Primeira Divisão

Instável em campo, Independiente lucra com empate diante do Quilmes

Todos comemoram o gol de Farías. Insuficiente, porém, para o Rojo chegar à sua primeira vitória

Em Avellaneda, em um gramado vergonhoso, o Independiente recebeu o Quilmes para um jogo em que foi dominado na maior parte do tempo. Foi dominado pelo rival e pela falta de equilíbrio dentro e fora de campo, já que os nervos acirrados mandaram Américo Gallego e Martín Benítez para o chuveiro. O resultado final foi 1×1. Mansilla abriu o placar no primeiro tempo e Farías empatou, no segundo. Injusto para o Cervecero, que não esteve no melhor dos seus dias, mas que jogou bem mais do que o rival. Ao fim, o Rojo completou sua sexta partida no Inicial sem uma única vitória.

A proposta do Rojo era a de abafar o visitante; deixa-lo sem ar e mostrar, de cara as credenciais de um time que queria vencer como local. Tolo Gallego apostou em Rosáles como enganche para “Tecla” Farías e Leguizamón, no ataque. Proposta que tem funcionado pouco até pela dificuldade dos atacantes de chegar às redes.

E logo aos quatro minutos, “el Tecla” foi o nome do gol para o Rojo. Só que como anotou em situação de impedimento, seu tento foi anulado por Delfino. A partir disso, o domínio do Quilmes foi se processando do plano mental para o futebolístico. Mais calmo em campo, as principais ações do Cervecero foram ocorrendo já no setor de defesa, de onde saía com certa tranquilidade, apesar do forte empenho de Farías em combater a sua zaga.

Assim, aos 20, Garnier cruzou e a pelota chegou a tocar na trave antes de encontrar a linha de fundo. O domínio se intensificou e aos 35, Jacobo Mansilla foi o nome do gol, após uma bela jogada de Miguel Caneo: 1×0 Quilmes.

O placar poderia ser ampliado aos 41 minutos, quando Cauteruccio acertou a trave de Navarro e deixou claro que nem o péssimo estado do gramado nem a disposição do Rojo eram suficientes para deixar claro quem era mesmo o dono do jogo em Avellaneda: o Cervecero.

No segundo tempo, O Rojo foi para a pressão, assim como fez no início do jogo. Contudo, os nervos fora do lugar indicavam que momentos difíceis poderiam esperar pelo time. Por sorte, em uma jogada com forte presença de jogadores na área de Tripodi, “el Tecla” Farías foi o nome do arremate certeiro no meio do arco: 1×1 em Avellandeda, aos cinco minutos da etapa final.

Longe de facilitar a vida do Independiente, o gol o tornou ainda mais instável dentro de campo. Pressionado pela necessidade da vitória e até pelo forte apoio de seus torcedores, a equipe foi ao ataque de forma pouco organizada. Zagueiros se transformaram em meias; estes, em atacantes. Se por um lado, o Quilmes tinha em Miguel Caneo uma resposta perigosíssima para o rival, o próprio gramado do Libertadores de América ajudava o time da casa. Com muitas falhas em todos os setores, o gramado dificultada o trabalho do habilidoso enganche cervecero.

Aos 26, “El Tolo” Gallego foi expulso por reclamar de um pênalti que não existiu. Três minutos depois, Martín Benítez, que entrara no lugar de Zapata, foi expulso por jogada violenta. Era o retrato de um time perseguido por péssimos promédios e que, ao menos neste jogo, não apresentou sequer um homem equilibrado dentro de campo.

O Quilmes manteve o equilíbrio e esteve bem mais próximo de chegar à vitória. Contudo, faltou certa profundidade ao conjunto do Sul, além de pouco rendimento em termos de jogadas ofensivas. A impressão era a de que o Cervecero se contentava com o empate. Resultado que de fato ocorreu e que se fez bem para algum dos times por certo que não foi para o Rojo. Com péssimos promédios e afundado em vasta instabilidade emocional, o conjunto de Avellaneda segue sem vencer no Torneio Inicial. E, por enquanto, o seu destino atual na competição é totalmente justo.

Independiente: Hilario Navarro; Gabriel Vallés, Julián Velázquez, Cristian Tula, Claudio Morel Rodríguez; Víctor Zapata (Benítez), Roberto Battión, Osmar Ferreyra; Paulo Rosales (Fredes); Luciano Leguizamón (Godoy) e Ernesto Farías. Técnico: Américo Gallego.

Quilmes: Emanuel Trípodi; Ismael Quilez, Joel Carli, Wilfredo Olivera, Pablo Lima (Telechea); Pablo Garnier, Leandro Díaz, Sebastián Romero (Núñez), Jacobo Mansilla; Miguel Caneo (Díz); e Martín Cauteruccio. Técnico: Omar De Felippe.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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