Primeira Divisão

Newell´s se firma na liderança. All Boys e Rafaela também vencem

Foi no talento de Scocco que o Newell´s chegou à vitória

Em Rosário, o Newell´s recebeu o Arsenal de Sarandí e ganhou com incrível dificuldade. Fez 2×1 em jogo todo ele nervoso e controlado, na maior parte, pelos visitantes. Contudo, brilhou o talento do artilheiro “Nacho” Scocco, autor dos dois gols para o atual líder do Torneio Inicial. Em La Plata, o Albo surpreendeu o Estudiantes e venceu por 1×0, com um gol de Hernán Grana no segundo tempo. Assim, o Pincha perde a oportunidade de se aproximar dos ponteiros da competição. Na parte de baixo, o Rafaela foi a San Juan e virou para cima do San Martín: 2×1. Primeira vitória de La Crema como visitante.

Newell´s 2×1 Arsenal de Sarandí

Nem bem o jogo começou e Ignacio Scocco foi o nome de um gol que teve a parcial assinatura de Lucas Bernardi, que fez boa jogada pela direita e alçou a pelota à cabeça do artilheiro do líder. a impressão, a partir daí, era a de que o conjunto local teria sua vida facilitada no cotejo. Maia ilusão.

Aproximando os homens do meio do ataque, e adiantando a primeira linha para marcar quase ao meio-campo, o Arsenal foi para cima do Newell´s e esteve perto da igualdade em várias situações. Em uma delas, aos 18, Zelaya cabeceou e viu a pelota sair desviada para a linha de fundo. O volume de jogo dos visitantes, assim como a dificuldade de superar o meio-campo do Arse, levou os jogadores locais ao nervosismo excessivo. Faltas e reclamações passaram a substituir o futebol leproso dentro da cancha. Até os 27 minutos, o árbitro Mauro Vigliano distribuiu quatro cartões amarelos, três deles para jogadores da Lepra.

Somente a partir dos 30 minutos foi que o conjunto dirigido por Tata Martino descobriu uma maneira de reter a pelota no meio. A partir daí tampouco criou grandes jogadas ofensivas. Contudo, começou a “cozinhar” o jogo no banho-Maria. O Viaducto chegava mais vezes no ataque, porém, já não conseguia muita efetividade.

Só que esse domínio foi facilitado pela felicidade do segundo gol. Aos 23 minutos, o mesmo Scocco foi o nome do gol, dando um toque de craque na pelota antes de vê-la no arco de Campestrini: 2×0.

Na segunda etapa, o Newell´s tentou repetir a pressão dos minutos iniciais da partida. Ao mesmo tempo, procurou não cair nos erros de oferecer muitos espaços para os visitantes pelos flancos do campo. Assim foi que logo aos três minutos, Canales teve uma chance incrível de descontar o marcador. Poucos minutos depois, Nervo e Luguercio repetiram os erros de finalização de Canales.

A pressão era grande e os nervos continuavam exaltados no Newell´s. Aos 14, Henize recebeu o segundo amarelo e foi para o chuveiro mais cedo. Aos 29. Carlos Carbonero viu a pelota passando à sua frente e não desperdiçou: a guardou no arco de Guzmán e saiu para o abraço: 2×1.

Só que a partir daí, também o conjunto dirigido por Alfaro pareceu mais nervoso do que deveria. No lugar de se preocupar somente com a bola canalizou parte de sua gana para as reclamações ao árbitro Migliano. Ainda assim, poucos minutos depois, Lisandro Lopes quase empatou o jogo em boa jogada coletiva da equipe. O mesmo se pode dizer de Zelaya pouco depois.

Foi então que a torcida resolveu intervir. Com um show de pirotecnia nas arquibancadas, a hinchada leprosa paralisou o cotejo por alguns minutos. Assim que a boa voltou a rolar, Lisandro López teve o empate para o Viaducto. Só que mais uma vez desperdiçou uma ótima oportunidade de chegar às redes. E ficou nisso: 2×1 Newell´s e possibilidade de ficar ainda mais tranquilo na liderança do Torneio Inicial. Seus promédios agradecem, já que a equipe se encontra em uma situação muito parecida com a do tigre, na temporada anterior. Precisa mirar a parte de cima da tabela de manira a se manter vivo, na de baixo.

Newell´s: Nahuel Guzmán; Marcos Cáceres, Santiago Vergini, Gabriel Heinze, Leonel Vangioni; Horacio Orzán (Diego Mateo), Hernán Villalba, Lucas Bernardi; Martín Tonso (Maxi Urruti), Ignacio Scocco e Víctor Figueroa (Víctor López). Técnico: Gerardo Martino.

Arsenal: Cristian Campestrini; Martín Nervo, Lisandro López, Diego Braghieri, Damián Pérez; Carlos Carbonero, Iván Marcone, Jorge Ortiz, Pablo Lugüercio (Juan Pablo Caffa); Milton Céliz (Gustavo Canales) e Emilio Zelaya. Técnico: Gustavo Alfaro.

Estudiantes 0x1 All Boys

Em La Plata, Estudiantes e Albo fizeram um jogo muito disputado na meia cancha e sem muitas chances de gol para ambos. Só que o conjunto da Floresta foi mais objetivo e ficou com um triunfo importantíssimo e merecido.

Desde o início, notou-se a preocupação do Pincha em controlar a pelota no meio-campo e adormecer as intenções ofensivas do Albo. Só que a estratégia parecia mais acordada para um cotejo fora de casa e não diante de seus torcedores. O efeito disso foi que o conjunto dirigido por Pepe Romero ganhou no plano mental e pouco a pouco foi quem se mostrou feliz com o jogo morno e sem-graça dentro de campo. E como a proposta parecia decorada pelo elenco visitante, seus jogadores foram cedendo certo espaço para as tentativas pincharratas.

Só que o Estudiantes não conseguia a menor eficiência porque seus jogadores pareciam anestesiados e incapazes de mudar os rumos do embate nas quatro linhas. Tampouco o Albo conseguia ver resultado melhor que o empate na sua expectativa de se valer dos contragolpes. Apenas um ocorreu em todo o primeiro tempo. E no final.

É bem verdade que os 10 minutos finais foram bem diferentes. Contudo, quase nada se pode dizer em termos de emoções, exceto de uma jogada no final, na qual os comandados de Romero quase guardaram a pelota no arco.

Se a expectativa era a de que as coisas mudariam na etapa final a ilusão foi das maiores. O jogo deu sono. Muito sono. E besta foi quem não se aproveitou das instalações do Ciudad La Plata para tirar uma sonequinha. Sequer é possível dizer que o filme do jogo foi o mesmo dos primeiros 45 minutos. Foi ainda pior.

E o responsável por isso foi a incrível lassidão que parecia absorver por completo o elenco do Pincha. E com isso não podemos dizer que o time não tentou. Só que todas as tentativas eram daquele jeito (…). Não havia nada de efetivo nelas, assim como também não havia o mínimo de profundidade e clareza. Conhecedor das dificuldades do rival, o Albo cedeu ainda mais campo para o ele. o objetivo era claro: poder construir seus contragolpes “fatais”.

Bobo foi o torcedor da Floresta que acreditou nesta hipótese. O time também parecia cansado, além de contaminado pela indisposição monstro do rival. Para se ter uma ideia, a impressão que tanto Albo quanto Pincha passavam era a de que ninguém havia sido apresentado um dia para aquele setor do campo onde se desenha um balão: a meia cancha. Sem pensadores no encontro o jeito foi torcer para o inusitado.

E ele apareceu aos 27 minutos. Assim como do nada, Hernán Grana, de voleio, guardou a pelota nas redes de Villar: 1×0 Albo. Não se pode dizer que o resultado foi injusto de todo. Mas para o bem do futebol melhor seria que nenhuma das equipes conseguisse mais do que um único ponto numa partida em que todo mundo pareceu descompromissado com o futebol.

Após o gol, o Pincha tentou criar alguma coisa melhor do que havia feito até então. Não conseguiu até porque, dominado por sua lassidão, pareceu desconhecer os atalhos do campo que levam ao arco do conjunto rival. Já o All Boys ratificou de vez a sua posição de permanecer com seus onze jogadores no campo de defesa. E assim foi até que o árbitro Ariel Suárez resolveu, para o bem de todos, terminar o encontro. Deu Albo. E, para suas pretensões, o que importa mesmo é que a equipe venceu, sua segunda vitória consecutiva na competição.

Estudiantes: Justo Villar; Jonatan Schunke, Leandro Desábato, Germán Ré; Leonardo Jara, Rodrigo Braña, Román Martínez, Raúl Iberbia; Gastón Fernández; Duvan Zapata e Guido Carrillo. Técnico: Diego Cagna.

All Boys: Nicolás Cambiasso; Jonathan Ferrari, Maximiliano Coronel, Carlos Soto; Hernán Grana, Darío Stefanatto, Fernando Sánchez, Juan Pablo Rodríguez; Santiago Montoya Muñoz; Mauro Matos e Iván Borghello. Técnico: José Romero.

San Martín SJ 1×2 Atlético de Rafaela

No estádio Hilário Sánchez, em San Juan, o San Martín foi derrotado pelo Rafaela em um cotejo fundamental para as pretensões das equipes em permanecer na elite argentina. E como o Verdinegro está em situação ainda mais crítica do que o rival, tratou de ir logo para cima e tentar o gol. Após muitas tentativa, a abertura do placar ocorreu aos 41 minutos com Emanuel Más. Um resultado justo para o melhor futebol do “Santo”.

Contudo, na segunda etapa, a equipe se perdeu na impressão de que era capaz de vencer fácil o seu rival. Em parte, isto ocorreu graças ao belo futebol apresentado no primeiro tempo. Em parte, foi precisamente por não está muito acostumado com isso que o Verdinegro se perdeu.

Sem uma marcação consistente foi cedendo campo para um Rafaela intimidado e enfraquecido pelo banho de bola dos primeiros 45 minutos. Só que a falta de criatividade de La Crema foi amplamente compensada pelo esforço e dedicação de seus jogadores. À medida que o tempo passava, o Verdinegro aumentava sua confiança na vitória e continuava a ceder campo para o rival.

O castigo veio aos 37 minutos e de maneira inusitada. Juárez cruzou a pelota na área e Lucas Landa a guardou no próprio arco que deveria ajudar a proteger: 1×1. Após o gol, uma polêmica se estabeleceu, pois os jogadores verdinegros reclamaram do árbitro que não havia validado o gol, mas que foi convencido pelo auxiliar a fazê-lo depois.

Bastou isso para o conjunto local se perder de vez dentro de campo. Melhor para o Rafaela, que teve então alguns momentos de bom futebol. As jogadas começaram a surgir em bom número, enquanto o elenco verdinegro ainda seguia com suas reclamações. Só dava La Crema. Aos 41 minutos, Jonathan López precisou tentar por duas vezes, antes de ver a pelota no arco. Era o segundo gol do conjunto cremoso. Não deu tempo para mais nada. O triunfo reabilitou a equipe de duas derrotas seguidas, além de ter sido a primeira vitória como visitante na atual temporada.

San Martín (SJ): Luis Ardente; Francisco Mattia, Cristian Grabinski, Lucas Landa; Mauro Bogado, Andrés Alderete, Maximiliano Bustos, Emmanuel Más; Jorge Luna; Humberto Osorio e Gastón Caprari. Técnico: Gabriel Perrone.

Atlético de Rafaela: Guillermo Sara; Cristian Vella, Fabricio Fontanini, Oscar Carniello, Cristian Machín; Sebastián Carrera, Iván Juárez, Raúl Ferro, Walter Serrano ; Darío Gandín e César Carignano. Técnico: Rubén Forestello.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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