Primeira Divisão

Newell´s vence o Sarmiento, em Junín, e sobe na tabela do “Argentinão”

Todos correm para abraçar a Nacho Scocco, autor do segundo gol e melhor homem em campo
Todos correm para abraçar a Nacho Scocco, autor do segundo gol e melhor homem em campo

O jogo foi no Eva Perón, a cancha do Sarmiento de Junín. A visita era o Newell´s, que assim como o anfitrião, não vinha bem no atual “Argentinão”. Estádio lotado e um anfitrião corajoso, determinado a vencer, mas com muitos erros na hora de definir para o gol. Apesar de toda a pressão, foi a Lepra que guardou, na primeira chegada ao arco de Rigamotti. No segundo tempo, o Newell´s voltou determinado a tirar os espaços do Sarmiento e resolver a parada rapidamente. Aos sete, uma pelota foi erguida para a área e encontro Nacho Scocco, que ampliou para 2×0. O Sarmiento descontou de pênalti e teve diversas chances de empatar e até vencer a partida. Mas ficou mesmo no 2×1 para o Newell´s Old Boys.

Desde os primeiros minutos, a pressão era toda do Verde, que atacava em bloco, com muita gente chegando pelo centro e com gente chegando pelos dois lados do campo, ao mesmo tempo. Isto porque, na teoria, o conjunto de Lippi jogava com uma formação de 4-5-1, porém, na prática, “Niquito” Sánchez atuava como enganche e mais dois atacantes se juntavam a Figueroa, no ataque. Prova disso foi que logo ao cinco minutos, Ustari precisou salvar o Newell´s em jogada rápida, que envolveu a modorrenta defensiva da Lepra. Aos 13, em mais uma saída péssima da defesa do Newell´s, Figueroa acertou a trave do porteiro de Rosário.

Já o Newell´s, tampouco conseguia armar o contragolpe à maneira que Gallego havia planejado. O meio-campo parecia esvaziado, já que todo mundo retornava para ajudar a defender o arco de Ustari. Não ficava ninguém no balão da meia cancha, o que deixava Scocco praticamente inoperante no campo de ataque. Já quando a Lepra deixava de lado a ideia de só se defender, tampouco conseguia algo de relevante, já que Figueroa e Scocco sofriam uma forte marcação. Além disso, nenhum dos dois atacantes conseguia se movimentar bem, de modo a fugir do ferrolho defensivo do Verde.

Só que aos 42 minutos, após uma jogada de Scocco, Víctor Figueroa guardou a pelota no arco de Rigamonti. Em parte, isto aconteceu porque o Sarmiento, após se cansar de perder gols, deixou de se preocupar com os atacantes do Newell´s; em parte, porque Aléxis Nico Castro finalmente saiu da direita, onde não joga nada, para atuar pelo setor esquerdo, onde produz bem mais para a equipe. Após o gol, um minuto depois, o Verde perdeu outra chance incrível, deixando claro quem era o time grande e o time pequeno, na cancha.

Na segunda etapa, o Newell´s voltou com outra atitude. Figueroa e Castro fixaram-se no meio-campo e cuidaram da armação da equipe, algo pobre nos primeiros 45 minutos. A articulação de jogadas ganhou relevância com a profundidade do jogo, já que os laterias avançavam como pontas ou para fazer um-dois ou para permitir forte contingente de atacantes chegando pelo centro da área. A dose pareceu demais para o Verde aguentar. Aos sete minutos, após cobrança de falta de Figueroa, Nacho Scocco apareceu na pequena área para guardar o segundo: Newell´s 2×0.

Pouco a pouco o Newell´s foi controlando o jogo e deixando-o fácil. A partir daí, a equipe de Américo Gallego passou a atuar nos contragolpes, saindo apenas na boa. Ainda assim, os visitantes estiveram bem mais próximos do terceiro gol do que de levar o primeiro do Verde. Só que aos 34, uma pelota encontrou uma mãozinha matreira na área de Ustari: pênalti para o Verde. Gervásio Núñez colocou a redonda do lado oposto do guardametas rosarino: Sarmiento 1×2 Newell´s.

Bastou o gol do Verde para Gallego colocar 15 mil homens em campo para defender o resultado. Coisa feia de ver. Percebendo o medo do rival, o Sarmiento foi para cima da Lepra e criou algumas situações de gol, que apenas dimensionaram o quanto o resultado era injusto. Apesar disso, quem teve a melhor chance de marcar foi Maxi Rodríguez. Após uma assistência estupenda de Scocco, o melhor em campo, “La Fiera” saiu na cara do gol e perdeu a chance de matar o jogo. Até o último segundo, o Sarmiento tentou e teve chances de empatar a peleja. Mas não deu. No final, o resultado de 2×1 para os visitantes podem não ter sido justos, mas simbolizaram, como poucos, as diferenças básicas de uma equipe pequena em relação a uma equipe de grande porte. Esta diferença está principalmente na arte de colocar a pelota o arco. O que o Newell´s soube fazer muito bem até por term em campo o homem do jogo: Nacho Scocco.

Joza Novalis

Mestre em Teoria Literária e Lit. Comparada na USP. Formado em Educação e Letras pela USP, é jornalista por opção e divide o tempo vendo futebol em geral e estudando o esporte bretão, especialmente o da Argentina. Entende futebol como um fenômeno popular e das torcidas. Já colaborou com diversos veículos esportivos.

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