.

Então, quem passou a brilhar em campo foi Fernando Marquez, do Belgrano. Atuando isolado na frente, Marquez voltava para dar combate no meio-campo, setor de onde partia com a pelota e de onde também armava jogadas para seus companheiros cordobeses. Para a felicidade do Boca o Pirata parecia pouco interessado em vencer a partida. Em vez disso, a proposta de Zielinski consistia em manter o controle do jogo no setor defensivo e explorar alguma jogada fortuita de contragolpe.

Uma ou outra jogada de perigo aconteceu até, para uma equipe e para outra. Mas muito pouco. De efetivo mesmo foi o fato de que o Boca pode ter perdido Riquelme para a Libertadores, ou pelo menos para o próximo cotejo do Torneio Final, o que para este último caso não seria um problema. Além do enganche, também Erviti sentiu a musculatura e chegou a mancar em campo. Foi substituído no segundo tempo e também preocupa. Situação parecida a de Caruzzo. O defensor sentiu de tal forma uma moléstia que rapidamente pediu para sair. Deu a impressão que sairia mesmo se Bianchi já tivesse feito as três alterações.

Nada se sabe ainda sobre o estado de Riquelme e tampouco a comissão médica boquense quis adiantar alguma coisa. De concreto, o fato de que o jogador se retirou aos 30 minutos e que isto somente se faz comum quando uma lesão acontece. Não fosse assim e ele não teria entrado em campo para deixá-lo 30 minutos depois. De qualquer forma, o treinador xeneize terá um bom tempo para esperar pelo enganche, Erviti, Caruzzo e por algum dos vários atletas que frequentam o departamento médico da equipe da Ribera.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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