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Messi e seu desempnho pelo Barcelona antes de uma competição pela Seleção

Os jornais argentinos estamparam em seus jornais e sites que Lionel Messi chegará para a Copa América com sede de títulos após os fracassos na Champions League e na Copa do Rey. Em seu oitavo torneio com a camisa da Seleção, o atacante do Barcelona busca o seu primeiro título com a seleção profissional. Mas será mesmo que ele chega tão forte para o torneio no Brasil?

O Futebol Portenho foi atrás das estatísticas do atacante argentino as vésperas de um torneio pela Seleção, seja Copa América, seja Copa do Mundo. A análise leva em consideração os títulos pelo Barcelona, o número de gols e o número de jogos de Messi.

O destaque fica para a média superior a um gol por jogo nesta temporada, assim como na véspera da Copa América 2015. Além disso, mostra que não é a pior campanha com o Barcelona às vésperas de um torneio pela Seleção, o que aconteceu na temporada da Copa do Mundo do Brasil, em 2014, quando o time catalão só levantou um troféu.

Há quem espere algo diferente com a seleção, principalmente por ser uma incógnita a sua continuidade para o ciclo para o Catar. Mas o peso por um fim de temporada ruim e os últimos fracassos pela argentina podem colocar água abaixo o sonho de conquistar um título.

Veja os números

Antes da Copa do Mundo 2006
Barcelona: 30 jogos e 9 gols
Argentina: 1 jogo e nenhum gol
Títulos: 3 – Campeonato Espanhol, Champions Legue e Supercopa da Espanha

Antes da Copa América 2007
Barcelona: 32 jogos e 17 gols
Argentina: 4 jogos e 2 gols
Título: 1 – Supercopa da Espanha

Antes da Copa do Mundo 2010
Barcelona: 55 jogos e 47 gols
Argentina: 6 jogos e 1 gol
Títulos: 4 – Campeonato Espanhol, Mundial de Clubes, Supercopa da Europa e Supercopa da Espanha

Antes da Copa América 2011
Barcelona: 55 jogos e 53 gols
Argentina: 8 jogos e 4 gols
Títulos: 3 – Campeonato Espanhol, Campeão da Champions League e Campeão da Supercopa da Espanha

Antes da Copa do Mundo 2014
Barcelona: 47 jogos e 41 gols
Argentina: 4 jogos e 3 gols
Título: 1 – Supercopa da Espanha

Antes da Copa América 2015
Barcelona: 57 jogos e 58 gols
Argentina: 4 jogos e 3 gols
Títulos: 3 – Campeonato Espanhol, Copa do Rey, Champions League

Antes da Copa América 2016
Barcelona: 49 jogos e 41 gols
Argentina: 5 jogos e 4 gols
Títulos: 4 – Campeonato Espanhol, Copa do Rey, Supercopa Europeia e Mundial de Clubes

Antes da Copa do Mundo 2018
Barcelona: 53 jogos e 41 gols
Argentina: 5 jogos e 3 gols
Títulos: 2 – Campeonato Espanhol e Copa do Rey

Antes da Copa América 2019
Barcelona: 50 jogos e 51 gols
Argentina: 1 jogo e nenhum gol
Títulos: 2- Campeonato Espanhol e Supercopa da Espanha

Confira os detalhes de cada uma das temporadas

Copa do Mundo 2006
Foi o primeiro torneio de Lionel Messi com a Seleção Argentina principal. Ainda era tido como a principal promessa, sendo uma das opções para o técnico José Pekerman para o decorrer das partidas.

Em um total de 30 partidas entre Barcelona e amistosos da Argentina, inclusive a estreia albiceleste, com apenas segundos dentro de campo e ver uma das raras expulsões na carreira, na partida contra a Hungria, Messi marcou apenas nove gols antes da Copa do Mundo. No Mundial da Alemanha, jogou três partidas, todas vindas do banco, e marcou um gol e deu uma assistência.

Na temporada 2005/2006, conquistou o campeonato espanhol, a Champions League e a Copa da Espanha. Fracasso apenas na Copa do Rey.

Copa América 2007
Após uma temporada marcada por lesões, que o tirou de campo por três meses, Messi ainda não era um protagonista do Barcelona, mas já começou a aparecer com frequência na Argentina. Tanto que foi titular na Copa América daquele ano. Fez um número maior de partidas em relação a temporada anterior, 38 no total, com maior aproveitamento de gols: 19 vezes. Na Copa América, Messi marcou dois gols e ficou com o vice-campeonato.

Ainda sem uma pressão sobre si, Messi não comemorou um título de importância com o Barcelona. Seu único troféu foi a Supercopa da Espanha, amargando o vice do Campeonato Espanhol e da Supercopa da Europa, caindo nas oitavas de final da Champions League e sendo eliminado na semifinal da Copa do Rey para o Getafe. Sem Messi, lesionado, o Barcelona ainda perdeu o Mundial de Clubes para o Internacional.

Copa do Mundo 2010
Messi já era o principal nome da seleção argentina. Diego Maradona lhe deu a camisa 10 para que fosse o protagonista da albiceleste no Mundial. Mas não foi o que aconteceu. Ainda que tivesse feito bons jogos, contra Nigéria e Grécia, não fez um gol sequer e saiu eliminada pela Alemanha após um 0-4 amargo.

Durante a temporada 2009/10, Messi jogou muito. Foram 55 partidas com 47 gols que deram o título do Campeonato Espanhol e o Mundial de Clubes em 2009. Além disso, ganhou as Supercopas da Europa e da Espanha. Caiu nas oitavas da Copa do Rey e parou na Inter de Milão de José Mourinho nas semifinais da Champions League.

Copa América 2011
Nada que um torneio dentro da Argentina pudesse aliviar as coisas para a seleção. Sem ganhar um torneio com a equipe principal desde 1993, era a oportunidade de mudar as coisas. Mas uma bagunça generalizada dentro do elenco impediu o time de chegar além das quartas de final da Copa América, sendo eliminada nos pênaltis para o Uruguai.

Messi já havia chegado com certa pressão após três fracassos com a Argentina. Além disso, não vinha tendo boas atuações com a camisa da Seleção. Chegou a protagonizar uma discussão com Burdisso durante uma partida contra a Colômbia, no empate sem gols em Santa Fé. Era um time desajustado e com bastante individual, mas nada de coletivo.

Tanto foi que Messi não marcou nenhum gol na Copa América de 2011. Participou de três gols durante o torneio, mas foi pouco para um nome tão forte para o futebol. Já tinha três bolas de ouro, mas insuficiente para carregar a Argentina dentro de casa.

Seu ano no Barcelona? Excelente. Campeão Espanhol, Campeão da Champions League e Campeão da Supercopa da Espanha, além de um vice-campeonato da Copa do Rey. Marcou 53 gols na temporada – além de outros quatro pela seleção argentina durante os amistosos.

Copa do Mundo 2014
Sem dúvidas, o melhor momento de Messi com a camisa da Seleção Argentina. Para se ter uma ideia, antes da chegada de Alejandro Sabella, Messi havia marcado apenas 17 gols. Após isso, em apenas três temporadas, chegou a marcar 25 gols.

Mas, uma vez mais, insuficiente para levar o título. Ficou com o vice-campeonato diante da Alemanha. Ainda teve a chance de marcar um gol nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, mas mandou a bola para fora. É bem verdade que se não fosse pelos seus gols contra Bósnia, Irã e Nigéria, a Argentina teria fracassado ainda na primeira fase.

Na temporada 2013/2014, fez 47 partidas com 41 gols no total, todos eles pelo Barcelona. E motivação para levantar troféus não lhe faltava: ficou com o vice-campeonato espanhol, vice da Copa do Rey e caiu nas quartas de final da Champions League para o Atlético de Madrid. De título, só a Supercopa da Espanha, torneio que abre a temporada.

Copa América 2015
Após o vice-campeonato mundial, a Argentina chegou como franca-favorita para a Copa América no Chile. E tinha um Lionel Messi inspirado. Campeão espanhol, da Copa do Rey e campeão da Champions League. 58 gols durante a temporada, além de outros três em amistosos da Seleção em 61 jogos no total.

Mas durante a Copa América, não teve tantos gols. Pelo contrário: só balançou as redes na partida contra o Paraguai, com gol de pênalti no empate da estreia da Argentina. Fez uma excelente partida contra os próprios paraguaios nas semifinais, em uma vitória por 6×1, com direito a três assistências a gol.

Mas na decisão, caiu diante do Chile, com Higuaín e Banega perdendo seus pênaltis. Messi foi o único que marcou para a Argentina, que viu os chilenos comemoraram seu primeiro título na história.

Copa América 2016
A partir da última Copa América, a Argentina mudou os seus pensamentos sobre Lionel Messi. O ídolo do Barcelona era tido como pé-frio, que não conquistava os títulos como aqueles que obtiveram a glória na década de 1970 e 1980. Era mais um dos jogadores que vinha de uma geração fracassada, a segunda da história.

Tata Martino ainda mantinha um estilo para a Argentina, mantendo o bom futebol apresentado por Alejandro Sabella. Mal sabiam os argentinos que ele iria deixar a seleção depois da Copa América, após mais um fracasso.

Em 54 jogos na temporada, Messi marcou 45 gols, inferior à média do ano anterior, mas ainda alta para os padrões internacionais. Iniciou um jejum de títulos da Champions League, obtendo “apenas” os títulos espanhóis. Naquela temporada 2015/16, Messi conquistou Espanhol, Copa do Rey, Supercopa Europeia e Copa do Mundo de Clubes.

E, claro, faltava o título pela seleção. Curiosamente, fez a sua melhor participação em um torneio com a Argentina. Esteve em campo em cinco dos seis jogos, marcou cinco gols e deu quatro assistências. Porém, na decisão, foi o primeiro a bater e o primeiro da Argentina a errar. Com o erro de Biglia, o Chile conquistou o seu segundo título, justamente contra os vizinhos de fronteira.

O jogador chegou a pedir licença da Seleção, ficando de fora de alguns amistosos da Argentina até retornar para as eliminatórias.

Copa do Mundo 2018
Se não fosse por Lionel Messi, a Argentina sequer estaria na Rússia. Os três gols nas eliminatórias contra o Equador foram responsáveis por classificar o time para a Copa do Mundo. No sorteio, a já conhecida Nigéria e outras duas incógnitas: Islândia e Croácia. A primeira vinha de uma excelente Eurocopa. A outra tinha craques em Real Madrid e Barcelona.

Após mais um título espanhol e uma Copa do Rey, Messi esteve em campo em 53 partidas oficiais pelo Barcelona, marcando 41 gols. A eliminação traumatizante na Champions League para a Roma ficou como uma das marcas do que poderia vir de pior na Copa do Mundo.

E no Mundial, o que já sabemos: Messi voltou a perder pênalti, desta vez contra a Islândia. Viu a Croácia dizimar a Argentina. E, mais uma vez, ficou sobre sua responsabilidade ajudar a Argentina a ir as oitavas de final: marcou o primeiro gol contra a Nigéria e comemorou o gol de Marcos Rojo aos 41 minutos do segundo tempo

Contra a França, foi o jogador que mais sofreu faltas e o argentino que mais finalizou a gol. Mas não marcou nenhum. Viu Griezmann e Mbappe acabarem com o sonho de Messi em levantar a taça. O gol de Aguero, aos 48 minutos, e um centímetro de espaço para a bola e a cabeça de Fazio impediram o sonho. Mais um fracasso de Messi.

Copa América 2019
Messi chega para a Copa América no Brasil com sentimento de quer dar a volta por cima em um fim de temporada frustrante. A perda das semifinais da Champions League, novamente em uma derrota por 4×0, e o vice-campeonato na Copa do Rey colocou um peso maior sobre suas costas.

Com o Barcelona, Messi chega com a ‘pior’ campanha no Barcelona desde a Copa de 2014, quando o clube catação venceu apenas a Supercopa da Espanha. Neste ano, venceu, com sobras, a Liga Espanhola e venceu a Supercopa da Espanha, mas ficou um sabor de quero mais.

Essa foi uma das a temporada que Messi menos jogou: apenas 50 partidas, com 51 gols, a melhor média em relação as prévias a um torneio com a seleção argentina desde 2014.

Vale destacar que a Argentina vem de uma derrota vergonhosa para a Venezuela, por 3×1, no retorno de Messi à seleção.

Thiago Henrique de Morais

Fundador do site Futebol Portenho em 2009, se formou em jornalismo em 2007, mas trabalha na área desde 2004. Cobriu pelo Futebol Portenho as Eliminatórias 2010 e 2014, a Copa América 2011 e foi o responsável pela cobertura da Copa do Mundo de 2014

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