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Estudiantes: Verón e Desabato atacam Sabella

Apontados como os principais pivôs da crise interna que resultou na saída de Alejandro Sabella do comando técnico do Estudiantes, Verón e Desábato contra-atacaram. Em entrevistas separadas os dois líderes do elenco Pincha manifestaram seu desagrado com a decisão do treinador, e principalmente com a maneira pela qual ela se deu.

Verón, apontado por muitos como o responsável pela saída de Sabella, foi bem claro ao dizer que a decisão do treinador “não pegou bem”. E negou uma relação ruim com o ex-comandante: “[Sabella] podia colocar as mãos no fogo pelo elenco, aqui ninguém demitiu ninguém. A relação pode ter seus altos e baixos, já que somos todos humanos, mas não conseguiríamos o que conseguimos se a relação fosse tão ruim”. La Brujita descreveu seu sentimento em relação à toda a situação usando expressões fortes: “tenho desilusão, surpresa, amargura e raiva”.

Em entrevista à rádio La Red, Desábato adotou a mesma linha de Verón. Se disse “doído” com a decisão de Sabella e afirmou que “não conseguimos entender porque ele se foi assim”. E acrescentou: “Às vezes quero entendê-lo, mas é difícil para nós. Não entendemos porque se foi, não era o momento. Sabemos que é uma pessoa inteligente, que pensa, e deve ter analisado todos os fatores para tomar uma decisão. Mas por tudo o que nos havia dito, que o grupo vinha primeiro, que o Estudiantes era uma família, nos dói muito a sua saída”.

O nebuloso quadro dos últimos dias começa a se esclarecer. Sabella se sentiu incomodado com a interferência de Verón, que segundo informações de La Plata, tinha poder de veto nas contratações feitas pela equipe. Ao sair, estabeleceu-se uma oposição pública entre os dois grandes ídolos do clube no século XXI. E a torcida fez sua escolha: ficou com Verón e contra Sabella. Afinal, acredita que não há ninguém no clube que possa estar acima do maior craque recente do clube, e talvez o maior de sua história.

Tiago de Melo Gomes

Tiago de Melo Gomes é bacharel, mestre e doutor em história pela Unicamp. Professor de História Contemporânea na UFRPE. Autor de diversos trabalhos na área de história da cultura, escreve no blog 171nalata e colunista do site Futebol Coletivo.

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