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Geração 1998-2002 e a safra dos novos treinadores argentinos

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O mercado do futebol argentino ganhou destaque nos últimos anos não só pelas atuações dos jogadores em campo, mas também pela contribuição ali, próximo à linha lateral, onde permanecem os estrategistas e pensadores do jogo extra campo. A nova, e boa, safra de treinadores argentinos é oriunda em boa parte de jogadores que defenderam a Seleção nos Mundiais de 1998 e 2002. Nomes hoje com destaque na Europa como Mauricio Pochettino e Diego Simeone serviram de inspiração para que outros jogadores consagrados no passado argentino buscassem seu espaço no futebol novamente, mas desta vez fora do campo.

Diego Simeone disputou 3 mundiais pela Seleção Argentina, 1994, 1998 e 2002. O treinador, formado na escola de treinadores Vicente López, situada em Olivo, Buenos Aires, iniciou sua carreira em 2006, pelo Racing, um primeiro passo para futuras passagens por Estudiantes, River Plate, San Lorenzo, Catania e finalmente Atlético de Madrid, onde está em destaque desde 2011. Simeone hoje é referência Mundial e é forte candidato para assumir futuramente a Seleção Argentina. Luis Lescurieux, co-fundador e atual diretor da escola de treinadores, fez algumas menções sobre El Cholo em recente entrevista: “Era muito Bielsista, muito europeu. No Atlético de Madrid, em contrapartida, é o Cholo em toda sua essência”. Pela escola de Simeone, também passaram Arruabarrena, hoje treinador do Boca Juniors e mais um remanescente da geração 1998-2002 argentina, Marcelo Gallardo, hoje no River Plate.

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Marcelo Gallardo, técnico do River Plate

Marcelo Gallardo recebeu o diploma de treinador há 5 anos(clique aqui e saiba mais). O Muñeco Gallardo é adepto do jogo com posse e toque de bola para chegar à meta adversária. Com a nova carreira iniciada em 2011, quando dirigiu o Nacional do Uruguai, Gallardo deu seu primeiro passo para regressar à casa em 2014, quando aceitou o convite do River Plate, onde conquistou a Copa Sulamericana 2014 e uma vaga na Libertadores 2015, competição que o River não disputava desde 2009.

Pelo River Plate também passou Matias Almeyda, que assim como Gallardo, disputou os Mundiais de 1998 e 2002. Almeyda assumiu o River Plate em 2011, onde tinha ao seu lado um antigo companheiro de Seleção Argentina, o ex-zagueiro José Chamot(disputou as Copas de 94, 98 e 2002). Hoje Almeyda é treinador do Banfield e recentemente foi cotado para assumir a Seleção Equatoriana. Carlos Roa, goleiro da Seleção Argentina no Mundial 1998 é o treinador de goleiros do Banfield de Almeyda. Leonardo Astrada(defendeu a Argentina em 1998) é mais um que passou pelo River Plate(2004), chegando futuramente ao Rosário Central, Colón de Santa Fé, Estudiantes de La Plata, Argentinos Juniors e Cerro Porteño, onde figura hoje. Ainda no mercado local argentino está Néstor Sensini, zagueiro da Argentina em 98 e com passagens como treinador por Udinese, Estudiantes, Newell’s Old Boys, Colón e Atlético de Rafaela, onde está atualmente. Com menos holofote, Nelson Vivas(zagueiro da Argentina em 1998) teve curta e apagada passagem pelo Quilmes em 2013.

No mercado estrangeiro, além de Simeone, está Mauricio Pochettino. O zagueiro da Argentina em 2002, com Bielsa no comando, passou como treinador por clubes como o Espanyol, Southampton e Tottenham, onde está hoje. O bom trabalho no Southampton chamou a atenção do Tottenham, atualmente na sexta posição da Premier League. Em relação a um antigo questionamento sobre o fator cultural e língua local, Pochettino tem optado pela presença de um tradutor simultâneo, como já fazia no Southampton:

A dificuldade e medida de Pochettino, por exemplo, é contornada também hoje na França por quem treinou o ex-zagueiro em 2002, El Loco Bielsa, atual treinador do Olympique de Marselha. Um discurso motivacional de Bielsa, com presença constante de um tradutor, foi filmado recentemente e ganhou grande repercussão:

http://youtu.be/nQOnMxwWZsc

Sobre o motivação e inspiração para a nova safra, o Futebol Portenho recentemente abordou a história de Gabriel Batistuta, o qual declarou desejo em retornar ao futebol, desta vez como treinador, motivado por Diego Simeone(clique aqui e saiba mais). Batistuta poderia ser o oitavo jogador da geração 1998-2002 a ingressar no mercado. Sobre jogadores mais recentes, nomes em atividade como Fernando Gago(Boca Juniors), que sonha em dirigir a Seleção Argentina, e Sebá Dominguez(Vélez Sarsfield) já pensam em futuramente ingressar suas carreiras como treinadores e hoje frequentam aulas na mesma escola de Arruabarrena, Gallardo e Simeone, como recentemente mostrou o Canchallena em reportagem especial(clique aqui).

 

Júnior Marques

Sul-matogrossense Bacharel em Esporte pela Universidade Estadual de Londrina. Preparação Física e Cardiologia. Gabriel Batistuta nas peladas de infância, Hincha Albiceleste!

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